Capítulo 37 - Entrando em ação

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Já é sábado e ele não deu as caras por aqui hoje. Repensamos o plano várias vezes, e chegamos a conclusão de que vamos usar até o carro dele. Os meninos afiaram as facas e todos fizemos as "armas" de vidro, metal e madeira. Cada um ficou com um de cada.

A noite chegou e quem ficou acordado primeiro foi eu e Paulo. A gente tinha que ficar encostado na porta (com ela fechada, claro) pra ouvir se ele entraria lá fora, ae a gente acordaria os outros. O quarto ficou apertado de tanta gente. Não podíamos conversar muito alto pra não acordar os outros sem motivos.

Paulo: Ana?

Ana: Sim?

Paulo: Você continua linda.

Ana: Obrigada.

Paulo: me desculpe ter te beijado aquele dia, mas eu achei que fosse a última vez que ia te ver. Precisei sentir seu sabor outra vez. E sei que não viu sentir mais.

Ana: tudo bem, já foi, e eu quis aquele beijo também. E por que acha que não sentiria mais?

Paulo: já se olhou no espelho? Poxa, a cada dia que passa tu fica mais gata. E eu? Tô parecendo o Chuck com essa cara cortada ao meio. Ana, uma moça linda como você não merece um Chuck, você é a Barbie e merece um Ken. - olhei pra ele e dei risada.

Ana: Paulo, do que adianta ser o Ken em aparência e ser o Chuck em caráter? Se eu ligasse pra aparências nunca teria saído dos EUA. Paulo, a gente viveu momentos tão bons e sei que depois daqui, vamos continuar vivendo. Você é uma pessoa maravilhosa e e eu admiro muito isso em você. - me levantei e dei um beijo nele. Me controlei pra não fazer besteira, pois eu gosto muito dele e tinha muita gente ali.

Paulo: Ana, você teria vergonha de ser vista comigo?

Ana: Paulo, vergonha eu tenho de ser filha do José, ser vista com você é um orgulho. - ele sorriu de lado.

Paulo: Ana Sophia Robert, você aceita viver como minha pelo resto de nossas vidas?

Ana: eu prometi a você que eu seria sua pra sempre. Então, você não precisa de resposta. - ele veio até mim e me deu um beijo longo, fomos interrompidos com o barulho da porta se abrindo.

Levantamos e fomos despertar a todos, e eles levantaram em desespero, se colocando em suas posições. Brenda, Miguel e Rebeca ficaram dentro do guarda roupa, Rony e tia Adriana ficaram atrás da porta com um lençol, Paulo, Carol e eu, fomos para o banheiro. Como o quarto era da minha mãe, ela fingiu que estava dormindo. Ele entrou com tudo.

José: cadê a vagabunda da sua filha Beatriz?

Bete: tá no quarto dela, ela foi dormir mais cedo.

José: e os outros?

Rony: estamos aqui - falou ele correndo e cobrindo ele com o lençol.

Saímos dos nossos esconderijos e quando nos aproximamos, ouvimos um tiro. Ficamos imóvel, sem saber em quem tinha pego, até Beca cair no chão. Fiquei desesperada, sem saber o que fazer, minha amiga tinha sido atingida. Rony sentiu tanto ódio que começou a furar ele com o punhal de madeira sem parar, José implorava por misericórdia, mas Rony estava cego de ódio e não parou nenhum pouco. Paulo e eu pegamos Beca e levamos para o carro. Brenda e Carol vieram com a gente, e tia Adriana logo atrás. Entramos no carro, Paulo e eu ficamos na frente, Beca foi deitada no colo das três, Paulo pisou no acelerador e fomos embora muito rápido.

Rony Narrando

Eu senti tanto ódio por ele ter atirado na minha filha que furei tanto ele, mas tanto, que quando me dei conta ele já estava morto. Coloquei ele no meio da sala e coloquei fogo no corpo dele. Eu sabia que podia pegar na casa toda, mas eu não me importei. Enquanto eu colocava fogo, Miguel foi com Bete na frente pra ir acelerando. Ver o corpo daquele traste sendo fritado foi uma das melhores coisas que eu já senti. E sei que foi um alívio para todos a morte dele. Fui embora dali correndo e alcancei Bete e Miguel. Andamos o mais rápido possível, o caminho era muito longo e tinha muitas curvas, só pra piorar. Mas não paramos. Me preocupei com Bete, que estava muito cansada, mas ela não quis parar. Paramos apenas quando eu vi que a casa estava em chamas, dava pra ver de longe, então continuamos a andar. Depois de vinte minutos, apareceu um carro que nos deu um baita susto.

Paulo: entrem, rápido. - E assim fomos.

Rony: Paulo, onde está minha filha?

Paulo: em um hospital que fica à cinco minutos daqui.

Rony: como ela está?

Paulo: não posso te dizer, pois eu cheguei lá e as meninas levaram ela e eu voltei para buscá - los.

Rony: se possível, acelera mais, quero ver meu anjinho.

E assim ele fez. Cheguei no hospital e as meninas estavam na sala de espera, Ana estava muito triste. Fui até ela e a abracei.

Ana: Rony, a bala pegou no pulmão dela. - olhei mais do que espantado pra ela - mas os médicos disseram que ela vai ficar bem. - ela tentava me passar tranquilidade pelo olhar e eu tentava ficar calmo.

Ana Narrando

Eu estava com os nervos a flor da pele, mas tentava tranquilizar Rony, ele é pai e se preocupa muito. Tia Adriana resolveu ir pra um hotel, mas Carol não deixou, como ela morava sozinha ela levou minha mãe, tia Adriana e Brenda pra dormirem lá. E nós ficamos aqui. Miguel por ser irmão, Rony por ser pai, eu por ser amiga e Paulo por não querer se afastar de mim. A noite parecia não ter fim ali, deitei em Paulo e dormi.

O dia amanheceu e não tínhamos notícia de Rebeca ainda. Aquilo estava me deixando louca, até um médico sair do quarto dela nos olhando sério e frio.

Médico: senhor Rony?

Rony: Sim, sou eu.

Médico: tenho duas notícias pra te dar. Uma boa e uma ruim.

Rony: me diga a boa primeiro, por favor.

Médico: a boa é que a cirurgia deu certo. A ruim... - todos olhamos tenso pra ele e Rony se acabava em chorar sem saber o que era - a ruim é que ela só terá alta amanhã.

A reação de Rony foi muito engraçada. Parecia que ele ia desmaiar e travou na hora! Todos ficamos felizes e quase que Miguel me beija, rolou um clima sim, mas eu estraguei com um abraço e depois um beijo em Paulo. Eu amo o Paulo e não há como negar isso. Passamos o dia revezando, já que a visita foi liberada. E a noite Paulo e eu fomos pra casa enquanto Carol e Miguel ficaram lá.

Rony: Ana tenho que falar com você. Em particular. - assenti e ele me levou até a varanda. - Ana, me perdoe pelo que eu...

Ana: Rony, já te perdoei por isso. A gente já conversou sobre.

Rony: Obrigado por ter estado lá a todo o momento. Você é a melhor amiga que Beca já teve. E eu quero lhe compensar lhe devolvendo o emprego. Sei que você vai precisar e...

Ana: não vou aceitar.

Rony: não? Como não? Você sempre gostou de trabalhar na empresa e...

Ana: Rony, já tenho planos para o futuro e dinheiro pra isso. Mas fico grata pela oferta.

Rony: se precisar, só me ligar.

Ana: tudo bem.

Voltamos pra dentro e Paulo se despedia de todos.

Ana: o que foi? Onde você vai?

Paulo: vou pra casa. Amanhã a gente se vê. - ele me abraçou e me deu um beijo longo - só não te levo porque meu pai disse que tem quatro na cama dele hoje. - rimos daquilo e ele saiu.

No dia seguinte, Beca teve alta logo cedo, e Rony já estava com o carro dele e foi buscá - la. Assim que eles chegaram Rony chamou a polícia.

Policial: senhor, o que houve?

Rony: eu matei um cara. - olhamos espantados para ele, por que ele foi falar?

Policial: o senhor está de brincadeira comigo?

Rony: não. Matei José Roberto. O estuprador que fugiu da cadeia. Ele atirou na minha filha.

Policial: todos sabiam disso? - concordamos - então vamos todos para a delegacia.

Chegamos lá e falamos tudo, um de cada vez em particular com o delegado. Os depoimentos mais demorados foi o meu e o da minha mãe. Ficamos na delegacia por dois dias, Paulo também tinha ido. Na noite de terça, quando encerraram os depoimentos, o delegado veio até nós.

Delegado: senhor Rony, não irei prender o senhor pelo que fez, se fosse minha filha eu também o mataria. E Caroline, Ana e Beatriz, vocês poderiam receber um alto valor da justiça, mas ele está morto, então, todos estão livres. - então fomos embora.

Fugindo da Realidade (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora