Capítulo 36 - o sequestro

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-alô?

-alô? Por favor, gostaria de falar com o senhor Rony?

-este número não pertence mais a ele. Quem gostaria?

Olhamos um para o outro, mas minha Best é inteligente...

-aqui é a Ananda, ex secretária dele. Gostaria de saber se ele poderia devolver o meu emprego. Preciso muito.

-olha aqui mocinha, aqui quem fala é o Roberto, e esse número não é do seu ex chefe, entendeu? Agora vai se fu... - Beca desligou o celular.

Miguel: será que ele usou uma linha cruzada?

Ana: era ele. Meu nome é Robert por causa do Roberto do nome dele. E a voz é dele também.

Rebeca: vamos na delegacia, tô preocupada com meu pai.

Ana: vamos sim.

Nos arrumamos em cinco minutos e saimos. Chegamos na delegacia e tinham três policiais e o delegado. Um dos policiais olhou Beca de cima a baixo, e ela sorriu meio sem jeito.

Miguel: senhor delegado, boa tarde. Viemos lhe pedir ajuda.

Delegado: Boa tarde, pode dizer.

Miguel: gostaria de pedir ao senhor pra ver no nome de quem está registrado esse número.

Delegado: posso fazer sim, mas antes quero saber o motivo.

Ana: esse número deveria estar no nome do pai dela, mas meu pai me ligou dele e estamos com medo de algo estar acontecendo.

Delegado: tudo bem - ele pesquisou e achou rapidamente - está no nome de Ronyel Baptista.

Rebeca: ai meu Deus! Ana, será que seu pai fez algo?

Delegado: Ana né? - confirmei - quem é seu pai?

Ana: Meu pai se chama José Roberto. Ele fugiu da cadeia hoje.

Delegado: ele tinha algum problema com você?

Ana: Sim. Ele me estuprou dos seis aos dezesseis anos. E ele está atrás de mim.

Delegado: venha comigo. Preciso que você me detalhe tudo. De preferência desde o início dos estupros.

Ana: tudo bem.

Rebeca: Ana, vamos te esperar aqui ta amiga. - assenti e sorri de leve.

Contei cada detalhe para o delegado e o escrivão anotou tudo. Foi coisa demais, pois já tô com dezenove então, é muito tempo pra lembrar. Levei cerca de quatro horas falando. Mas o delegado me dava um copo com água a cada quinze minutos pra não desidratar. Quando eu saí, Miguel estava dormindo sentado, e Beca não estava lá. Um dos policiais me olhou e apontou para o carro lá fora, então eu entendi a referência. Chamei Miguel, que acordou em um susto que foi muito engraçado, o delegado disse que eu tinha que voltar caso aconteça algo, então saímos. Bati de leve no carro e Beca saiu toda sorridente. Fomos pra casa e quando chegamos, vi tudo revirado e a porta arrombada. Ficamos super assustados e quando eu ia ligar pra polícia, vi um bilhete no local em que ficava a TV, a TV estava no chão toda quebrada.

"Ana, amor meu. Minha filha. Minha preciosinha. Meu tesouro. Volta pra mim. Prometo que não vou machucar ninguém. A tia e o pai da sua amiguinha estão aqui comigo. Se você ficar comigo deixo eles irem sem tocar em um fio de cabelo deles. E por favor, não envolva a polícia, se não eu os mato. Eu te amo."

Fugindo da Realidade (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora