Capítulo 39 - separação

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A semana passou muito rápido que eu nem vi. Amanhã eu vou embora e estou meio triste e meio feliz. Não queria deixar ninguém aqui. Paulo e eu vamos passar a nossa última noite juntos. Fomos até um campo próximo de casa, as estrelas parecem ser mais bonitas de lá. Percebi que nos últimos dois dias Paulo tem estado muito calado. Ele deve estar triste também por eu ter que ir. Deitamos na grama para ver o céu.

Ana: Paulo? Tá tudo bem?

Paulo: precisamos conversar.

Ana: o que foi?

Paulo: Ana, o que sente por mim?

Ana: affz! Que pergunta boba é essa? Você sabe que eu te amo.

Paulo: Você quer mesmo ir pra Disney?

Ana: sim, quero muito.

Paulo: Você vai me deixar aqui. Você sabe.

Ana: não! Claro que não vou te deixar. Estarei me comunicando com você através de tudo que for possível. Eu não...

Paulo: Ana, você não entendeu. Você indo pra lá vai conhecer pessoas como você. Que desenham bem e que vivem como você vai viver. Sei que você vai falar comigo no começo, mas vai fazer amigos e sempre terá um novo compromisso. Você vai se apaixonar por alguém melhor que eu, vai me esquecer e talvez até se case. Ana, você está atrás da sua felicidade, eu sei. Eu quero muito que você seja feliz, mas eu não serei mais o motivo dela. Eu sei que você vai me esquecer aos poucos.

Ana: Paulo, eu não... - falei deixando algumas lágrimas caírem.

Paulo: não o que Ana? Eu sei. É sempre assim. Eu não vou suportar ver você feliz e sofrer por um amor que não vai mais existir. - eu chorava muito já, agora estou pior.

Ana: o que você quer dizer com isso?

Paulo: é difícil pra mim fazer isso mas... Estou terminando tudo - ele falou e vi algumas lágrimas descerem pelo seu rosto.

Ana: Paulo, não faz isso, por favor. Eu amo muito você.

Paulo: me desculpe Ana, mas é o certo. - ele saiu dali correndo sem olhar para trás.

Eu não acreditei naquilo. Como ele pôde? Ele sabe que eu amo ele e não faria jamais nada daquilo que ele disse. O que vai ser de mim agora? Não posso ficar sem ele. Precisei desabafar, então fui na casa de Rebeca. Toquei a campainha e rapidamente alguém veio abrir a porta. E adivinha? Como nos filmes, Miguel abriu a porta usando apenas uma toalha. Ele ainda é delicioso!

Miguel: Ana! Que... que surpresa! Entre. - eu entrei e me sentei no sofá - está tudo bem?

Ana: Beca está?

Miguel: não, ela saiu com as meninas. O que você tem? - abaixei a cabeça e comecei a chorar, ele correu na cozinha e voltou com um copo d'água.

Ana: me desculpe, preciso ir.

Miguel: Ana, vai cair um pé d'água e eu não vou deixar você sair. Me diz, o que houve?

Ana: o Paulo. - falei entre lágrimas.

Miguel: o que ele fez?

Ana: ele terminou tudo, Miguel. Eu quero morrer. Não sei viver sem ele. - me senti estranha falando aquilo com ele, mas eu precisava falar com alguém.

Miguel: fica calma, tá - falou ele me abraçando - não é o fim do mundo. Pensa no seu novo emprego.

Ana: mas ele fez isso por causa do emprego.

Miguel: que filho da... olha, vou falar com ele. Ele não pode fazer isso.

Ana: Miguel, por favor, não faz isso. Não sei o que ele seria capaz de fazer.

Fugindo da Realidade (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora