Fomos pra casa andando e Miguel ficava fazendo uma cara de que ia falar algo, mas não falava. Até o momento em que estávamos em frente a casa dele. Ele me puxou para um canto na rua que o pessoal não passava muito.
Miguel: Ana, me conta sobre o seu passado.
Ana: contar o que, Miguel? Não tenho nada pra falar.
Miguel: Você acha que eu não sei o que aconteceu a dez anos atrás? - olhei surpresa pra ele.
Ana: o que você sabe, Miguel?
Miguel: sei o que aconteceu. Mas quero que você me conte.
Ana: como você sabe disso? Quem te contou?
Miguel: isso não importa. Me conta, Ana.
Ana: Miguel, isso não é assunto para esse momento. Vou entrar pra casa. E acho que você deveria fazer o mesmo. - me virei para ir pra casa, mas ele me puxou pelo braço e eu fiquei bem perto dele. Ficamos bem juntos. Frente a frente.
Miguel: Ana, eu quero ouvir a verdade de você. Já ouvi muitas histórias a respeito de sua família. Mas eu quero que me diga toda a verdade.
Ana: com licença. - me virei e sai sem falar nada sobre o que ele queria saber.
Entrei em casa e vi Patrícia se agarrando com um garoto no sofá. Faltava bem pouco para eles fazerem um bebê ali. Tentei passar sem fazer um barulho sequer. Mas foi em vão.
Patrícia: tem que ser essa peste pra estragar tudo!
Ana: foi mal. Pode continuar se engolindo ae com seu namorado. Vou subir para o quarto.
Breno: namorado? Sou desses não gatinha! - ele se levantou e veio na minha direção. Patrícia me fuzilou com os olhos. - me chamo Breno, delícia. E você?
Ana: isso não importa. Com licença. - subi as escadas correndo e fui para o quarto.
Tomei um banho e fiquei pensando: como ele sabe daquilo? Até onde eu sei não podia ser comentado com ninguém sobre aquilo. Agora fiquei curiosa. Preciso saber como ele sabe disso. Acho que vou guardar um pouco do dinheiro pra comprar um celular. Preciso com urgência!
A tarde foi passando. Quando deu o horário de me preparar para ir ao "meu trabalho", tomei um bom banho e desci para comer algo, eu estava faminta e a Mariana não estava em casa. Aliás, ela saia muito desde sexta. Quando eu cheguei na cozinha, vi uma cena que me deu ânsia: Patrícia e Breno faziam sexo loucamente em cima da mesa. Aquilo me revirou o estômago. Nem parecia aquela garotinha mimada e fresca. Virei as costas pra subir, só que mais uma vez eu fui pega.
Breno: hey, gatinha. Vem participar do nosso momento.
Ana: não obrigada. Estou bem, e ficarei melhor se sair de perto.
Patrícia: qual é Ana? Não sabe fazer nada em grupo não? - essa garota me enoja.
Ana: se eu souber isso não é da sua conta. Com licença. - me virei pra sair, mas o Breno me puxou.
Breno: oh morena! Não faz isso que me deixa louco!
Ana: me larga. - ele soltou. - vocês são nojentos. Eu não esperava isso de você Patrícia. - me virei e sai. Ouvi a Patrícia gemer cada vez mais alto. Acho que Miguel não estava em casa, pois ele não se manifestou.
Voltei para o meu quarto e fiquei esperando Mariana chegar. Acho que ela chegou uns cinco minutos depois, ouvi gritos e depois ela veio e abriu minha porta com tudo!
Mariana: vamos logo Ana, e não me estressa hoje porque não quero te matar!
Fomos para a boate e mais uma vez foi um terror. Acho que nao vou me acostumar nunca com essas coisas. É um chupa isso, aperta aquilo! Parecem animais! Chegamos em casa as três da manhã, Mariana foi no quarto de Miguel e a porta estava trancada. Ela estranhou, mas foi para o quarto dela. Entrei no meu e tranquei a porta. Me despi e fui para o banheiro tomar um banho e me assustei quando acendi a luz e vi Miguel sentado no chão. Ele se assustou também quando me viu. Eu fiquei morrendo de vergonha por estar nua na frente dele. Ele se aproximou de mim.
Miguel: Você é linda. Quer companhia no banho?
Ana: nã-não, o-obrigada.
Miguel: não precisa ter vergonha. Eu quero passar a noite com você.
Ana: Miguel, sua mãe...
Miguel: poxa, por que sempre que estamos prestes a nos beijar você fala dela?
Ana: eu tenho medo do que ela pode querer fazer mais comigo. - abaixei a cabeça, e ele levantou meu queixo com o indicador.
Miguel: esquece ela um pouco tá. Se importa se eu passar a noite aqui, com você?
Ana: Sim. Passei essa noite com tantos caras que eu... - ele me interrompeu.
Miguel: Ana, eu não sou um cliente. Sou um amigo.
Ana: amigos não tomam banho juntos.
Miguel: então podemos considerar uma amizade colorida.
Ana: Miguel, não me sinto bem estando contigo a noite...
Miguel: amanhã minha mãe vai sair cedo, a Paty foi dormir fora e eu e você estaremos sozinhos, aqui... Não tem pra que temer!
Ana: ok Miguel, você venceu. Saia daqui que eu vou tomar um banho.
Miguel: vou tomar com você. Quero cuidar de você hoje. - ele me levou para dentro do box e ligou o chuveiro.
A água caia sobre nós e ele começou a me beijar. Ele acariciava meu corpo e eu sem saber o que fazer apenas puxava o cabelo dele de leve na nuca. A coisa foi ficando cada vez mais quente, mas sempre tem algo pra tentar estragar um bom momento: a energia acabou e a água estava muito gelada. Desliguei o chuveiro e procurei a toalha. Por sorte achei de pressa e me sequei. Ele fez o mesmo. Peguei minha lanterna que estava sobre o criado - mudo e procurei um pijama na gaveta. Achei e vesti, e ao olhar para trás, vi Miguel deitado de lado na cama, só de cueca, ele sorriu mas eu fiquei sem graça pela cena.
Miguel: vem pequena. Desliga a lanterna e deita aqui. Não se preocupa, a cama é pequena mas cabe nós dois. - fui para a cama mas não sabia se deitava de frente pra ele ou de costas. Ele me deitou e ficou sobre mim, me beijou novamente, só que com mais intensidade. Eu acho que ele gosta de mim, pra ele estar sempre me procurando e fazendo essas coisas comigo. Espero estar certa. Não quero chorar depois.
Continuando... Ele me beijava muito e passava a mão pelo meu corpo. Eu não queria resistir aquilo. Ignorei o sono e deixei rolar. Ele chegou nas minhas pernas e as puxou para as laterais dele. Parou de me beijar na mesma hora e passou a mão no meu rosto.
Miguel: eu não vou continuar. Eu sei que você não quer. - ei, eu quero sim! Não paraaaaaaa! Ele me deu um beijo na testa - Boa noite pequena Ana. - ele se deitou ao meu lado e me deixou de costas pra ele, me abraçando. Sua respiração me deixava tão relaxada, que senti com se fosse a melhor coisa do mundo.
Passamos a noite toda daquele jeito. Juntos. Abraçados. Parecia um sonho.
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Fugindo da Realidade (COMPLETO)
Storie d'amore16 anos, estudante, morena... O sonho de ser livre de uma "prisão" talvez estivesse longe de acontecer para Ana. Vivia com seu pai, que a tratava como a pior pessoa do mundo. Será que ela realmente vai conseguir fugir dessa realidade? Acompanhe essa...