05. Loucura

24 0 0
                                    


Sentia uma claridade sobre mim, e quando abri meus olhos, constatei que já era de manhã, eu me levantei e no mesmo momento senti dor em minhas pernas, notei que estavam arranhadas. Me aproximei da janela e pude ver que Anne havia acabado de chegar, me fazendo perceber que o café da manhã já havia se passado, abri a porta e desci as escadas, e no último degrau havia uma bandeja com café e um pão, muito diferente do que estávamos tomando no café da manha dos últimos dias, o café estava frio e o pão parecia ter sido reaquecido, por um impulso joguei a bandeja na porta, a sujando inteiramente e comecei a bater na porta e gritar. Eu não ouvia nada, e tinha certeza que ninguém me ouviria, mas eu precisava que alguém me ajudasse. Talvez Brooke, Jade, Anne ou até o Harry me ouvissem, mas eu precisava que alguém me ouvisse, não queria ficar ali, no escuro e sozinha.

- Socorro. Me ajudem. - eu gritava em soluços. - Por favor... Não me deixem aqui. - eu parei quando ouvi um barulho na porta, e eu me afastei vendo a porta se abrir.

Eu esperava por qualquer pessoa, mas não queria ter que ver ela, Sra. Christine me olhava com os braços cruzados e a sobrancelha arqueada. Ela deu um passo e fechou a porta atrás de si, logo revelou um cinto em sua mão. Eu comecei a subir as escadas de frente para ela com as mãos na frente do meu corpo.

- Você está indo para o lado errado querida. Deveria parar de fazer besteiras. - ela disse balançando negativamente a cabeça. - Você jogou o seu próprio café da manhã no chão? Eu não faria isso, sua mal educada. - ela disse olhando a bandeja e os restos do café da manhã no chão e começou a subir as escadas. - Já que seus pais não souberam te dar educação, eu farei isso. Vamos ver se dessa vez aprende. - no momento em que ela disse isso, ela estralou o cinto em minha perna fazendo arder e eu prender o grito em minha garganta, e entrei no sótão correndo, encostando-me na parede.
- Me perdoe, por favor... - eu falei balançando as mãos na frente do meu corpo. - Sra. Christine, me perdoe... Eu não queria... - eu disse deixando que as lágrimas corressem pelo meu rosto.
- Querida, eu te perdôo. - ela disse parando na minha frente. - Mas isso... Ah, isso não significa que você não irá aprender a nunca mais fazer essas ou outras coisas que me aborreça. - ela disse dando de ombros e me puxando pelos cabelos.

Ela me arrastou até o colchão onde me jogou, fazendo e cair de costas para ela, logo senti o cinto tocar novamente minhas pernas, coxas e costas, ela não parava e cada vez colocava mais força, eu alternava entre gritar e chorar sentia todos os meus músculos doerem e faltava ar em meus pulmões, ela me puxou pelo braço me fazendo sentar e por mais três vezes me bateu com o cinto na barriga e nos braços. Quando ela se afastou, eu a olhei e ela estava arrumando sua roupa e seus cabelos, ela me olhou com sarcasmo e se virou me deixando ali caída no chão chorando, poucos segundos se passaram e eu ouvi a porta se fechar.

Estava sozinha novamente. Não tinha forças para levantar e ao olhar minhas pernas que escorriam sangue, tive vontade de não existir. Meus braços, pernas e costas doíam, e eu não podia fazer nada, vi que em cima da minha cama havia um copo de água. Não faço a mínima idéia de como veio parar ali, mas acabei tomando metade do liquido, colocando-o de volta ao seu lugar, logo me deitei abraçando minhas pernas, e fechei meus olhos dormindo. Ao ouvir um barulho na porta, abri meus olhos assustada e ouvi passos nas escadas me levantei, encolhendo-me no canto do quarto e ao abrir a porta me surpreendi, Mary entrou no quarto e em sua mão havia uma pequena maleta, ela se sentou na minha frente e em silêncio tirou um vidrinho e um pano branco, ela se aproximou de mim e eu me encolhi, ela balançou a cabeça.

- Não irei te machucar. - ela disse simplesmente. - Isso vai fazer seus machucados pararem de doer. Venha cá. - ela me estendeu a mão e eu permiti que ela fizesse o que queria. Logo percebi que não sentia mais tanta dor como antes, ela se levantou e voltou à escada, passaram-se menos de minutos e ela voltou ao sótão com uma bandeja.
- Seu jantar. - ela disse dando de ombros, colocando ao lado do colchão. - Boa noite.
- Jantar? - eu disse confusa. - Que horas são? - ela me olhou arqueando as sobrancelhas.
- Seria melhor me perguntar que dia é hoje. Hoje é quinta-feira, e as horas... - ela disse olhando em seu relógio. - São 20h45. Boa noite, Vivian , amanhã você poderá sair. Não sei a hora, mas você voltará ao seu quarto. - ela deu de ombros fechando a porta.

Fearless [EM HIATUS] Onde histórias criam vida. Descubra agora