09. Wish Crazy (Parte II)

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Minhas primeiras aulas tinham sido legais: planejamento alimentar e controle de alimentos. Aquelas sim eram minhas aulas preferidas, fazer os cálculos e aprender sobre a qualidade dos alimentos além de ser algo muito interessante, para mim, me faz esquecer muitas coisas. Como por exemplo, o que aconteceu hoje mais cedo... Eu pensava que não iria me arrepender, e de fato eu não havia, mas agora esse desejo enlouquecedor pelo Harry aumentaria, o que é errado. Por que eu e ele somos amigos, e se isso voltasse a acontecer seria só por simples desejo, ou seja, sexo.

E isso, querendo ou não, machucaria um de nós, como dizem, a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. E mesmo eu não tendo a completa certeza de quem é o lado mais fraco, sei que de qualquer maneira não quero que ele sofra, e muito menos eu. Aquilo nunca mais pode acontecer, não podemos voltar aos anos de colegial onde nos agarrávamos a qualquer momento, nós não podemos. Eu deveria dar um fim aquilo, o que eu estava pensando quando falei que aquilo poderia voltar a acontecer? Eu só posso estar louca por ter pensado nisso. É claro que não pode acontecer novamente, nós somos melhores amigos, nos conhecemos há tanto tempo e essa relação é mais do que perigosa, é assustadora. Exatamente isso, é assustadora, pelo simples motivo de que eu cresci com ele, a mãe dele me criou como sua filha, eu só posso estar louca. Eu repetia em minha mente, eu estava confundindo tudo, talvez por eu sempre querer o carinho e a atenção das pessoas eu havia confundido o que sentia por Harry, o desejo logo iria acabar, e o que sobraria seria as marcas de um relacionamento falho.

Eu não queria que isso acontecesse, por isso quando as aulas realmente terminaram, saí da sala tranquilamente indo até o bloco C, em direção a lanchonete e comprei o meu lanche, pensando em como falar não para ele, ao me virar, vi Lizzie e Natalie sentadas numa das mesas do centro conversando, no momento em que eu pensei em sair disfarçadamente, a morena me viu e me chamou com a mão sorrindo, eu queria muito ser mal educada naquele momento e sorrir indo em direção a porta, mas infelizmente eu não poderia ser. Então, mesmo sabendo que aquelas duas são amigas da Lively, eu caminhei na direção delas, parando em frente à mesa.


- Oi, Vivian. - as duas falaram em uníssono sorrindo. - Sente-se conosco.
- Oi Liz, Natalie. Ah, obrigada. - eu respondi, me sentando na frente das duas.
- Ei, você terá alguma visita técnica esse mês? - Liz me perguntou, e eu assenti lembrando que iríamos a uma cozinha industrial.
- Sim, e vocês?
- Sim.
- Não. - as duas responderam juntas se olhando sorrindo, mas foi Natalie quem respondeu negativamente.
- Vocês vão à cozinha industrial da Empresa BlackFord, não é? - Natalie disse segura, e nós concordamos.
- Lá é legal, um lugar... Interessante. - ela disse sorrindo pensativa.
- Ela diz isso porque o Marco estava lá - Liz comentou revirando os olhos. - Mas que legal que você vai, nós podemos ir juntas. - ela exclamou animada.
- Sim, podemos! - eu exclamei mostrando felicidade, afinal Lizzie realmente é uma ótima pessoa.
- Sabe Liz, eu devo confessar. - Natalie comentou após um tempo pensando. - Você tinha razão, ela é legal. - ela exclamou olhando de Liz para mim, e sorriu.
- Acho que... Obrigada - eu exclamei envergonhada. - Natalie, você é muito melhor do que eu pensei. - eu disse a olhando, e ela retribuiu meu sorriso.


O que eu havia dito, definitivamente, era sincero, Natalie realmente é bem melhor do que eu podia imaginar, mesmo que nossos assuntos não passassem de nosso curso, ela é o tipo de pessoa que você facilmente consegue manter uma conversa agradável. Então eu pude compreender o óbvio, ela gostava tanto da Barbara que para não contrariá-la se mantinha como uma seguidora leal que implica com qualquer pessoa que a adorável amiga não goste, essa história era conhecida por qualquer um. Mas quando estava sozinha, ela podia fazer suas próprias escolhas e ter a sua própria opinião, como agora ela fazia, com certeza, ela é o tipo de pessoa que é facilmente manipulável.

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