09. Wish Crazy (Parte I)

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(Cenas impróprias para menores de 18 anos)


Eu estava no hospital onde eu havia perdido meus pais, todos os médicos que eu havia conhecido passavam apressados por mim, e eu sabia que eles não me viam, seus olhares eram vagos e cansados. Meus pés andavam, sem nem mesmo eu controlar, me levando até um dos quartos do andar onde eu havia ficado durante alguns meses. Era o mesmo quarto, os mesmo detalhes, as máquinas ligadas e aquele som irritante, mas não havia ninguém. Eu queria sair dali, eu não gostava de relembrar meu passado, principalmente essa época, onde meus pais foram tirados de mim. Muitos diriam que eu era mais uma garota traumatizada, e talvez eu fosse, mas nunca ninguém compreenderia como era uma criança perder as únicas pessoas que a mantinha realmente... Viva.

Um barulho no corredor me fez sair do quarto, não havia ninguém ali, mas a última porta do corredor estava entreaberta entregando que alguém havia passado ali. Por instinto eu deveria dar as costas e voltar para onde todos trabalhavam apressadamente, mas diferente disso segui até a porta, adentrando o local. O lugar era escuro, e eu não conseguia enxergar nada, não havia nenhum ponto de luz. Até que senti gotas de chuva tocar meus ombros e rosto, e então todo o lugar foi preenchido por uma luz forte que brilhava no alto de um dos prédios, eu não estava mais no hospital, eu estava numa rua totalmente desconhecida. Não havia nenhuma lembrança daquele local, e a única coisa que eu sentia agora, era medo. Muito medo, principalmente quando vi que eu não estava sozinha.

Os olhos daqueles homens me analisavam de um jeito nojento, como se eu fosse um objeto em liquidação, suas posições de ataques me davam arrepios e quando eu ameacei correr, de volta para qualquer lugar que não fosse ali de frente para aqueles homens, senti a mão de um deles tocar meu braço me fazendo cair, ele se ajoelhou na minha frente e então puxou minha blusa fina que já estava toda molhada por conta da chuva, fazendo com que eu soltasse um grito de pavor.


- Viv, acorda. - Alyson me balançava desesperada. - Acorda! Calma, só foi um sonho. - ela me abraçou, e eu abri os olhos sentindo as lágrimas molharem sua camiseta.
- Um pesadelo terrível. - eu sussurrei me afastando dela.
- O que você sonhou? - ela disse preocupada.
- Foi horrível. - eu disse limpando as lágrimas. - Eu só não quero lembrar. - eu pedi fechando os olhos, e a senti apertar minha mão e se levantar.
- Tudo bem. - sua voz era calma. - Eu vou te esperar se trocar, qual é a sua primeira aula hoje? - ela me perguntou se sentando na cama.
- Não, pode ir. - eu disse me levantando. - Hoje meu primeiro horário é 7h50, eu sei que você tem aula daqui... - eu disse, olhando o relógio ao lado da minha cama. - 15 minutos, você está quase atrasada. - eu disse colocando as mãos em meus quadris e sorrindo, tentando tranquilizá-la.
- Tudo bem, tem razão. - ela disse pegando sua bolsa. - Tome um banho, eu fiz nosso café da manhã e relaxe. - ela disse me dando um beijo na bochecha e saindo.


Olhei ao redor, tentando ter certeza que aquilo tudo que eu havia sonhado era uma mentira, só mais um pesadelo, dos quais eu tanto tinha durante minha vida. Era estranho, mas geralmente sempre vinham como um aviso. Sentei na cama cruzando as pernas e pegando minha agenda no criado mudo, enquanto eu clamava a Deus que aquilo não fosse um aviso, e sim só um pesadelo sem nexo. Em minha agenda, o dia era tranquilo, não teria entrega de atividades, nem provas ou visitas técnicas, isso me tranquilizou.

Levantei-me, indo até o banheiro, tomei um banho quente e extremamente relaxante, me enrolei na toalha e quando voltei para o quarto, ouvi duas batidas na porta, eu a encarei caminhando até encostar-me à porta, sussurrei:

- Quem é?


- Sou eu. - a voz rouca do Harry invadiu meus ouvidos me fazendo sorrir, e automaticamente girei a maçaneta, me arrependendo logo em seguida, eu estava usando apenas uma toalha. - Uau. - ele murmurou analisando todo o meu corpo.
- Entra logo. - eu disse o puxando para dentro e voltando a trancar a porta. - Para de me olhar assim. - eu disse sentindo minhas bochechas corarem.
- Eu estou te olhando normal. - ele deu de ombros deitando em minha cama, eu fui até onde ele estava pegando minha calça, lingerie e blusa. - Pode se trocar aqui, eu não vejo problema nenhum. - ele disse sorrindo maliciosamente.
- Desde quando você se tornou tão malicioso? - eu disse arqueando as sobrancelhas.
- Desde quando eu apareço em seu quarto e sou recebido assim. - ele disse apontando para mim com um olhar extremamente sexy, que se eu não tivesse certeza que ele era meu melhor amigo, teria me feito cair em cima dele. Eu permaneci em silêncio o olhando. - Deixei a Srta. Vivian sem resposta? - ele disse se levantando e aproximando-se de mim. - Acho que estou indo muito bem. - ele parou a poucos centímetros de mim, possibilitando que eu sentisse seu hálito fresco, que me fez fechar os olhos e ter um pequeno flashback.

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