18. Presença Indesejada

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Alguns dias depois...

É engraçado como da noite para o dia você percebe o que é importante na sua vida. O que faz falta. E o que tanto faz. Erik tinha ido viajar há dois dias, e Natalie percebeu que mesmo tendo vivido pouco tempo com ele, o garoto tornou-se importante para ela. Mas, não tanto. Ele sempre foi gentil, carinhoso e lindíssimo, mas era sempre só isso. Nada além. O sentimento não crescia, não se modificava e foi por isso que tomou a decisão de não ir a Espanha.

Talvez, se tivesse ido se sentiria como uma golpista e aproveitadora. Não estaria com o coração e mente entregue ao garoto. E isso ela não seria nem em um milhão de anos. Seu sonho continuaria ali intacto para um dia realizá-lo sendo sozinha ou não. Mas, com certeza tendo certeza que seria pelo seu esforço.

Natalie prendeu seus fios dourados num rabo de cavalo e arrumou a camiseta, antes de pegar sua bolsa e livros, e sair em direção à sua aula. A cada passo que dava era mais um momento junto com Harry que sua mente enganosa lhe mostrava. Sentia tanta falta do garoto de olhos verdes. Saudade dos beijos, dos toques, da gentileza, do olhar, da essência dele.

Sabia que a culpa era toda dela.
E, que provavelmente, não teria volta. E isso simplesmente servia para deixá-la mais triste e magoada, por quê ter sido tão franca e ter cobrado tanto de um relacionamento que nem havia findado ainda? Ela se perguntava constantemente e, intimamente, sabia a resposta;

Qual garota não buscaria certeza num relacionamento com um homem tão lindo e interessante como ele? Era impossível não buscar essas certezas e, acabar inutilmente, fazendo cobranças.

Ela respirou fundo e quando virou o corredor deu de cara com o dito cujo, bufou inconscientemente, pensando em como a sua mente conseguia lhe enganar e lhe rodear até estar de frente realmente com Harry Styles. Ela pensou rapidamente o que deveria fazer.

Ir reto ou cumprimentá-lo? Sorrir ou fazer cara de paisagem? Dar um beijo no rosto ou acenar de longe? Foram segundos agonizantes e... Perdidos. Natalie abriu a boca para saudá-lo.

- Oi... Harry. – ela disse com um sorriso simples e ele a olhou, de cima a baixo, e continuou seu caminho.

Natalie ficou chocada. Paralisada no meio do corredor. Virou de costas olhando o garoto seguir seu caminho como se ela não tivesse dito nada, como se ela nem existisse.
Os olhos encheram-se de lágrimas. Lágrimas quentes e grossas que rolaram sem sua permissão pelo seu rosto delicado. Ela era uma burra. Sentia-se assim todo momento e, naquele momento em que ele virou as costas, só serviu para mais uma vez sua mente consciência gritar com ela: burra!

Respirou fundo, limpando as lágrimas com ódio, e saiu batendo os pés no chão em direção a sua sala. Não iria se rebaixar novamente e muito menos continuar sentindo pena de si mesma. Tinha acabado, não é?
Então, que seguisse em frente como... Ele.

Harry encostou o corpo nos armários do corredor ao lado, respirou fundo incontáveis vezes, olhou rapidamente o corredor que tinha acabado de passar e a viu ali, ainda parada. Os olhos perdidos num ponto qualquer do chão, as mãos limpando os olhos e, então ele voltou a posição de antes, se xingando mentalmente.

Ele sabia muito bem o que era aquilo. Lágrimas. "Ah não, Natalie, não chore. Eu não mereço isso.", ele suplicava.

Ele não merecia aquelas lágrimas. Ela não merecia as suas lágrimas.
O que importava se no fim do dia eles não estariam juntos? A vida estava muito complexa para ele mesmo. Dias atrás estava afogando as suas mágoas e dores no corpo de sua melhor amiga, algo que já estava estritamente resolvido: aquilo não aconteceria nunca mais, Vivian não é um objeto que ele pode usar e jogar fora todas as vezes que passar por uma decepção.

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