12. Irmandade (Parte I)

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- Precisamos conversar. – a garota de longos cabelos loiros entrou o quarto de número 330 e fechou a porta, dando uma olhada por toda a extensão do quarto.

- E eu posso saber qual é o motivo da sua visita, irmãzinha? – o homem de olhos verdes encarou a garota com um sorriso simples, mas irônico, nos lábios.

A garota caminhou lentamente pelo quarto, observando a bagunça por ali, quartos de garotos sempre seriam aquela eterna bagunça. Olhou as roupas jogadas ao lado da cama do homem, a toalha úmida na cadeira ao lado da janela, o copo de café em cima da pequena mesa e a cama do lado do homem arrumada decentemente, aquela só poderia ser a cama de Brian Langdon, seu amigo e colega de quarto. A garota sorriu, sentando-se na cama arrumada, de frente para o homem, e cruzando as pernas olhou profundamente nos olhos do homem e sorriu.

- Para de fazer charme, Barbara, e diga logo o que quer do seu irmão preferido. – Arthur disse, sorrindo e olhando para a irmã.
- Só é meu irmão preferido porque eu não tenho outro. – a garota disse, o empurrando e dando uma gargalhada.

O homem riu e fez um biquinho como se estivesse chateado, mas antes que a menina pudesse falar algo, Arthur já tinha puxado a menina para seu lado e agora estava fazendo cócegas nela, fazendo-a gargalhar e se debater entre seus braços. Eles eram mais do que irmãos, eram melhores amigos. Tudo que ele fazia, ela sabia. E tudo que ela fazia, ele sabia. Os dois eram companheiros e se amavam verdadeiramente. Todos os problemas que ambos viviam juntos dentro de casa com os seus pais, eles esqueciam quando estavam juntos. Porque não eram irmãos simplesmente pelos laços de sangue, na verdade, Barbara achava aquilo ridículo.

Não era o sangue que mostrava a importância de alguém, mas suas escolhas. E mesmo que soubesse que Arthur não fosse seu irmão, teria o escolhido para ocupar esse cargo. Eles pararam de rir e voltaram a se sentar comportados. O homem de olhos claros bagunçou o cabelo da garota e ela lhe deu tapa no braço, o fazendo rir.

- Eu só queria conversar um pouco, Arthur. – ela disse, dando de ombros, ele arqueou as sobrancelhas, duvidando daquilo, ele tinha razão no fim das contas, ela não estava ali por conta de um simples conversa. – Ok, ok. Eu irei te fazer uma pergunta e quero que a responda o mais sincero possível. Certo? – ela virou-se para o irmão, dobrando as pernas e o homem assentiu, fazendo-a prosseguir. – O que você acha da órfã? – ela cruzou os braços em cima dos peitos e o homem franziu a testa, sem compreender o porquê daquele assunto tão aleatório.

- Por que isso? – ele disse, ela abanou as mãos, revirou os olhos e ele sorriu, voltando a falar. – Não tenho nada sobre ela definido. Acho que ela é muito bonita, mas nenhuma beleza surpreendente. Ela, às vezes, é esquisita e estranha. Mas nunca falei diretamente com ela para ter uma opinião definida sobre a garota, Babi. – ele disse, sério, e a garota revirou os olhos mais uma vez e bufou antes de voltar a falar.

- Tuy, você sabe que eu sou loucamente apaixonada pelo Matthew, certo? – ela disse, chamando o homem pelo apelido carinhoso que ela lhe deu desde que eram crianças e o homem assentiu. – E desde que essa garota chegou e que, na minha humilde opinião, é horrível, ele tem ficado... Distante. Eu já tentei de tudo, e quando digo tudo, é tudo. E ele sempre fica pensativo no fim. – Babi disse, séria e deixou os seus lábios se formarem numa linha reta, o irmão a encarou.

- Você quer dizer que depois do sexo ele está ficando quieto? – ele disse, aproximando-se e a menina corou, olhando para as mãos e assentiu envergonhada. – Talvez esteja pensando em vocês.

- Em nós, Arthur? Pelo amor, não tem o que pensar sobre isso, porque somos perfeitos juntos. E caralho, porque antes dessa garota do inferno chegar quando estávamos juntos parecia pegarmos fogo e nossos contatos pareciam chamas? Agora parece que é uma brasa quase apagada. – a garota levantou-se, falando alterada, e o homem a encarou. Não gostava de ver sua irmã nervosa, ainda mais quando era tudo culpa do seu cunhado idiota.

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