A DIVINA COMÉDIA

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Os fundadores elegeram a Divina Comédia, (obra atribuída à Dante Alighiere, mas que pode ter sido obra escrita coletivamente, numa universidade, por uma turma  numerosa de eruditos a serviço,na opinião do Clube, do partido Gibelino.) como um exemplo perfeito de produto cultural elaborado pela
mente in-nebular.
Uma prova a favor dessa hipótese é que a obra toda se apóia em apenas dois egos, o de Dante e o de Virgílio, para expressar a consciência de uma multidão incalculável de almas sem ego. Mas mesmo os egos de Dante e Virgílio são dissolvidos na contemplação distante, passiva e estática de um Self excessivamente complexo porque composto pela união forçada dos opostos, inferno, purgatório e paraíso.

O texto acima foi colhido de uma das apostilas da "Universidade Aberta"* que o Clube fornecia aos "clubistas", encontrada na biblioteca do poeta desaparecido do mundo, como por
encanto, a coisa de doze anos.

*Universidade Aberta foi o nome de um curso de "metafísica prática" ministrado em fascículos aos clubistas durante as "festas".

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