CLUB TURUT

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Quero que todos eles me esqueçam e quero esquecer todos eles. Não é tão fácil assim. Se eles não tomarem a iniciativa de se comunicar comigo, também não vou querer me comunicar com eles.

Tenho o telefone deles. Só quero saber se os gêmeos se parecem comigo. Um ano e meio se passou sem que me dessem qualquer notícia sobre o nascimentos dos meus filhos netos (não fiz exame de dna para saber se ela é mesmo minha filha ou só imagino que seja. E ainda acho cedo para pedir o teste para os gêmeos)

Telefone-i. Tivemos uma conversa cordial e fico informado que a menina está bem e que o menino nasceu morto.

Sento no sofá faço minhas inferências e concluo que foi o Turut que fez por onde Sonja ter Cora comigo e depois Cora ter os gêmeos comigo. Tenho agora 55 e daqui a quinze anos terei, se ainda estiver vivo, 70 anos. Um patriarca pré histórico ainda pode procriar nessa idade. Imagino que o Clube possa fazer minha filha neta cruzar meu caminho.

Nos próximos 15 anos estarei rastreando todos os passos deles.
Nesse ano e meio comprei um computador e uma impressora somente para pesquisar sobre as atividades deles no mundo.
Consegui já alguns resultados. Eles mudam de fachada, Turati foi um de seus nomes. A etimologia da palavra turati se perdeu no tempo, mas vi a palavra associada a imagem de uma cabeça de touro vermelha. Essa imagem é a imagem mais antiga do deus-demônio da fertilidade masculina. Arquétipo pré histórico adorado pelo patriarca troglodita.

O touro é daltônico, só percebi o preto e o branco, vê o vermelho e o verde como tons de cinza.

O touro! A moeda de 1/4 de Euro de ouro que recebi do Turut é chamada de Touro Eurotopcoins.

O brilho da moeda deixa minha visão pesada. Estou entrando em transe.

Estou de volta ao Nam Koo Terrace, está acontecendo um ritual da fecundação em volta de um crânio de touro.

Agora estou na primeira festa. A porta de entrada é vermelha pelo lado de fora e verde pelo lado de dentro. A cor vermelha permite que minha "psique vermelha" entre nesse "templo do inferno" e a cor verde à impede de sair.

A Porta Cinza! Depois do ritual passamos por uma porta cinza, estamos saindo do Vale dos Ventos.

O primitivo arquétipo do deus-demônio tem trânsito livre entre as duas psiques.

Infiro que que eles hipnotizam também a camada mais antiga, pré-histórica e troglodita da psique dos
clubistas. A esse quarto nível da hipnose chamarei de hipótese cinza.

Vejo que a cor do armário em que está trancafiada a minha alma é cinza mas isso não tem nada a ver.

Sei que que a deusa Vênus é o estereótipo cultural de um arquétipo pré histórico complementar do "arquétipo turati". Será que naquele passado tão longínquo eles dividiam o mesmo signo do círculo e do triângulo?

Dígito e encontro a figura de um crânio de touro inscrito dentro de um círculo e um triângulo.

O crânio do touro me faz lembrar o gêmeo morto. Minha imaginação está indo depressa demais, longe demais , não posso tranca-lá no armário, tenho que fazê-la parar. Vou até a mala de Odo onde guardei a arma que ele apontou para mim. Pego a arma, aponto para minha cabeça. Atiro!
Ouço um clik, dois clik's, três... tiro o dedo do gatilho, a arma está descarregada.

Tomo consciência de fui condicionado para a auto destruição, eles tomaram o cuidado de que isso não aconteça antes que possam tirar tudo de mim.
Mesmo assim tenho que tomar cuidado quando estou em estado de "transe consciente", se eles tivessem esquecido de descarregar a pistola antes de irem embora, eu teria me matado ha coisa de um minuto.

E Odo? De que ele morreu afinal? O bom senso me diz que foi por asfixia devido a perca da respiração através da pele, por causa dos poros que ficaram fechados pela película de tinta. A pequena extensão de pele que não foi coberta pelo esmalte não foi suficiente para manter a quantidade suficiente de oxigênio no cérebro. Também a quantidade de ar dentro da mala era mínima.

Lembro que cheguei a sentir o seu pulso sem pulsação, depois coloquei seu corpo dentro da mala. Dessa vez fechei todo o zip, não entrou mais ar ali dentro.

Somente agora é que posso perceber o meu erro, a pulsação estava muito fraca para ser sentida pelo tato, mal havia oxigênio para
material o coração funcionado, mas
ele estava vivo.

Conclusão! Eu não fui somente condicionado para a auto destruição, o fui também para destruir. Conscientemente eu não queria matar, mas inconscientemente sim!

Agora tenho todo tempo do mundo para investigar as atividades do Clube no mundo. Sou vou parar de fazer isso quando morrer.

História sem Título Where stories live. Discover now