Capitulo Dois

12K 811 126
                                        


Victoria

Cheguei extremamente cedo no F.B.I. Nem John tinha chegado ainda. E muito menos o chato do Blake.
Soltei minha bolsa em cima da mesa e deslizei na minha cadeira, ligando o computador no processo.

Já que o Agente Blake quer fazer o trabalho sozinho, eu também vou seguir seu exemplo. Eu vou começar a traçar meus planos sozinha.

Corri meus dedos pelas teclas, transformando minhas ideias em letras digitais. Minhas teorias, meus planos de ataque, tudo. Eu iria criar arquivos e arranjar um meio de colocá-los em prática. Vamos ver quem é melhor nisso, Nathan Blake.
Eu não cheguei até aqui por acaso.
Fiquei tão concentrada que não percebi sua aproximação.

- Ora, ora. Alguém acordou com vontade de trabalhar hoje. - alfinetou.
Continuei encarando a tela à minha frente e ignorei sua tentativa de me tirar do sério logo cedo.

Vi seus movimentos pelo canto do olho. Ele caminhou até sua mesa, ligando seu notebook e retirou a jaqueta marrom, pendurando-a nas costas da cadeira. Pegou uns papeis na gaveta e se aproximou, jogando na minha mesa, fazendo o som do baque seco preencher a sala silenciosa.
Levantei o olhar até ele. E peguei os papeis, examinando-os.

- O que é isso?

- Não sabe ler? - soou grosso. Fitei ele com raiva.

- Você é sempre assim ou o problema é comigo? - perguntei irritada. Ele rolou os olhos.

- Com certeza você é o problema. - me encarou sério.

Ignorei suas palavras. Na verdade se eu não quisesse virar uma assassina eu teria que ignorar ele por completo.

- Esses são os planos de ataque que vamos seguir, Agente Carter.

- O quê?! - o olhei chocada. - Não! Não pode! Eu ainda não apresentei os me... - ele me interrompeu.

- John já assinou, como você pode ver. É oficial.

Pulei para as últimas páginas e li a assinatura de John, feita com um floreio no J e no R do seu sobrenome.
Senti meu sangue esquentar e uma raiva enorme transpassar pelos meus poros por estar sendo deixada pra trás. Literalmente.

- Esse caso é meu, Blake. - falei entredentes.

- Ninguém está dizendo o contrário. Apenas estou dando minha ajuda, conforme foi solicitada. - deu de ombros.

- Você não está ajudando! Será que não percebeu que a única coisa que você fez foi se impor sobre tudo e todos? Você não sabe o que é trabalhar em equipe! - gritei.

- E você sabe, Carter? - debochou sustentando meu olhar flamejante.

- Não sou eu que estou impondo minhas vontades. - rebati e ele sorriu.

Argh! Como eu odeio esse risinho tosco.

- Alguém tem que trabalhar aqui não acha?

- Eu sinceramente não consigo mais... - murmurei cansada. - Eu vou pedir ao John pra me remover desse caso. Com licença. - afastei minha cadeira, soltando os papeis na mesa e sai.

Senti seu aperto em meu braço. Virei o encarando.

- Você se rende assim tão fácil? - perguntou com seus olhos verdes fixos em mim.

- Eu não me desgasto com o que eu posso evitar. - murmurei e puxei meu braço do seu aperto, batendo a porta atrás de mim.

...

De nada adiantou falar com o John. Ele me ignorou e se negou em me tirar do caso. E ainda me pediu para não causar problemas com o " Agente Blake".
Eu estava perdida nessa loucura.
Não foi o que eu imaginei para alcançar um lugar ao sol aqui dentro do departamento federal.
Dei um suspiro cansado e Megan me olhou.
Ela era a gênia dos computadores aqui dentro. E analisava perfis como ninguém. Não tinha o que Megan não descobrisse sobre a vida de alguém. Ela puxava tudo. Até o Jardim de infância onde a pessoa frequentou. Tínhamos muito em comum nesse quesito. Ela analisava perfis. Eu analisava pessoas. Ela buscava pelo exterior, eu procurava na alma. No fim das contas as duas maneiras estavam relacionadas.

Jogo DuploOnde histórias criam vida. Descubra agora