Capitulo Trinta e Três

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Victoria


- Vic, chegaram mais estas, quer que eu te ajude a arrumar? - Violet se ofereceu para tentar colocar ordem na bagunça da minha nova casa.

Nova casa...

Suspirei deixando meu olhar vagar por todos os cantos. Seattle estava fria e chuvosa, como sempre, e quase um mês depois da nossa conversa sobre construir nosso futuro nessa pequena cidade úmida, finalmente estávamos aqui.
Violet arranjou uma casa grande e espaçosa, com uma árvore gigante de, provavelmente mais de trezentos anos, fincada no jardim. E ainda ficava na mesma rua da minha antiga casa, só um pouco mais para baixo. Ela fez questão disso para nos manter por perto e ficar perto da neta também. Tom apoiou a ideia.
Nathan veio uma semana antes para acertar o contrato de compra e venda e minha mãe o ajudou a escolher algumas mobílias, apenas o básico. E depois de tudo acertado, ele me trouxe e fomos juntos escolher o restante das coisas, incluindo os móveis do quarto da nossa filha, que acabaram de chegar e estavam amontoados na minha sala.

- Acho que vou aceitar sua ajuda mãe. - murmurei exausta.

- Cadê o Nathan? - indagou, concentrada em arrastar caixas para dentro.

- Foi para Los Angeles, resolver a situação do Tyler. - só estávamos aqui há três dias e ele já precisou me deixar.

- Ah... Eu queria que tudo terminasse bem para aquele rapaz. Ele não me pareceu má pessoa. Só que... Não soube fazer boas escolhas na vida.

- É, também acho.

Ela arrastou todas as caixas e não me deixou mover um dedo. Abrimos algumas para ver se vieram as cores certas e Violet aprovou meu bom gosto.
Passamos a tarde tomando chocolate quente e Nathan ligou para avisar que chegaria um pouco tarde, porque o voo atrasou.

- Eu durmo aqui com você, não se preocupe.

- Mãe, não precisa. Eu sei me virar. Eu morava sozinha esqueceu?

- Eu sei. Mas você está grávida e uma grávida não pode ficar sozinha. - decretou me puxando de volta para o sofá.
Revirei os olhos me deixando ser aconchegada pelo seu abraço quentinho. Abraço de mãe...

Acordei com um beijo suave em minha testa e eu soube quem era antes mesmo de abrir os olhos.

- Nathan... - murmurei sonolenta e ouvi seu riso.

- Volte a dormir, ainda é cedo. - ele ajeitou minha coberta e eu abri os olhos, lutando contra o sono.

Ainda estava escuro lá fora e eu estava na minha cama e não no sofá. Tentei perguntar sobre minha mãe, mas acho que só consegui resmungar. Nathan riu e disse que ela estava dormindo no outro quarto e eu voltei a fechar os olhos, sentindo seu corpo frio se aconchegar no meu.

- Você ta frio... - reclamei o empurrando.

- Estou tentando me esquentar... - ele sussurrou, voltando a enlaçar minha cintura com suas mãos geladas me fazendo pular.

- Nathan! - bati em seu peito e ele riu antes de colocar o lençol entre nós e me abraçar por cima.
Suspirei satisfeita e ainda quentinha, voltando a dormir.

...

- Bom dia, mãe. - beijei sua bochecha sentando ao seu lado na mesa da cozinha.

- Bom dia, amor. - ela sorriu me passando um pote com frutas picadas. - Está com fome?

- Um pouco. - experimentei as frutas.

- O Nathan chegou hoje bem cedo. Era madrugada ainda.

- Ah, eu pensei que tinha sonhado já que acordei e não o encontrei na cama.

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