Capitulo Vinte e Quatro

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                  Victoria


Vasculhei todo o lugar vazio. Droga. Mas uma vez aquelas malditas conseguiram escapar.
Digitei o número de Megan e depois de chamar infinitamente ela atendeu.

- Não tem nada aqui, Megan. Tem certeza que era esse o endereço. - perguntei esgotada, chutando um cascalho até bater numa pedra grande que existia ali.

- Claro que sim, Vic. Eu chequei o endereço.

- Tudo bem. Elas conseguiram escapar de algum jeito. - murmurei chateada.

Eu esperava encontrar Nathan junto com elas. - E o Eric, apareceu? - agora estava irritada.

Como aquele imbecil some no primeiro caso?

- Não o vi. Estou na sala de monitoramento, se ele apareceu não sei dizer. - escutei o barulho dos seus dedos digitando freneticamente.

- Tudo bem. Vou direto pra casa e aproveito pra checar se o preguiçoso não está em casa dormindo. - tentei brincar mas eu estava realmente decepcionada e irritada com sua atitude.

Desliguei.

Dispensei o pessoal da força-tática e dirigi para casa.
Será que aconteceu alguma coisa com o Eric?
Estranho.

Assim que cheguei no prédio resolvi verificar se ele estava mesmo em casa.

- Eric? - chamei encarando a sala vazia.
A porta estava entreaberta e eu a empurrei com cuidado, entrando no local.

Passei toda a tarde procurando por ele. Tive que me virar sozinha no FBI, porque ele não apareceu para trabalhar hoje.
O porteiro me garantiu que ele estava em casa. E no entanto o lugar estava vazio. Me senti péssima entrando dessa maneira na casa de outra pessoa. Mas eu estava preocupada com ele.

- Eric! - chamei mais alto dessa vez.

Não houve resposta.

Soltei um suspiro indignado e resolvi dar meia volta e sair de fininho. Depois eu falaria com ele.
Esbarrei na mesinha de centro e acabei derrubando um vaso cheio de bolas de gude, que estava sobre ela.

- Droga, Vic! Sua desastrada... - resmunguei me inclinando afim de catar as bolinhas que escapavam do meu alcance.

Juntei quase todas quando notei uma chave sobre o tapete. Catei as últimas bolinhas que se esgueiravam por baixo da mesa e puxei a chave junto.
Algo nela chamou minha atenção.
Tinha um desenho abstrato nela que era igualzinho ao da minha... Chave.
Arregalei os olhos surpresa. Essa era a minha chave. A cópia dela pelo menos.
O que a cópia da chave do meu apartamento fazia aqui?
A engrenagem do meu cérebro começou a girar e de repente algumas coisas começaram a ficar claras para mim.
Foi Eric que roubou os papeis.
Foi ele que entregou Nathan.
Tudo fazia sentido agora. Seu interesse em ficar meu amigo. Era tudo um plano para ocupar o lugar de Nathan no FBI. Ele queria ser um agente federal desde o início e encontrou a brecha que precisava quando descobriu a traição de Nathan.
Tudo por minha culpa!
Por que eu não destruí aqueles malditos papeis, droga!
Mas será que ele também fazia parte da máfia ou estava sozinho nessa?

Um barulho na porta chamou minha atenção. Levantei rapidamente, guardando a chave no bolso e me esgueirando até a parede do corredor, me protegendo da vista dele.
A porta foi aberta e percebi ele ficar em alerta quando percebeu que estava destrancada. Falava no telefone e franziu o cenho rodando a sala inteira com o olhar.

- Te ligo depois. - falou para a pessoa no celular e desligou.

Sua mão estava enfaixada e seu nariz um pouco inchado.
Retirei minha arma com cuidado do cós da calça, pensando que foi mesmo uma ótima ideia eu não ter passado em casa depois de vir direto do trabalho.
Percebi ele parar perto de uma maldita bolinha que tinha conseguido escapar e se abaixar, devolvendo ela no lugar. Não relaxei com isso. Seus movimentos estavam tensos e eu percebi que ele tinha notado algo estranho, começando pela porta.
Parei por um momento, cogitando se eu deveria fugir daqui ou aparecer fingindo que não sabia de nada. E quando ele se abaixou, derramando todas as bolas do vaso e procurando nervoso pela MINHA chave, eu decidi que não poderia fugir. E muito menos fingir que não sabia o que estava acontecendo. Simplesmente não dava para ignorar que era por causa desse estúpido que Nathan estava em apuros.
Filho da mãe!

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