Capitulo Dezenove

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Victoria



Lavava concentrada, a louça suja do nosso jantar quando, senti braços rodearem minha cintura e um beijo ser depositado com carinho em minha nuca, fazendo um arrepio surgir involuntariamente.

- Deixa isso aí. - sussurrou rouco em meu ouvido.

- Já tô acabando. - falei tentando ignorar as sensações que sua barba um pouco crescida estava provocando ao ser deslizada ao longo do meu pescoço.

Ele me virou para ele e retirou a esponja da minha mão, jogando-a dentro da pia cheia d'água. Afundou o rosto em meu pescoço, me puxando num abraço apertado.

- Eu quero aproveitar você o máximo... A gente não vai poder se ver sempre. - resmungou triste.

- Nathan... - toquei seus fios acobreados carinhosamente.

Felicidade e tristeza estavam em conflito dentro de mim. Eu estava feliz por tê-lo livrado do FBI. Mas não conseguia evitar a tristeza de ter que deixa-lo. Ficar longe dele seria uma tortura.

Ele me levou até a sala, se afundando no sofá comigo colada em seu peito forte e quente. Segurou minha coxa, me fazendo enlaçar seu quadril, sua mão descansando sobre ela e seus dedos passeando suavemente entre meus cabelos, fazendo um carinho que me dava sono.

- Não sei o que devo fazer, Vic. Acho que isso foi uma imprudência nossa. Eu não quero que você se complique por isso. - reclamou aborrecido me fazendo revirar os olhos.

- Ei! Eu estou com você até o fim. Desde aquele dia em que eu resolvi esquecer tudo e me entregar à você de todas as maneiras. - toquei sua bochecha fazendo-o me olhar.

- Eu não sei que futuro podemos ter... No que eu me tornei agora? Um fugitivo da justiça? - indagou enojado.

- Isso faz de mim uma cúmplice? Afinal, eu planejei sua fuga.

Esfregou o rosto nervosamente. Retirei suas mãos, puxando seu rosto pra perto.

- Você não pode ser julgado como traidor quando a única coisa que você fez foi interferir no sistema para proteger seu irmão, Nathan! Você não deixou vazar nada sobre a nossa segurança para a máfia. Não comprometeu nossa força tarefa dando informações da nossa segurança! Você não é o malvado que estão querendo pintar na história.

- Mas eu fechei os olhos desse sistema, Victoria. - soltou um resmungo sofrido. - Eu contribui, ainda que inconsciente, para a destruição de milhares de pessoas quando deixei que a máfia tivesse sucesso em seus contrabandos e suas coisas ilícitas. Pessoas que são como meu pai, Vic... Fracas. - me lançou um olhar culpado.

Devolvi um olhar cansado e deslizei minha mão em seu rosto torcido pela preocupação.

- Eu sei... - sussurrei. - É inegável que você cometeu erros. E que esses erros tomaram grandes proporções. Mas você não entende? O que eu quero dizer é que não existe provas contra você em relação a máfia! - ele ficou ainda mais confuso. - Alguém entregou papeis ao John. Papeis que continham informações sobre você. - apontei.

Soltei um riso nervoso quando percebi que ele não entendia meu raciocínio. Apertei seu queixo com força, trazendo seu olhar outra vez pra mim.

- Nathan, tem alguém, que não sabemos quem, que está dentro do nosso sistema e quer sua pele! - falei devagar e ele ficou em alerta.

- Você quer... quer dizer que alguém está tentando me incriminar é isso? - indagou cético. Eu assenti convicta.

- Mas como você descobriu sobre mim e a mafia então? Não faz sentido!

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