Jogo Duplo

Capitulo Trinta e Dois

Nathan

Segurei as sacolas com desgosto. Agora teria que esquentar a comida, estava completamente fria.
Sai do estacionamento indo direto para o elevador e a voz de George me fez parar.

- Senhor Blake?

Parei, virando para olha-lo.

- O senhor estava no estacionamento? Eu não o vi passar.

- Também não vi você por aqui. Cuidado, George, precisa estar alerta. - avisei com seriedade e ele assentiu sorrindo. - Preciso subir senão meu jantar já era. - levantei as sacolas.

- Claro. Ah, senhor Blake? Seu amigo esteve aqui perguntando pelo senhor e pela senhora...

- Que amigo? - indaguei confuso.

- Um rapaz, moreno, um pouco musculoso...

Franzi o cenho desconhecendo completamente a fisionomia desse "amigo".

- Não, não, George. Não lembro de nenhum amigo com essas características.

- Não? Mas ele garantiu que era seu amigo. Até sabia tudo sobre o senhor e dona Victoria, e por isso eu o deixei subir.

- Você o quê! - gritei e ele me olhou assustado.

- Me... Me desculpe. - gaguejou.

- Ele disse como se chamava?

- Jones... Só disse isso.

Merda!
O desgraçado do Jones estava aqui.

Encarei George com fúria e agarrei ele pelo colarinho. Seus olhos só faltaram pular do rosto.

- Eu vou subir e você fica aqui e ligue para o FBI. Entendeu? - ele assentiu rapidamente. - Diga à eles que Eric Jones está aqui e eu preciso de reforços. Vai! Rápido! - gritei antes de solta-lo e socar os botões do elevador.

A porta abriu e eu caminhei com cuidado até minha porta entreaberta. Passei por ela buscando Vic com o olhar e a encontrei sentada no sofá e o Jones à sua frente. Ela me encarou. Seus olhos brilhavam de raiva. Eu sabia que ela estava planejando pular no pescoço dele a qualquer momento.
Ele virou, sorrindo.

- Blake! Eu estava mesmo te esperando. Na verdade eu estava aqui acertando uma conversa pendente que eu tenho com a Vic. Ela me deve uma.

- O que você quer? - me aproximei a passos lentos estudando uma maneira para encurrala-lo.
Ele percebeu, e no minuto seguinte levantou a mão deixando à mostra o revólver que segurava. Parei, com o olhar fixo no cano prateado.

- O que eu quero? - debochou. - Ah, são tantas respostas que eu poderia dar... Vamos começar por minha liberdade.

- Não podemos fazer nada. O John é que é o chefe. - falei tentando soar despreocupado, mesmo vendo ele tão perto da Victoria com uma arma.

- Graças à Vic que atrapalhou meus planos... - olhou para ela irritado. - Sabe que eu ainda sinto a dor daquela coronhada?

- Você mereceu! - ela cuspiu cheia de raiva.

- Éramos bons amigos, Vic. Poderíamos ter sido felizes se você não tivesse escolhido ele...

Mantive minha expressão impassiva, tentando achar uma brecha para desarma-lo.

- Você nunca foi meu amigo. Você é um traidor! Isso é tudo que você é. - ela acusou.

- Ele também é um traidor e isso não impediu seus sentimentos por ele! - gritou exaltado, chegando mais perto dela.