Capitulo Catorze

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Nathan

Cada toque parecia certo. Suas mãos em mim. Minha boca sob a dela. Sua entrega...
Sondei seu rosto em busca da mínima reação que pudesse me fazer parar com o que estávamos prestes a começar. Mas ela não vacilou. Estava tão decidida quanto eu. Vibrei internamente, sentindo-a receptiva as minhas carícias. Seu ofegar, seus murmúrios incontidos, se contorcendo sob minha pele.
Difícil não deseja-la.
Seu cheiro, sua pele macia, o gosto dos seus lábios... Seus gemidos...
Senti meu peito inflar de felicidade por tê-la tão entregue.

Ofeguei pairando sobre ela e fitei seus olhos intensos. Deixei um beijo em sua testa e apoiei a minha contra a dela, sentindo seu resfolegar, em busca de oxigênio. Seus dedos caminharam pelas minhas costas e seguiram o contorno da minha cintura, passeando pela minha barriga. Me deixei cair sobre ela, apertando-a contra a maciez do colchão, segurando meu peso sob os antebraços.
Afastei seus cabelos encostando meus lábios sob os seus vermelhos e inchados pelos beijos trocados. Eu não queria soltá-la nunca mais. Suspirei com satisfação, passeando meu nariz pela sua clavícula.

- Nathan... - murmurou suavemente, me fazendo fitar seu olhar preguiçoso.

- Hm?

Eles piscaram sonolentos.

- Estou com medo.

- Medo de quê? - falei preocupado.

- Desse futuro em branco... Não consigo enxergar saída para nós.

- Hey! Vamos ficar juntos. Vamos achar a saída... é só ficarmos juntos. - toquei sua bochecha. - E para que isso nunca acabe, eu vou pedir você em todos os últimos dias do ano. - beijei seu nariz.

- Só nos últimos? - arqueou uma sobrancelha.

- Não... Claro que não. Quero você todos os dias. - murmurei em sua boca, que respondeu envolvendo a minha e retribuindo o beijo com carinho. - Todos os dias que você não me fizer raiva, é claro.

Ela deu um tapa em meu peito e se afastou, fingindo estar aborrecida.

- Idiota.

Gargalhei, nos virando na cama e prendendo ela sobre mim. Que se remexeu inquieta e dois segundos depois reacendeu a necessidade que sentíamos um do outro, me fazendo senti-la com todos os detalhes durante o resto da noite.

Oh, Deus! Essa mulher é perfeita.

...

Um vento frio soprou sobre mim, e junto com ele, respingos de água caíram sob minhas costas nuas.
Forcei meus olhos, abrindo-os ainda sonolento, e encontrei Vic dormindo pacificamente de bruços e com o rosto virado para mim. Coberta apenas pela metade do lençol e sua pele arrepiada denunciava que sentia frio, mesmo inconsciente. Virei devagar encontrando a janela aberta e nuvens pesadas nublavam o céu, anunciando a tempestade que não demoraria a cair.
Voltei minha atenção para a bela mulher que dormia ao meu lado.

Victoria...

Senti um sorriso se formar em meus lábios, e me aproximei, puxando o lençol sobre ela e deixei um beijo em seu ombro nu, enquanto levantava para ir fechar a incômoda janela.

Senti o sono se esvair por completo, quando desci e percebi o ar rarefeito, a brisa salgada do mar respingou em toda varanda, e as ondas bravas prenunciavam que a chuva seria forte.
Verifiquei se todas as portas estavam bem fechadas e fui até a cozinha, preparar algo para comer. Sabia que Vic odiava cozinha e suas experiências com comida se baseava apenas em comê-las.
Fritei alguns ovos, fiz torradas e suco, e coloquei algumas frutas na bandeja.
Limpava a bagunça sobre a pia quando um trovão rasgou o ar, fazendo um estrondo ensurdecedor e segundos depois a chuva começou a cair fortemente sobre o telhado. Olhei pela pequena vidraça da cozinha e um raio cortou o céu e mais uma vez outro trovão soou ainda mais forte. Seis da manhã e parecia noite. O céu estava carregado de nuvens escuras e espessas. Minha mãe sempre dizia que tempestades no mar, ou perto dele, eram as mais violentas.

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