Capitulo Treze

10.8K 692 55
                                    

                  Victoria

Encontrei Nathan na minha mesa, na semana seguinte. Sorri aliviada por ver que tinha se recuperado. Continuava distante. Talvez fosse melhor assim.

John nos cobrou sobre o caso, mas conseguimos estender um pouco o prazo. Já que estávamos no final do ano, ele aceitou com a condiçao de que não passasse dos dois primeiros meses do próximo.
Percebi Nathan pensativo durante todo o dia. E Megan pulava saltitante, de um lado para o outro, confirmando as presenças em sua festa de réveillon.
Já fazia quase uma semana que ela me perturbava para que eu confirmasse minha presença. Mas a verdade era que eu estava sem a mínima vontade de comemorar nada.

- Victoriaaa! Vamos, vai ser legal! - insistiu me abraçando pelo pescoço.

- Sinto muito, Megan. Não estou no clima.

- Ah, qual é?! Ano novo, vida nova... Por favor... Não será a mesma coisa sem você. - me olhou pidona.

- É que...

- Por favor, por favor, por favooor...

Deus do céu! Megan era impossível quando queria alguma coisa.

Soltei o suspiro mais cansado que consegui. E ela continuava me olhando em expectativa.

- Tudo bem. Eu vou.

- Aaah, Vic! - bateu palminhas, estalando um beijo na minha bochecha. - Você vai se animar, vai ver.

- Não apronte nada, Megan. - alertei desconfiada.

Ela gargalhou.

- Lógico... que não.

Saiu, indo procurar outras pessoas para perturbar.
Peter me encontrou no corredor e me parou, querendo saber quando eu iria abrir o jogo sobre Nathan. Pedi para ele ficar calado e esperar mais um pouco. Ele concordou a contragosto.
Mais tarde, Megan apareceu me mostrando a sua lista de convidados confirmados e eu desanimei um pouco quando percebi que o nome de Nathan não estava na lista.

- Vic? Victoriaa?

Sua voz me despertou.

- Oi. Desculpa, não ouvi.

- Estava perguntando se você queria incluir alguém?

- Não, não, Megan. A festa é sua...

- A festa é nossa. Vai, pode indicar alguém. Aquele seu vizinho bonitinho! Eric é o nome dele não é?

- Posso perguntar se ele quer ir.

- Claro! - sorriu animada, já rabiscando o nome dele no papel.

Uma vontade imensa de perguntar por quê o nome do Nathan não estava ali me preencheu. Mas me controlei.
Esperei que ela comentasse algo, mas ela não deixou escapar nada. Se despediu dizendo que me mandava o endereço e o horário da festa por email, e que um motorista iria me buscar. Revirei os olhos para o seu exagero, mas não discuti com sua loucura.

Avisei ao Eric sobre a festa e ele aceitou animado. Combinei de sairmos juntos com o tal motorista que Megan havia arrumado.
No dia seguinte não avistei Nathan na agência, nem em qualquer outro lugar. Megan me informou a hora que o carro ia passar no meu prédio e repetiu trezentas vezes para que eu não me atrasasse. Prometi que não, e as seis da tarde em ponto eu desci e encontrei o carro prata, com os vidros fechados por completo. Parei, ajeitando meus saltos e meu vestido, para voltar a caminhar, indo até a porta do passageiro aberta. Procurei pelo Eric e nem sinal dele. Entrei fechando a porta e pegando meu celular para avisá-lo que o carro já estava aqui. Chamou até cair na caixa postal. Tentei mais uma vez e ele atendeu no terceiro toque.

Jogo DuploOnde histórias criam vida. Descubra agora