Capitulo Quinze

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Nathan

Caminhei firme até o interior do Galpão.
Tyler estava parado em frente ao elevador que existia ali. Sorriu com deboche quando me aproximei.

- Acabou a lua de mel? - gargalhou.

- Gosta dos seus dentes, Tyler? - indaguei sério e o babaca me encarou confuso.

- Gosto, porquê?

- Por que está prestes a ficar sem eles se abrir sua boca outra vez para soltar suas piadinhas de mal gosto. - falei aborrecido e ele engoliu o sorriso.

- Vamos logo. Ária está com saudades. - debochou.

Bufei empurrando suas costas e sua gargalhada estrondosa preencheu o elevador.

Ária estava sentada numa poltrona, com alguns papeis em mãos e voltou sua atenção para mim, quando percebeu minha aproximação.

- Ora, ora. Meu querido Nathan resolveu aparecer? - dispensou um dos seus capangas com um gesto.

Percorreu meu corpo com os olhos, como sempre fazia, e sorriu, me convidando a sentar ao seu lado.

- Eu me pergunto por quê demorou tanto, querido Nathan? - me olhou com desdém.

Eu tinha certeza que ela sabia a resposta. Só estava querendo me testar.

- Assuntos pessoais. - murmurei e ela riu.

- Você quis dizer, problemas pessoais, não? - me encarou de perto e seus olhos cintilaram de raiva contida. - Oh, talvez esse "problema" até tenha nome. Victoria Carter, estou certa?

Encarei Tyler logo atrás, fingindo não escutar a conversa. Com certeza foi ele desde o começo. Estava dando informações dos meus passos para essa louca.

- Não vejo como isso possa ser do seu interesse. Nossos assuntos são estritamente " profissionais" - frisei deixando claro a situação.

Ela riu, se movimentando como uma cobra prestes a dar o bote e passeou os dedos pelo meu braço, chegando mais perto.

- Você sabe o quanto eu quero tornar isso pessoal e íntimo, Nathan. - murmurou no meu ouvido.

- Ária, é melhor falar logo sobre o assunto que me trouxe aqui. Não tenho muito tempo. - olhei o relógio, me afastando discretamente dela.

- Sabe que ainda vou te ter em minha cama não sabe? - voltou a se aproximar. - Huh? - seu olhar doentio.

" Só nos seus sonhos" , pensei com deboche.

- O assunto... - insisti ignorando sua loucura.

Ela me analisou por dois segundos e suspirou lentamente.

- Teremos um grande carregamento para despachar hoje. O problema é que só podemos transporta-lo pelos navios cargueiros. E aquela agente de quinta atrapalhou meus planos quando colocou aquela área sobre monitoramento. - bufou olhando as unhas pintadas de vermelho. - Então, sua presença aqui é justamente para nos ajudar a resolver isso. Quero que de algum jeito de retirar aquela área do radar do FBI. - mandou.

Encarei ela passivamente. Lutando internamente contra a vontade de mandar ela e toda a sua máfia para o inferno.

- Sinto muito, mas não posso fazer isso.

- Como é que é?! - me jogou um olhar de fúria.

- Não é o local que está no radar. É você. Sua máfia. - retruquei calmo.

- Dê um jeito nisso então! Quero notícias positivas sobre esse assunto daqui à dois dias. - virou as costas caminhando até umas caixas.

- Acho que não posso fazer nada dessa vez.

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