Dois

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Eu estava esgotado, meus músculos corporais estavam dormente, parecia que eu tinha passado a noite transando. Mas, eu bem sei que isso não é verdade. Viajar de Portugal para Itália é bem light, mas acontece que eu não durmo direito há dois dias, pois estou tentando resolver o problema da Alessandra.

Não foi fácil deixar ela e os bebês para trás, mas eu tinha que resolver alguns problemas de família, que não podiam ser adiados. Então aqui estou eu, me arrastando para dentro do hotel, seguido por um miniexército de seguranças. Somente ando por aí com no mínimo 8 guarda-costas, sem isso, nem ponho os pés na rua.

Deixando para o meu assessor pegar as chaves da minha suíte, me joguei no sofá lindo e clássico, localizado na recepção. Quase dormir ali mesmo, estava naquele momento do cansaço, o qual em qualquer lugar que encosto, eu durmo.

- Nick? É você mesmo?

Abri relutantemente os olhos para a voz feminina que me chamou, os meus seguranças automaticamente me cercaram, não permitindo a aproximação da mulher. Eles não devem estar reconhecendo.

- Podem parar, ela é uma amiga.

Quando eles se dispersaram, Valentina Leroy surgiu no meu campo de visão. Alta, loira e confiante, vestida fielmente ao seu estilo despojado. Ela se aproximou de mim, com um enorme sorriso no rosto, quando ficamos próximos ela depositou dois beijos no rosto, os famosos beijos italianos.

- Hey, Tina, o que você faz aqui? – Perguntei, quando ela se sentou ao meu lado, no sofá.

- Vim ver um prédio, onde possivelmente abrirei um estúdio. – Ela respondeu, lançando-me olhares estranhos. – E claro, vim aproveitar o clima italiano.

- Ah, claro. – Murmurei. – Pensei que você tivesse que inaugurar uma linha de roupa, ao menos foi isso que Aaron me disse.

- Não, eu iria participar da inauguração, a dona da grife é outra pessoa. – Ficamos em silencio por um tempo, então ela voltou a falar. – Veio ver a sua família?

- Sim, faz um tempinho que não os visito. – Franzi o cenho. – Não faz nem tanto tempo assim, mas para um Pazinatto, isso é uma eternidade.

- Vi sua mãe outro dia. – Foi o comentário dela.

Isso foi algo surpreendente, minha mãe quase não saia da nossa casa localizada no interior. Se a dona Ella veio a Roma, é por que algo grave aconteceu, e deve ser por isso que ela me chamou.

- Minha mãe?

- Sim, ela estava jantando num Bistrô. Parei para falar com ela, então segui caminho, pois já tinha um compromisso indispensável.

- Um cara? Já atacando aqui na Itália, Tina? – Indaguei brincalhão, mas percebi o corpo dela se enrijeceu. Valentina abriu um sorriso, que tremeu levemente.

- Não, imagina. – Foi a resposta. Ela desviou o olhar e começou a mexer distraidamente com o babado da sua camiseta.

- Olha, desculpa se falei algo de errado. – Disse, me sentindo estranho, ora ela não gosta de ser vista como uma mulher independente que pega geral? Então porque ela ficou estranha depois do meu comentário?

- Você não tem por que se desculpar, Nicolau. – Ela ainda não me olhava.

Aproximei a minha mão da dela, e segurei a mesma, massageando de maneira reconfortante. As mãos de Valentina eram pequenas e macias, mas minhas mãos engoliam a dela.

- Meu comentário foi infeliz, sei quando falo merda.

Valentina parecia surpresa com o meu toque, arregalou os seus grandes olhos cor de musgo, que ora ficavam totalmente escuros, e as vezes adquiriam um tom de verde escuro. Ela retirou as mãos rapidamente da minha, e ficou fitando a mesma, como se não acreditasse no que tinha acabado de acontecer. Eu só toquei a mão dela! O que isso tem de mais?

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora