Cinco

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Alessandra

Saía pela casa, com cada um dos gêmeos em meus braços, tentando encontrar tudo o que eu precisava para colocar na mala. Estava voltando para o Brasil. Bem, Gabriel estava vindo para Portugal, com o intuito de tentar extorquir mais dinheiro de mim.

Não daria esse gostinho para o meu marido, e tentaria mais uma vez obriga-lo a assinar os papeis do divórcio. Mas, não conseguiria tudo isso sozinha, por isso estava voltando para o meu país. Preciso do apoio da minha família, sem ela não consigo fazer tudo isso.

Sei que Nick disse que iria me ajudar, isso foi muito doce da parte dele, mas fazia vários dias que ele não dava sinal de vida. Então, resolvi agir e a primeira coisa que fiz foi comprar passagens para o Brasil.

Os meus dois pequenos gemeram, com toda certeza já estavam cansados de ficarem pendurados praticamente amontoados nos meus braços. Foi nesse instante que a campainha tocou, e eu gelei. O medo tomou conta do meu corpo, só de imaginar que poderia ser Gabriel...

Relutante, deixei os meninos no chão, onde havia estendido uma manta com vários brinquedos espalhados, e caminhei a passos lentos até a porta. Meu coração só faltava sair pela boca, quando finalmente alcancei o "olho mágico".

Franzi o cenho, quando fitei o homem parado do outro lado, que olhava em volta curioso. Ele tinha o cabelo um pouco grande, que tinha a tonalidade castanho-escuro, seus olhos são extremamente negros nem dá para distinguir a íris da pupila. Seu rosto é de traços bonitos, boca bem desenhada, nariz aristocrático, maças do rosto altas...bem, o cara parado em frente à minha casa é um verdadeiro gato.

Para, Alessandra, você não deveria estar reparando nisso. Ainda está casada, fugindo do marido e sendo protegida de um roqueiro mundialmente conhecido. Então, é totalmente desnecessário mais um homem bonito na sua vida...mesmo que esse homem fosse realmente um gato.

Afastei-me da porta e a abri, o desconhecido me analisou rapidamente (da ponta dos pés até o rosto) e então voltou a me fitar. Um sorriso tão diferente apareceu na sua boca. Não sei o porquê achei isso, mas era um sorriso que parecia esconder tantas coisas, meio misterioso...

- Olá, bom dia! Espero não ter vindo numa péssima hora. – Cortou o silencio entre nós, e deu uma espiadinha atrás de mim. Tenho certeza que algum dos gêmeos estavam vindo engatinhando.

- É sempre uma bagunça quando se é mãe de gêmeos, uma bagunça gostosa. Então, você nunca vai me encontrar num dia normal e relaxado. – Soltei uma leve risada.

- Ah, claro, imagino como seja.

- Então...quem é você?

- Oh, perdão pelos maus modos. – Estendeu uma mão grande na minha direção. – Sou Robert Wernersbach, acho que o sobrenome soa familiar para você, né?

- Aaron. – Murmurei. – Você é parente do Aaron.

- Tio. – Rob olhou para baixo e rapidamente se agachou. – Hey, campeão! Tentando fugir?

Olhei para onde ele estava e vi que Orion tentava passar por baixo da minha perna. Robert se ergueu com o meu pequeno em seus braços. Olhei para baixo e o meu outro gêmeo brincava tranquilamente.

A casa estava uma bagunça e eu ainda tinha que preparar as mamadeiras e limpar as roupinhas. O tio do Aaron estava ali por qualquer motivo que eu não sei, mas que não importava, ele estava aqui e eu precisava de ajuda.

- Tem experiência em cuidar de crianças? – Inquiri.

- Eu cuidei do Aaron.

- Isso não é muito reconfortante. – Brinquei e Robert riu.

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora