Vinte e seis

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Capítulo saindo na madrugada, seria esse o capítulo corujão? haha boa leitura :)

Quando a porte se abriu eu não fiquei nem um pouco surpresa, esses homens simplesmente não entendem que ás vezes precisamos ficar longe deles, do contrário voamos neles e arrancamos os olhos deles a unhadas. Nicolau Pazinatto não prezava muito pela vida dele, a sorte dele é que eu estava muito exausta de tudo o que tinha acontecido.

No mesmo dia que Aaron me pediu para ficar de olho no amigo dele, o dito cujo resolve me sequestrar. Agora eu pergunto: quem vai ficar de olho em mim? Ninguém vai impedir esse louco? E não impediram mesmo. Eu nem sei bem como ele conseguiu entrar no meu apartamento, não lembro de ter dado a chave a ele. E o que Nick fazia com Chase, por que ele tinha envolvido o rockstar decadente nas merdas dele?

A minha cabeça estava girando mais do que carrossel de tantas que eram as perguntas, e somada ao meu último mês...eu simplesmente fiquei exausta mentalmente. Então, só fiquei parada enquanto Nick entrava no único cômodo verdadeiramente mobilhado naquela casa, pelo menos era o que eu achava.

- Aposto que ligou e pediu socorro. – Ele disse assim que fechou a porta atrás de si.

- Sou capaz de lidar com dois idiotas sozinha, usei o telefone para pedir um voo.

Nick meneou a cabeça levemente e se aproximou de onde eu estava, que era encostada contra uma das estantes.

- É melhor não se aproximar muito, ainda estou espumando de raiva.

Nick ergueu as mãos em sinal de paz, e então encarou o meu rosto. Eu odiava quando ele fazia isso, pois eu era fraca quando se tratava do cara parado na minha frente, por mais que eu odeie admitir isso. O quão mais uma mulher pode ser boba por um homem? Eu disse que seria diferente, e cá estou eu pensando o quão bonito Nick está com a barba escurecendo o rosto dele. Amava esse pequeno desleixo.

Valentina, minha filha, acorda! Esse cara aprontou poucas e boas com você.

- Eu vim aqui para conversar, mas não tem uma forma fácil de dizer isso. Eu sempre tive dificuldade de me expressar, as palavras sutis sempre me pareceram escapar. Então, lá vai: minha família faz parte da máfia, estou recebendo ameaças e o alvo é você. – Abri a boca, mas Nick continuou. – Eles me drogaram, e depois disse na minha cabeça só veio a ideia de que eu precisava te proteger, e foi isso o que eu fiz. Foi uma maneira estupida, e totalmente ilegal? Obviamente, e eu não faria algo assim novamente... – Ele fez uma careta. – Ou talvez eu faria, meio que eu estou num fogo cruzado.

- Nick...

- E o pior de tudo é que eu não escolhi participar de tudo isso, simplesmente tive a minha vida invadida por pessoas que querem fazer mal a quem eu amo e isso me deixa totalmente insano. – Nicolau olhou para mim e seu rosto estava angustiado. – Eu faria qualquer coisa para manter você segura, e não há leis que me impeçam, pois acho que não exista prisão pior do que a de viver sabendo que você foi machucada por minha culpa.

Depois de todo esse discurso fiquei em completo choque. Máfia? Ameaça? E o mais importante para mim: ele quis dizer que me ama? Não com a tradicional frase, mas disse, certo? Não pude evitar o sorriso que apareceu nos meus lábios. Nick olhou para isso com as sobrancelhas franzidas profundamente.

- Eu digo tudo isso e você fica sorrindo?

- Você não é de todo ruim com as palavras, pelo menos eu não acho. Ás vezes é sutil como uma bazuca, e em outras é como o vento.

- Obrigado?

- De nada. – Sorri.

- Valentina, devo lembrar que nesse exato momento pessoas querem a minha cabeça numa bandeja e possivelmente a sua também?

- Você não fez nada para eles, e além disse a ideia desse seu plano horrível foi nos manter em segurança aqui nos Estados Unidos.

- Bem, eu não tenho escolha, sou odiado por ter o meu sobrenome, ou melhor por ter o sangue do meu pai nas veias. E por gostar de você, agora você está na mira também.

- Estamos seguros. – Garanti. – Aqui é longe da Europa.

- Eu poderia ir para uma outra galáxia, e nem assim me sentiria seguro, não com esses caras. Ainda mais porque acho que os irritei ao sair do país, não era esse o plano, mas fazer o que? Eu sou uma merda quando se trata de seguir um plano.

Me aproximei dele e Nick foi dando passos para trás, a cada vez que eu avançava ele retrocedia. E o fez até que as suas costas bateram contra a estante posterior a minha, abri um largo sorriso.

- Eu tenho um plano também, e ele inclui você e eu pelados. Com você me fodendo contra esses livros.

Nick engoliu em seco, e suas bochechas coraram. Ele era o único homem que eu conhecia que corava quando alguém falava sacanagem. Um fofo.

- Enlouqueceu mulher? Estão querendo matar a gente!

- No momento estou muito contente com algo que você disse, então cala a boca Nick. – Puxei as minhas calças jeans para baixo e desabotoei a minha camisa de flanela, lançando-a ela em qualquer canto.

Nicolau ficou olhando para a minha figura só de lingerie, seus olhos estavam obscurecidos e eu sabia que era de desejo. Passei uma unha longa por toda a extensão do seu rosto, senti que ele estremeceu sob o meu toque.

- Qual parte? – Finalmente perguntou.

- Hã? – Indaguei confusa, estávamos falando sobre o que mesmo?

- Hum...qual...hum.

Peguei a mão dele e a levei a um dos meus seios.

- Gosta disso? – Perguntei, praticamente um ronronar.

- Bastante. – Veio a resposta rouca e ele apertou levemente a carne, o mamilo endurecendo rapidamente. – Muito mesmo.

- E desse? – Levei a outra mão ao meu outro seio.

- Amo os dois.

Me afastei dele e caminhei até ao divã que tinha em um dos cantos do cômodo. Nick ficou me olhando sem entender.

- Se ama mesmo, vem pegar.

Deitei e fiquei esperando a decisão dele. Era a vez do Nick vir até mim, eu queria que ele me escolhesse ao menos uma vez.

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora