Dez

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- Te dou 5 segundos para arrumar uma desculpa boa, Sr. Pazinatto. – A voz do Aaron soou séria, assim que ele atendeu o celular.

Acebei retornando para o quarto e passei longos minutos tentando retirar o meu celular do bolso. Nunca uma tarefa tão simples me pareceu árdua. Pior, que eu sentia todo o meu corpo ficar acalorado de vergonha. Quando encontrei o bendito celular, retornei para o meu mais novo esconderijo.

- Eu preciso da ajuda de vocês. – Sussurrei. Nem sei o porquê deu estar sussurrando, já que tenho certeza de que a Valentina não pode me ouvir. Quer dizer, essas portas são tão finas que ela pode ouvir sim.

- E nós precisamos desse seu traseiro italiano aqui no estúdio. – Dessa vez era Elijah.

- Tem como tirar do viva voz? – Questionei. – Sei que não são os únicos aí.

- Conte-nos os detalhes sórdidos da sua noite, baby. – Luke disse com humor. – A sua vida é tão agitada quanto a da rainha da Inglaterra.

- Eu preciso de roupas limpas. – Retruquei, ignorando as piadinhas.

- Ora, isso é simples! É só levantar, dar alguns passos até onde as suas roupas estão. – Aaron estava sendo sarcástico.

- Não estou no meu quarto, e também não estou vestido. Entenderam a questão?

- Ah! – Luke exclamou. – Não entendi.

- Tem mulher no meio. – Elijah pontuou.

- Tem a minha garrafa de Jack no meio. – Aaron corrigiu. – Nick, seu filho da puta, estava guardando para o pré-show.

- Desculpa. – Sussurrei e massageei a têmporas, tentando aliviar a dor de cabeça que estava me impedindo de pensar direito.

Como se não bastasse a dor de cabeça, a vergonha, as bolas roxas e o fato de não lembrar nada do que aconteceu, após vomitar na Valentina; agora eu estava ilhado. Não sairia desse banheiro, nem mesmo de robe, preciso da proteção de várias camadas de roupas.

- Posso mandar Zach...

- Tudo bem!

- ...Porém quero ver com os meus próprios olhos em que situação você se meteu. – Aaron completou, ignorando a minha interferência.

- Eu só preciso da roupa, legal? Eu...

- Nick? – O chamado foi seguido de alguns toques na porta. Olhei assustado para porta, como se a Tina pudesse ter a visão de raio-x.

Okay, sei que posso estar sendo um pouco exagerado com essa história, porém sou extremamente tímido quanto a ficar pelado na frente de outras pessoas. Não tenho a mesma cara de pau do Luke, que não dá a mínima se está pelado na frente de uma multidão.

- Essa é a voz da Valentina? – Luke estava curioso, isso não era nada legal.

- Não, é a...hum...a camareira.

Segundos depois deu escutar a voz do Luke, um som estridente começou a soar do outro lado da porta, e isso foi seguido de uma gargalhada nada contida do guitarrista da Golden Blood.

- Luke, você não presta. – Murmurei.

- Escutei o celular dela, Nick. As portas daqui são finas como papel, então burrão, se não quer que a gente descubra os detalhes sórdidos da sua noite quente, afaste-se de porra desta porta!

- Vocês... – Elijah não terminou de falar.

- Não. – Mesmo assim respondi.

- Então, não estou entendendo. – O loiro parecia tentar montar um quebra-cabeças.

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora