Epílogo

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Sei que disse que não iria colocar o epílogo aqui...mas cá estamos

Ah, algumas coisas não coloquei no livro do Nick porque serão desenvolvidas nos spin-off. Queria que o meu foco fosse a relação do Nick e Valentina, e como eles construiriam a confiança mútua e redescobrindo o sentido de uma vida verdadeiramente feliz. Espero que vocês compreendam, e garanto que responderei as dúvidas nas páginas dos próximos livros ;)

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A areia fofinha cobre os meus pés e eu nunca vou deixar de amar a sensação, nem o cheiro do mar. Olho para baixo, e a garotinha que segura firmemente a minha mão encara os seus pezinhos na areia. Ela ergue a cabeça e me fita com os seus grandes olhos castanhos.

- Eu gosto, papa. – Diz para mim e abre um sorriso lindo.

Aquilo faz o meu coração ficar grande de felicidade.

- Disse para você, certo? Não precisava ter medo, papai está aqui.

E eu estaria, para ele para as minhas outras duas garotas.

Olho para onde as ondas banhavam a areia e lá estavam os meus outros dois amores: minha filha mais velha e a minha esposa. As duas brincavam de jogar água uma na outra, a risada de Luna era contagiante e eu não pude deixar de sorrir.

- Agora podemos nos juntar a mamãe e a Luna. – Digo para a minha filha caçula de 5 anos.

Ela franze a testa para mim, e não deixo de notar o quão adorável ela fica fazendo isso.

- Promete não soltar a minha mão, papa? – Pergunta.

Na cabecinha dela, a areia engolia o nosso corpo se ficássemos muito tempo em pé nele. Não sei de onde Gabrielle tirou essa ideia, mas era o seu novo medo de criança, isso e os bichos debaixo da sua mais nova cama.

- Você nunca precisa sentir medo, amor, eu vou sempre proteger você.

E a irmã dela e a mãe.

Fiz disso a minha meta de vida, farei de tudo para proteger as minhas garotas. Se puder darei o mundo a elas, se assim quiserem. Decidi isso no dia em que Tina contou a sua história, ela nunca mais quis falar sobre o assunto, e eu sempre irei respeitar as suas vontades e decisões. Porém, isso não me impediu de fazer de tudo para que cada dia da minha esposa seja melhor que o último. Era a minha maneira de compensar todo mal que Valentina passou na vida.

Isso era o mínimo que eu podia fazer.

Ao meu lado, Gabi apertou ainda mais a minha mão e respirou fundo.

- Estou pronta, papa, vamos brincar com Lulu e mama. – Disse.

Ela parecia tão fofa com aquela expressão determinada no rosto, parecia muito a mãe. Uma mini Valentina.

- Vamos lá, amor. – Digo.

Nos aproximamos de Luna e Tina, e Gabi olhou extasiada para as ondas do mar banhando os seus pequenos pés.

- Gelada, mama! – Gritou para Valentina.

- Sim, princesa. – Minha esposa sorriu.

- Vamos visitar a cidade hoje? – Luna pergunta.

Ela tem 10 anos e é uma perfeita cópia minha, com os cabelos castanhos e olhos também da mesma cor, inclusive compartilhamos as mesmas sardas no nariz. Luna estava na sua fase exploradora, e quando soube que nos mudaríamos ficou extasiada. Por ela, moraríamos em cada pedaço do mundo.

- Sim, mocinha. – Digo. – Mas, só se comer todos os legumes.

Luna faz uma careta, porém concorda.

- Prometo, papa. – Diz e ergue um dedinho, que eu logo envolvo com o meu.

Promessa de dedinho, essa era a nossa forma de dizer que era realmente uma promessa séria.

- Eu não quero ir para casa, podemos morar aqui. – Gabi diz com sua vozinha de criança.

- Na praia? – Tina pergunta.

- Sim, mama. – Balança a cabeça fortemente.

- Moramos perto da praia, amor. – Digo. – Não podemos morar na praia.

- Por que, papa? – Quis saber.

Raios, crianças sempre perguntando.

- Porque essa é a casa do senhor mar, ele precisa de um lugar para dormir a noite. – Valentina diz, ela sempre consegue criar essas histórias mirabolantes, e me salva das respostas nada lúdicas.

Agradeço a ela com um olhar, e Tina me pisca um olho.

- Oh, não quero irritar o senhor mar. – Gabi se volta para a água. – Desculpe, eu não sabia.

Ela estava falando com o mar. Meneio a cabeça e sorrio.

Viver aqui vai ser bom para a nossa família, eu tenho certeza disso. Afinal, aqui tinha paz, tranquilidade e foi o lugar do nosso recomeço. Foi aqui no Caribe que o dedo de Tina apontou naquele dia, foi também aqui que a pedi em casamento e possivelmente aqui também que Luna fora concebida.

Nós amamos o Caribe.

Ele foi o nosso ponto zero.

- O senhor mar nunca ficaria zangado, Gabi, ele sabe que você não sabia. – Luna diz para a irmãzinha.

- Isso mesmo, amor. – Corroboro.

- Podemos brincar, mama? – Gabi pergunta se soltando da minha mão.

O medo parece ter passado.

- Sim, mas nada de se aproximar tanto da água. – Ela diz olhando para Luna, que assente firmemente.

- Eu cuidarei da Gabi, mama. – Promete.

E ela faria, mas Tina e eu ficaremos igual dois falcoes de qualquer maneira. Afinal, elas eram os nossos tesouros mais preciosos.

As duas meninas correm de mãos dadas, e a visão me enche de felicidade e amor. Envolvo um braço no corpo da minha mulher e ficamos lá olhando aquela vista maravilhosa.

- Eu amo tudo isso, Nick, obrigada. – Diz e descansa a cabeça contra o meu peito.

- Você me deu tudo o que tenho de mais precioso nesse mundo: seu amor, e as minhas duas filhas. Se tem alguém que precisa agradecer todos os dias, esse alguém sou eu.

Valentina levanta a cabeça para me olhar com tanto amor e felicidade e me beija. Quando se afasta, o seu rosto irradia felicidade ainda mais, então volta a olhar nossas filhas.

Era isso que bastava para mim, se a mulher da minha vida estava feliz, eu certamente também estava.

A minha vida mudou quando Valentina entrou feito um furacão no meu mundo tranquilo, girando a minha vida para um lado completamente diferente. Porém, aprendi que as vezes só precisamos endireitar um pouco a cabeça para que encontremos a real felicidade, pois ela muitas vezes está no lado onde menos esperamos.

Eu encontrei a minha felicidade, e torço para que você a encontre também.

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora