Onze

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- Estou cansado de gritar para tentar passar por cima dos seus erros, Don Corleone. – Aaron falou, porém não totalmente sério.

Okay, eu estava distraído e errei o ritmo da música um punhado de vezes...ou talvez um pouco mais. Sinceramente, eu não entendo o que de errado tenho eu, não é a primeira vez que recebo um belo oral. Antes da minha merda ser jogada no ventilador, eu gostava da atenção que o público feminino lançava na minha direção, e nunca afastei nenhuma senhorita, quando esta se ajoelhou e bem...você sabe o resto.

Então, eu acho que o motivo da minha distração se dar pelo fato de fazer uns 500 anos (momento exagerado) que eu não recebo um toque de uma mulher no meu corpo. Desde o meu sequestro, a minha companheira fiel é a minha mão, tanto que já está ficando calejada de tocar a minha baqueta.

O meu terapeuta sempre insistia que já era hora de eu tentar guerrear contra os fantasmas do passado e me deixar levar. Porém, isso tudo é mais fácil na teoria do que na prática. Eu ainda surto com os gritos das fãs e quando elas tentam me tocar...na verdade só de ouvir "Nick, é a vez de você falar com os fãs", já entro em parafuso.

Eu sei que não todas que irão me drogar, me arrastar para um lugar no meio do nada e começar a me machucar. Entretanto, o estrago já está feito e eu sou essa porra louca virgem que foge ao mínimo toque. Cristo, eu sou a vergonha dos homens, provavelmente sou o único virgem de 21 anos (quase 22, meu aniversário está perto).

- Desculpe. – Falei me dirigindo ao Aaron. – Acho que ainda não acordei.

- Toma isso. – Elijah me empurrou um copo de café. – Bebe tudo.

- Espero que agora vá. – Luke resmungou, arrumando a sua guitarra e os seus fones.

Bebi de uma vez o café, que saiu rasgando a minha garganta, senti o meu rosto ficar vermelho. Fiz um barulho com a garganta e pisquei bem os olhos. Meneei a cabeça para o francês, que deu um sinal para o pessoal que estava do outro lado do vidro do estúdio.

**

- Que merda é essa de noite acústica? – Luke indagou para Zachary, enquanto lia a nossa agenda. Ele ergueu o olhar para o nosso agente.

- Isso aqui está correto? – Foi a vez de Elijah questionar, sem tirar os olhos do iPad.

- Eu acho que os espanhóis querem ver sangue rolar. – Aaron comentou descartando o seu aparelho no sofá em que estava sentado.

Acabamos de sair do ensaio que durou quase duas horas, estávamos exaustos e falo por todos, quando digo que só queríamos a nossa cama agora. Porém, o trabalho sempre vem na frente, principalmente quando o nosso agente já tinha dado a "nossa palavra" ao dono da casa de show que organizou essa noite acústica.

- Posso perguntar que raios tinha na sua cabeça, quando resolveu aceitar isso? – Indaguei. – A DH também vai estar lá.

- A ideia é as duas bandas cantarem sucessos do mundo do rock, o público pede e vocês cantam. Tudo vai ser bem natural, sem nada programado antes. – Zach explicou. – A plateia vai estar entre dois palcos, vocês estarão em um e a Diamond estará no outro.

- Acho que o publico será o bastante para os dois bateristas não se matarem. – Aaron comentou com humor. – Nos bastidores, os seguranças dão conta.

- Vocês falam como se eu fosse um animal selvagem, como vocês. – Argumentei. – Lembrem-se que eu sou conhecido pela minha calma.

**

Eu odeio a porra do Crawford! Odeio que eu esteja me sentindo como se as paredes estivessem se fechando ao meu redor! Odeio Zach, por marcar esse evento e por não me dizer que haveria tantas pessoas, tantas mãos, tantas possíveis sequestradoras psicóticas.

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora