Trinta e Três

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Eu nem acredito que já está acabando! Boa leitura, amores :)

Nick estava me deixando louca, e definitivamente não é no sentido sexual da coisa. Bem que eu queria.

- O médico disse que estou bem, Nico, o médico. – Frisei.

- Percebi que você quis dizer que eu não tenho propriedade para falar alguma coisa. – Ele retruca franzindo as sobrancelhas escuras. – Mas, eu quero que você se sinta 100% recuperada.

- Eu definitivamente estou, não preciso mais ficar aqui.

- Vai ser melhor para a recuperação. – O teimoso continuou firme e forte.

- Quando você vai perceber que eu não sou uma donzela que precisa de um príncipe vindo ao meu resgaste? Sou mais forte do que isso, a vida me fez assim.

- Quando você vai entender que eu quero ser o seu príncipe vindo ao resgaste? Mesmo você sendo a princesa tatuada e cheia de marra.

Reviro os olhos, mas solto um sorriso.

- Eu não vou ganhar essa guerra, certo?

- Não mesmo. – Ele afirmou e veio me abraçar. Estava sentada na cama de hospital.

- Mas eu sou guerreira de natureza, uma hora você tem que aceitar, baby.

- Eu já aceitei, porém gosto de ser útil para você.

- Eu sei. – Encosto o meu rosto contra o seu peito, e fico lá escutando o som do seu coração. Gosto desses nossos momentos, sinto como se pudesse confiar em Nick para tudo.

- O que você está pensando? – Perguntou e afastou meus cabelos do rosto.

- Como tenho sorte de finalmente encontrar paz. Aconteceram tantas coisas horríveis comigo, que tenho medo de tudo isso ser um sonho.

- Eu estou bem aqui, não se preocupe porque não irei a lugar algum. – Garantiu e me aconchegou.

Ficamos mais um pouco em silêncio, era do tipo confortável. Não precisávamos ficar enchendo o ar de palavras, para tentar manter uma comunicação. Era como se os nossos corpos conversassem, difícil explicar, porém, era assim que eu me sentia. A conexão transcendia.

Não sei o porquê de ter cortado o silêncio com isso, mas simplesmente saiu.

- Fui molestada pelo meu padrasto quando era criança. – Digo e automaticamente sinto Nick ficar tenso ao meu lado. Eu continuo antes que ele possa falar algo, preciso falar isso de uma vez, não gostava de voltar a esse tempo e quando mais cedo terminasse, melhor seria.

"Meu pai morreu quando eu era bebê, minha mãe casou logo em seguida com o melhor amigo dele. Sinceramente não sei se eles estavam tendo um caso com o meu pai ainda vivo, só sei que eles se unirão rapidamente. Conforme eu crescia, percebia que o meu padrasto sempre arrumava desculpas para me tocar, e conforme fui crescendo os toques foram ficando ainda mais ousados. Eu não gostava daquilo, ficava confusa e desconfortável, ele dizia que era o nosso segredo. Porém, quando eu tinha 10 anos e ele me mostrou aquela parte dele, decidi contar para a minha mãe. Ela não acreditou, e ainda por cima me bateu e deixou de castigo. Meu padrasto não gostou nada do que eu tinha feito, e disse que eu pagaria por isso de noite. No fundo eu sabia o que vinha, mesmo ainda sendo ignorante em muitas coisas, porque ele dizia várias vezes que estava me preparando para entrar em mim. Sabia que minha mãe não me apoiaria, e fugi antes que ele pudesse me quebrar de vez. Eu vivi pelas ruas, em abrigos, mas as ruas eram o meu verdadeiro lar. A vida era horrível, sem dúvida, mas ainda assim me sentia mais segura que dentro daquilo que a minha mãe chamava de lar. Passei 5 anos assim, até que encontrei Aaron e ele me apresentou a vocês"

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora