Quatorze

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Ela não aceitou ir para o quarto, na verdade, Valentina preferiu ficar no bar com aquele celular colado na orelha. Okay, sei que ela tem assuntos de trabalho para resolver, porém me sinto enfurecido por ouvir um "não", quando preciso dela.

Fiquei por meia hora, escutando telefonemas e vendo ela escrever coisas numa agenda. Até que cansei e lançando um olhar fulminante em direção a loira, me levantei e fui para o estúdio improvisado, montado para a banda.

- Bom dia, Nick. – Zach me cumprimentou, quando entrei no cômodo. – Hoje vai ser bem leve, só iremos montar a lista de música que serão interpretadas por vocês.

- Eu entro em acordo com qualquer uma, desde que a música que escrevi para Ana esteja no meio. – Aaron falou, levantando a vista do seu iPhone.

Sim, o francês havia escrito a primeira música romântica da banda. Foi meio estranho no princípio, já que nós cantávamos sobre sexo, guerras e outras coisas, menos amor. Fizemos acontecer, e com um arranjo mais simples, a música ficou bonita.

- Prepara fantasias de coração para nós quatro. – Luke brincou. – Com o collant e tudo. Ele fez uma careta, com toda certeza imaginando a cena. – Pensando bem, é melhor não.

- Seria uma perversão. – Elijah murmurou.

O loiro estava meio sentado, meio deitado no sofá amplo. O cabelo perfeitamente arrumado, os óculos de leitura estavam no rosto, ele mordia a ponta de um lápis, enquanto analisava uma folha de papel. Como sempre, ele estava analisando os efeitos visuais que aconteceriam durante a apresentação.

- Como foi a conversa? – Zachary questionou e todos os outros três integrantes da Golden Blood olharam para mim com curiosidade.

Fiquei um tempo pensando de qual conversa o agente estava falando. As minhas bochechas esquentaram, ao pensar que ele poderia saber do meu convite a Valentina. Então, lembrei do meu pai e de todos os problemas que ele trouxe, os quais estou lutando para esquecer.

- Foi boa. – Resmunguei. – Muito obrigado pela agradável surpresa.

- De quem vocês estão falando? – Luke indagou.

- Meu pai.

- O banco de esperma, você quer dizer. – Aaron falou com sarcasmo.

- O que ele queria? Reunir a família para o Natal? – Elijah tirou os óculos de grau e massageou os olhos. – Faz uma porrada de anos que você não troca uma palavra com o homem, quem dirá o ver pessoalmente, e do nada ele aparece?

- Não era nada importante, só alguns problemas de família.

- Deus me livre dos problemas das famílias italianas. – Aaron brincou. – Principalmente daquelas que vivem cercada de "seguranças", possuem casebres, carros completamente peliculado, ternos Armani...

- Já entendemos. – Interrompi. – Nem todo italiano faz parte da máfia.

- Ele estava brincando. – Luke salientou.

- Eu sei, é só que... – Suspirei e me sentei ao lado de Elijah. – São problemas de família, vocês não precisam se preocupar.

- Nós somos uma família, Nick. – O baixista da banda murmurou ao meu lado. – Podemos ser estranhos, brigarmos por coisas estupidas e fazermos merdas. Mesmo assim, temos sido a família um dos outros há 10 anos, qualquer que seja os problemas, saiba que estamos aqui.

- Isso aí, cara, não importa o que seja. – Confirmou o Luke.

- Principalmente se for para fazer algo ilegal. – Aaron comentou. – Nunca fiz nada ilegal.

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora