Dezesseis

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Capítulo novo amanhã, amores! Boa leitura :)

Incrível como a vida pode tomar um rumo totalmente inesperado, e em algumas vezes esse inesperado não é bom, como está sendo o meu caso. Numa hora eu estava na minha bolha com Valentina, na outra eu estava recebendo uma carta ameaçando a vida de todas as pessoas que eu amo.

A Golden Blood havia acabado de fazer um show incrível, uma mulher linda estava me esperando; encontrar esse envelope no meu camarim foi um balde de água fria. Como a droga de um mafioso teve acesso a mim, a pessoa mais paranoica com segurança? Eu estou completamente pirado.

Uma coisa ficou clara, eu tinha que me afastar de todos e ir atrás do meu pai. A primeira coisa que eu deveria manter longe seria a Valentina, ela me odiaria, porém estaria viva. Eu prefiro ficar longe, do que perto e machucando involuntariamente. Então, precisava pensar em alguma coisa rápido, o que me traz aqui na cobertura de uma das criaturas mais infames do mundo do rock.

Sentado no sofá confortável, com os cotovelos apoiados nas coxas e a cabeça nas mãos, eu provavelmente era a imagem de uma criatura desesperada. Ergo a cabeça quando a porta do quarto se abre e Chase Ward entra, os seguranças que me rodeavam fazem um movimento em direção a porta, mas param quando veem de quem se trata. Chase ri e ergue as mãos para o alto.

- Porra, vivi para ver os meus seguranças partindo para cima de mim.

- Desculpe, senhor Ward, nós...

Chase fez um gesto de pouco caso, impedindo o discurso do segurança.

- Sim, estavam mantendo a princesa segura na torre. – Os olhos verdes de Chase pousaram em mim. – Você está com a cara pior do que eu escutando a banda de vocês.

- Foda-se, Ward. – Resmunguei.

- Devo lembrar que ajudei você quando veio bater na minha porta.

- Eu liguei.

- Semântica, menino das baquetas.

Fiquei de pé e fui até onde ele estava, os seguranças nem se mexeram, acho que não me consideravam um perigo.

- Como foi?

Chase passou por mim e foi até o pequeno bar, se serviu de uma dose de vodca e então se encostou casualmente no bar, olhando para mim.

- Ela foi atrás de você. – Respondeu. – Agora, Nick, eu não entendi uma coisa. – Chase franziu as sobrancelhas. – Para que chamar alguém, para logo em seguida mandar uma pessoa despachar esse alguém?

- Tina precisava ficar com raiva de mim. – Falei e voltei a sentar no sofá.

- Oh, com certeza ela está.

- Sei que se eu viesse aqui ajudaria no meu plano.

- Eu ajudaria? Como? – Chase bebeu mais uma dose de vodca.

- Valentina não gosta de você, e sei que falaria alguma merda que faria ela ficar com raiva de mim.

- Ponto para você, pequeno roqueiro, papai Zach sabe que você anda com os meninos maus?

- Fazia anos que nós não nos falávamos. – Lembrei.

- E mesmo assim ajudei você, talvez não seja tão mau assim.

Foi a minha vez de ri, e logo em seguida Chase se juntou a mim.

- Obrigada por me ajudar. – Disse após cessar as risadas.

- Disponha, parece que estou sempre disposto a ajudar um GB a fazer merda. – Chase deu de ombros, e então pegou o celular que começou a tocar. Ele olhou o celular, riu e voltou a colocar o aparelho no bolso. – Pequeno roqueiro, acho que você está armando uma merda das grandes.

- Por que? – Quis saber.

- Aaron acabou de ligar.

- Droga, preciso que você me dê cobertura.

- Do que você precisa?

- Enrole o Aaron, e preciso de um carro.

- Está me achando com cara de que, Nicolau? Já fiz favores demais a você, que assim como Luke, só me procuram quando precisam de algo. – Chase me olhava muito sério.

- Chase, cara, não tenho mais ninguém para me ajudar. – Fui até onde ele estava. – E o assunto é muito sério, os caras da banda só iriam atrapalhar, preciso fazer essa coisa sozinho.

- Tem noção de que se você morrer vou ter mais uma coisa para ser odiado. – Chase informou e então tomou mais uma dose. – Dane-se. – Deu de ombros. – Só não morra, aquela sua sugar mom iria arranhar o meu rosto com aquelas coisas que ela chama de unha.

- Pretendo me manter vivo.

O celular do Chase tocou novamente, ele soltou um suspiro e atendeu.

- Wernersbach, ligou para aprender como ser talentoso?

Me afastei do Chase e peguei a mochila que arrumei com algumas coisas essenciais. Coloquei-a no ombro e esperei Ward terminar a ligação.

- Não grita no meu ouvido, Wernersbach, eu não sou surdo. – Chase revirou os olhos. – Já disse que não sei onde ele está, está me achando com cara de babá? – Ward ouviu a resposta do Aaron. – Ele disse que ia para o aeroporto, isso é tudo o que eu sei. – Mais gritos do Aaron. – Foda-se, não sou pago o suficiente para isso.

Chase desligou o celular.

- Obrigado, fico devendo essa.

- Pode ter certeza que vou cobrar, pequeno roqueiro. – Chase olhou para um dos seus seguranças. – Mike, dê o seu celular a ele.

O segurança prontamente me entregou o aparelho.

- Eu não preciso.

- Vai por mim, sempre precisamos de um celular numa loucura dessas. Como você acha que os meus assessores e agentes me encontram? Se precisar de ajuda pode me ligar, aí tem o meu número.

- Obrigada, Chase.

- Sempre estou disposto a participar de alguma merda das grandes. Sou praticamente patrocinador delas, de tanto que estou envolvido. – O celular dele tocou novamente e ele riu. – Puta merda, agora o inferno congelou! – Chase atendeu. – Elijah, meu grande amigo, a que devo a honra? Você deve estar muito desesperado, nunca imaginei com o seu nome apareceria no visor do meu celular.

Chase fez um gesto para um dos seus seguranças, e depois um para mim. O gesto era claro: vai, rápido. Não pensei duas vezes, parti rapidamente, era hora de visitar os negócios da família.

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora