Vinte e Cinco

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Boa leitura a todxs! 


Presente

Subo as escadas que levam a um corredor longo, e caminho até a porta que Chase me instruiu, após explicar vagamente o que eu fiz nas últimas horas – quase um dia inteiro em branco na minha cabeça. Paro em frente a porta de madeira maciça e respiro fundo antes de entrar. Encontro a mulher que provavelmente quer me matar, sentada no meio da cama. Fico feliz em saber que ela não está amarrada, ou algo do tipo.

Quando ela me vê parado na soleira da porta o seu rosto mudo, e como uma valquíria ela vem para cima de mim. Sou pego totalmente de surpresa, e por isso caio no chão duro com Valentina sob o meu corpo, estapeando-me freneticamente. Consigo, após apanhar muito, segurar os seus pulsos.

- Calma, Tina, por favor. – Peço.

- Não venha me pedir calma, Nicolau! Você me sequestrou! – Gritou.

- Pelo o que eu soube, foi estritamente necessário. – Tentei me defender.

- Estritamente necessário? – Repetiu. – Vou falar o que é estritamente necessário: que você e aquele maluco cabeludo fiquem bem longe de mim.

Algumas lembranças nebulosas de uma ameaça e um bar vem na minha cabeça, e eu faço uma careta pelo esforço que o meu cérebro está fazendo.

- Tina, eu fui obrigado a fazer isso. Chase só fez me ajudar, ele quis ser útil.

- Da próxima vez que eu me sentir inútil vou sair e sequestrar alguém, aparentemente é tendência na Europa. – Disse com sarcasmo.

Ela estava uma fera comigo, e tentando lutar ferozmente contra o meu agarre, mas eu me mantive firme.

- Não é hora para o seu humor ácido, Valentina, você pode me escutar?

- Não, eu quero sair desse lugar. – Valentina franziu a testa. – E por falar nisso, onde estamos?

- Bem, isso é um pouco complicado. Me prometa que não vai ficar furiosa.

- Não vou prometer droga nenhuma a você, seu filho da puta. Você perdeu a chance de me pedir qualquer coisa, quando me sequestrou.

- Eu fiz isso para o seu próprio bem, cacete! – Gritei.

Após meu repente, nós dois ficamos olhando um para o outro furiosamente.

- Bem, uau, vocês não perdem tempo mesmo. – Era a voz de Chase. – Café?

Não olhei para onde o gringo maluco estava, e nem Valentina quebrou contato visual comigo.

- Cai fora, Chase, você disse que ia me deixar resolver isso.

- Não estou me voluntariando a nada, só vim oferecer café.

- Cai fora. – Repeti, e escutei seus passos se afastando.

- Onde estamos, Nicolau? – Valentina perguntou.

- Hum...Estados Unidos. – Disse super baixinho.

- O que?

- Estados Unidos. – Falei alto.

Valentina me olhou completamente boquiaberta, e ela não fez nada durante longos segundos e então voltou a tentar se libertar, mas agora com o dobro de vigor.

- Seu idiota! Porco chauvinista! Como pôde me sequestrar?

- Desculpa, Tina, eu sei que fui longe demais. – Disse depois que ela terminou o seu ataque.

NickOnde histórias criam vida. Descubra agora