''I loved you long before I had the guts to let you know.'' - desconhecido.
Não sei se havia dormido direito aquela noite, ainda estava tendo me acostumar com o fato de que tinha uma cama nova e um lugar novo para morar e além do mais agora tinha um horário razoavelmente mais cedo para acordar do que quando estava em Montana. Eu estava me sentindo um pouco ansiosa para conhecer a faculdade pela primeira vez.
Me arrastei da cama e tirei meu baby doll a procura de uma roupa decente para o meu primeiro de dia como universitária. Peguei os documentos que trouxe separados em uma pasta na mala e precisava entregar na faculdade e os enfiei na única mochila que tinha trago a tira colo no meu voo, agora eu só precisava comer algo e enfrentar o dia que teria pela frente.
Enquanto andava em direção a cozinha já no andar de baixo da casa senti um cheiro de café fresco invadir o corredor e imaginei que meu irmão já estivesse acordado, mas, quando adentrei o cômodo empolgada para lhe dar bom dia me deparei com seu amigo de frente para o balcão com a camiseta preta que usava quando o vi pela ultima vez aquela noite jogada sobre os ombros nus segurando o que eu diria ser um coador de café nada moderno sobre uma garrafa de café feita de vidro, deixando o liquido preto aos poucos tomar forma distraído. Mas não por muito tempo, seus olhos brilhantemente mais verdes diante a luz do sol que entrava pela porta da varanda se voltaram na minha direção. Eu não sabia muito ao certo o que dizer ou o que fazer, por uma fração de minutos tinha me esquecido completamente que ele morava ali.
- Bom dia Cat - ele desvencilhou seus olhos de mim voltando sua atenção para o café mais uma vez afastando para trás o cabelo louro escuro que caia um pouco acima dos seus olhos enquanto o vapor do café quente se esvaia a sua frente me distraindo um pouco do trocadilho que ele tinha acabado de fazer sem mais nem menos com o meu nome.
- Muito engraçado - falei em tom de ironia, sabia que a maneira como ele tinha pronunciado Kat significava gata e assim como quando ele se despediu de mim antes de sair de casa na noite passada e não tinha muita certeza se gostava daquilo - Bom dia Matthew.
- Matt - disse ele praticamente me corrigindo enquanto colocava o coador dentro da pia ao seu lado - Geralmente quando uma pessoa me chama de Matthew ou essa pessoa é o meu pai ou essa pessoa quer me matar o que eu acho que não é o seu caso.
Ele virou seu rosto junto ao seu corpo para mim, não pude deixar de notar o quanto seu abdômen parecia definido e rígido em meio as inúmeras tatuagens sobre os braços me distraindo por alguns segundos, o que fez com que ele de certo modo sorrisse com o canto dos lábios enquanto me observava distraída.
- Eu não sei, talvez eu queira te matar nunca se sabe - recobrei meus sentidos tentando manter a compostura diante da sua figura masculina invejável.
Matthew sorriu, mas dessa vez era um sorriso verdadeiramente escancarado como se tivesse se divertido com as minhas palavras.
- Café? - ele abriu o armário tirando duas canecas de dentro.
- Não gosto muito de café.
- Sério? – ele voltou sua atenção para mim.
- Sim está para nascer a pessoa que vai me fazer realmente gostar de café.
- Bem, só para você saber, eu estou bem vivo – ele tinha um sorrisinho irritantemente convencido no rosto que por pouco não me fez rir.
Ignorei.
- Ajuda a despertar um pouco você sabe - ele insistiu despejando o liquido preto em ambas as canecas a sua frente e eu me perguntei se de alguma forma a minha aparência transparecia tanto assim que eu não havia dormido direito.
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GREETINGS FROM CALIFOURNIA
Romans|LIVRO 1| Tudo que Katherine Morris mais queria era liberdade; de se descobrir, se reinventar e poder se sentir pelo menos uma vez em sua vida a dona do seu próprio destino, assim como seu irmão mais velho havia feito a alguns anos atrás se desprend...