''Contanto que você perceba, eu espero que você mantenha seu coração aberto, eu vou manter o meu aberto também... Nós temos que voar por nós mesmos antes que alguém nos diga como.'' - Prey (The Neighbourhood).
Depois do telefonema de Josh apesar de não termos conversado muito me senti um pouco melhor, ouvir sua voz tranquilizava as minhas paranoias ao seu respeito. Manter o nosso relacionamento não era algo tão fácil para mim, ainda mais quando existia aquela distância enorme entre nós em muitos sentidos.
Eu estava vendo um filme qualquer que havia achado pela metade em um canal da televisão da sala deitada sobre o sofá quando Matthew chegou em casa. Ele parou se encostando no batente da porta deixando que seus olhos viesse na minha direção, estava começando a acreditar que ele gostava de me observar um pouco mais do que deveria.
- Ainda de mau humor? - perguntou.
- Não - sorri, e eu realmente não estava, apenas com tédio.
- Bom – ele sorriu com um alivio estranho em sua voz - Então, o que está fazendo?
- Vendo um filme e não entendendo absolutamente nada.
Matthew riu, dando um passo a frente e se aproximou de onde eu estava.
- O que você acha de vir comigo para o bar? – sugeriu de repente.
Voltei minha atenção para ele me perguntando de onde ele tinha tirado aquela ideia.
- Não acho que seja uma boa ideia, além do mais eu não tomei um banho ainda ou troquei de roupa - a preguiça estava me dominando naquele momento.
- Vamos Kitty - ele estendeu seus braços na minha direção e me puxou pelas mãos - Eu vou tomar um banho e você pode fazer o mesmo nesse tempo - disse ele me empurrando até a escada – Vai ser melhor do que ficar aqui sozinha nesse sofá assistindo Prometheus pela metade.
Aparentemente ele já havia assistido aquele filme, revirei os olhos por conta do apelido cafona que ele insistia em usar e acabei cedendo. Tomei um banho, arrumei meu cabelo, coloquei uma calça jeans justa e uma regata branca simples que não me parecia tão pequena quando comprei quanto estava agora. Ainda assim estava confortável e era impossível vestir outra coisa naquele calor.
Depois que entrei no carro de Matthew comecei a ficar um pouco mais animada e ansiosa para conhecer o bar de que tanto tinha ouvido falar e talvez a banda que Anna tinha me dito que ele tocava.
Sempre que andávamos de carro ficávamos em meio a um silencio perturbador, geralmente eu colocava meus fones de ouvido, mas naquele momento estava sem eles e o que me restava era olhar pela janela as luzes da cidade enquanto a brisa fresca batia em meu rosto tamborilando meus dedos sobre as minhas pernas.
- Quer ouvir alguma musica? - perguntou Matthew chamando minha atenção para si.
Ele não estava olhando para mim e sim para a rua em sua frente, mas de alguma maneira tinha notado meu desconforto ou também se via desconfortável em meio aquele silencio.
- Posso ligar o rádio? - perguntei por educação.
- Claro - ele assentiu virando levemente seu rosto na minha direção - Pode pegar as fitas no porta luvas se quiser também ou algum CD.
- Fitas? - minhas sobrancelhas se arquearam intrigada e o encarei.
- Sim - ele confirmou - O que? Nunca ouviu musica em fitas antes?
- Uma ou duas vezes quando era criança talvez - comentei e voltei minha atenção para o porta luvas.
O abri não muito segura sobre o que eu iria achar ali dentro. Haviam alguns cds, uma caixa de cigarros mentolados e mais pacotes de camisinha do que eu gostaria de ter visto - o que não era algo ruim já que aquilo significava que ele era um cara que se prevenia, mas também significava que transava demais o que de alguma forma não me agradava muito - e em meio aquilo tudo realmente haviam fitas, todas em caixinhas transparente e nomes de bandas ou algo do tipo gravado em letras garrafais nelas.
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GREETINGS FROM CALIFOURNIA
Romansa|LIVRO 1| Tudo que Katherine Morris mais queria era liberdade; de se descobrir, se reinventar e poder se sentir pelo menos uma vez em sua vida a dona do seu próprio destino, assim como seu irmão mais velho havia feito a alguns anos atrás se desprend...