A HERDEIRA DO MORRO [Concluído]

Capítulo 06

Laura Sofia :

Ainda não consegui assimilar tudo, não consigo acreditar. Apesar de não entender quase nada do assunto, poxa se esse era o nosso destino ou melhor o meu destino porque eu duvido muito Pedro aceitar isso, papai deveria ter me preparado, não ter ido embora e agora eu saber de tudo e não saber como fazer ou como agir. Até agora não consegui nem sai do quarto, já são dez da noite, bateram aqui na porta, mas preferi fica sozinha.

Como vai ser agora? Eu não entendo nada sobre isso, sobre favelas ou facção criminosa. Peguei meu celular e entrei no Google comecei a pesquisar, sobre a favela e sobre facções e também sobre o que o dono de uma favela faz. Alguns minutos e já tenho bastante informação, o "dono de uma favela", comercializa drogas e também promove vários assaltos à mão armada. Tem o poder e muito dinheiro, comanda tudo dentro do Morro, quem entra, quem sai, o que faz, o que não faz e etc... Onde eu entrei? Eu só tenho dezessete anos e olha no que vou me tornar, em uma criminosa, que estraga a vida de várias pessoas, vendendo drogas. Nunca me imaginei isso, o que será que vou ter fazer além disso? Eu estou ainda zonza com isso tudo! Meu Deus me ajuda por favor! Alguém bate na porta.

- Quem é?

- Laura eu preciso falar com você. - fala tia bianca, esse povo tem algum problema em entender que eu quero ficar sozinha.

- Me deixa sozinha tia...

- Filha eu tenho uma carta de seu pai para você. - disse.

- Não tem não...

- Tenho sim Laura. - falou rígida.

- Você só quer que eu abra a porta, então joga por baixo...

- Não preciso disso Laura, abre essa porta, você não é mas uma criança. - falou autoritária.

- Joga essa carta embaixo da porta aí.

- Não, eu vou entregar ela em sua mão Laura Sofia. Seu pai deixou bem claro, que era para entregar em suas mãos. - disse e eu gargalhei irônica.

- Tá vendo, você só quer que eu abra a porta.

- Você não confia em mim Laura? - pergunta.

- Confio....

- Então abre a porta, eu só vou te entregar. - disse e bufei

Fui até a porta e suspirei fundo abrindo a, minha tia me olhou e eu olhei em suas mãos que seguravam um envelope branco. Dei passagem para ela entrar e assim ela fez, fechei a porta e me sentei sobre a cama de cabeça baixa.

- Toma Laura... - disse suspirando fundo.

Eu peguei a tal carta das mãos de minha tia, e as segurei, encarando a mesma. Não sei se abro, nossa estou louca para saber, mas ao mesmo tempo com medo, de ter mas coisas para ser revelada e eu não saber lidar com elas, igual não estou sabendo agora.

- Não vai abrir? - perguntou minha tia quebrando o súbito silêncio que se devastava sobre o pequeno quarto.

- Vou...

- Laura você não tem que ficar com raiva de mim, eu não tenho culpa. Um dia você vai saber minha história também. - falou cabisbaixa.

- Não estou com raiva de você.