Capítulo 32

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Laura Sofia

Em plena sete horas da manhã com os galos cantando ainda, eu tenho que me levantar. É hoje a primeira consulta do pré natal, se eu estou nervosa e ansiosa? Mega, hiper, super ansiosa e nervosa. Eu acho que vou poder ver o meu amorzinho, igual vi o meu sobrinho. Pelo menos eu acho que vou, não sei ainda, não sei como funciona lá na clínica onde marquei a consulta, mais espero que eu possa ver o meu bebê. Ainda é meio estranho falar na gravidez, tipo, se um dia eu sonhei em ser mãe, eu também sonhei em ter uma família... Nunca  imaginária que eu seria mãe solteira, não que eu estou reclamando, mas eu achava que isso aconteceria depois do casamento com o meu príncipe encantado, e não foi bem assim né? Na verdade os príncipes encantados só existiu um dia em meus sonhos... Agora aqui estou eu na minha realidade, com dezoito anos: dona de uma das favelas mas perigosas do Rio de Janeiro, e mãe. Isso sim é um despertador barulhento e que levanta até defunto, hoje o dia vai ser longo, quero demorar o máximo para não ter que enfrentar Rato na boca. Eu sei que eu errei, eu sei que não sou santa, também sei que vacilei e muito com ele, mais.... Ele disse que estaria do meu lado e que não me abandonaria e, ontem depois de fumar uma beck ele me fala aquilo na maior frieza possível? Eu sei que tenho muita culpa disso, mas estou magoada com ele pelas palavras e pelo o tom frio e calculista. Eu só queria que de um jeito, ou de outro as coisas ficassem bem eu sei que não vai voltar a ser como antes, mais eu queria que ele fizesse o que ele falou na nossa primeira conversa do dia de ontem. Eu não vou negar o pedido dele, vou ver direito o exame de DNA com a médica hoje e marcar o mas rápido possível, agora eu que quero mas do que nunca acabar com esse suspense e com esse mal estar, para assim eu poder aproveitar minha gravidez em paz, sem ninguém me atormentando por causa de uma porra de DNA, e vai ser ainda melhor se poder mesmo fazer agora antes do bebê nascer, porque assim eu não fico com mas raiva de mim e dos idiotas por quem sou apaixonada. Não quero que meu filho passei por esse constrangimento quando nascer e, vai ser muito melhor fazer enquanto ela ainda não entende nada.

Sem mas tempo, eu me levando rapidamente o que me causa uma leve tontura. Me sento na cama e espero passar a minha leve tontura e minhas vistas clarear de novo, dessa vez levanto com um pouco mas de cuidado e sigo para o banheiro, tomo um banho rápido fazendo minhas higienes, já que estou atrasada agora. Eu estava com muita preguiça de levantar da minha cama maravilhosa, e por isso agora estou atrasada. Terminei meu banho e fui escolher uma roupa, vesti um vestido na cor laranja estampado e bem soltinho. Calcei uma rasteira que combina com o vestido, arrumei meus documentos em uma bolsa e coloquei meu celular também, coloquei um relógio de pulso e por último passei perfume fazendo uma trança nos meus cabelos. Me olhei no espelho e estou ótima e linda, pra arrasar até na primeira consulta do meu herdeiro. Peguei minha bolsa em cima da cama e sai do quarto, passei pelo quarto de Valentina que agradeci mentalmente por ela ainda está dormindo, assim eu poderei ir sozinha na primeira consulta do meu bebê, não que eu não goste da companhia da minha amiga/irmã, mas confesso que estou com vergonha de falar do exame de DNA, e com uma pessoa junto comigo eu sei que a vergonha vai aumentar ainda mais, mesmo sabendo que Valentina sabe de tudo. É vergonhoso não saber quem é o pai do seu filho e, não tem como negar isso. Desci e fui até a cozinha preparei um copo de leite e tomei rapidamente, peguei uma pêra e sai de casa.

Não demora e já estou fora da favela, coloquei no GPS o endereço da clínica já que não conheço muito  aqui ainda. A clínica fica um pouco longe, e agora aqui estou eu, na porta dela estacionada, olhando o pequeno prédio com o coração apertado e bem ansiosa. Tu já está atrasada, vai se atrasar mais?. Perguntou minha consciência e neguei com a cabeça, suspirei fundo por longos minutos e por fim peguei minha bolsa e desci do carro, tranquei a porta e acionei o alarme. Entrei na clínica e tinha cinco mulheres grávidas, todas acompanhadas do seus maridos, me senti muito mas envergonhada com isso. Fui até a recepção e dei meu nome a simpática recepcionista, após ela me pediu para aguardar que a doutora Daiane logo me atenderia. Me sentei em uma das cadeiras e fiquei observando as grávidas com as barrigas enormes na minha frente, e os sorrisos nos rostos dos homens? É isso me deu uma inveja, argh! Quero ser atendida logo e voltar para a minha casa.

A HERDEIRA DO MORRO [Concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora