A HERDEIRA DO MORRO [Concluído]

Capítulo 15

Pedro Henrique :

Eu sei que Laura estava me odiando depois do que fiz com ela, confesso que me bateu arrependimento logo depois, mas passou quando me lembrei o que ela se tornou. Eu tenho raiva dela ter aceitado isso, e também dela ser quem é. Sempre foi tudo para ela, meu pai sempre a tratou com uma princesa e minha mãe não fica atrás, quer dizer minha mãe não, a mulher que me criou. Eu não sou egoísta, mas Mirelly nunca me tratou como filho dela realmente, eu sentia isso. Eu não conheço a minha mãe de sangue, mas sei o nome dela e vou procurar por ela, hoje em dia com internet você acha qualquer pessoa. E pelo o que sei ela é rica, já que fugiu com um senhor milionário na época, esse já deve ter morrido e com certeza ela ficou com tudo dele, e vai poder me dá uma vida boa. Tenho certeza que bateu arrependimento nela depois, e agora será uma boa nos aproximamos e ela poder fazer o papel de mãe dela. Laura saiu de casa, escutei minha tia falar chorando, bom mesmo que ela deu o braço a torcer e saiu. Esse negócio de drogas nem da tanto dinheiro quero ver como ela vai viver, já eu vou me sair bem dessa história, Laura não sabe mas eu tenho um dinheiro guardado no banco, e não é tão pouco como ela pensa. Já que não ando tendo despesas, o dinheiro vai ser suficiente para eu sair dessa favela e alugar um apartamento, enquanto eu procuro minha mãezinha querida. Esse povo é besta mesmo, de achar que eu ficaria desamparado. Meu pai é um de quem eu tenho raiva, viveu uma vida com nós em Paris na maior falsidade, nunca falou o que era os negócios dele. Em pensar que ele era traficante já me dá enjôo, e Mirelly que acobertava toda essa história? Outra que me causa enjôo.

Minha tia entra no quarto e me encara, já sei que lá vem lição de moral, ainda mas porque Laura é a queridinha de todos, agora vai falar que a culpa é minha dela ter saindo de casa, e quer saber é mesmo. Mas tô pouco me fodendo, ela me falou barbaridades também, e olha que ela merece uma surra faz tempo.

- Pedro?- chamou e a olhei. - Precisamos conversar sério. - indagou.

- Pode falar.... Vai me mandar embora? - perguntei.

- Não... Você sabe que o que você fez com Laura não tem perdão né? Você machucou a sua irmã, humilhou ela por causa de um destino que é de vocês dois Pedro, não é só dela, mas ela está carregando esse fardo sozinha e sem reclamar, tudo para vocês continuar tendo uma vida boa. - falou

- Ela não devia ter aceitado, virar chefe do tráfico de drogas é meio pesado para aceitar né?! - falei

- Eu sei que é difícil, mas era o destino de vocês, na verdade o seu, já que quem assumi o morro sempre é o primeiro filho, mas você não quis e deixou tudo para ela, e quando ela descobriu ela teria que aceitar e seguir em frente. - disse.

- Eu nunca assumiria isso, eu não gosto dessas pessoas daqui... - falei e ela me olhou com assustada. - De você eu gosto tia, mas eu nasci para isso.

- E o que tu pretende fazer? - perguntou.

- Ainda não sei. - menti.

- Ela foi embora, você pode ficar... Mas vai ter que arrumar um emprego. - finalizou enfática.

- Tá bom. - falei jogando as mãos pra trás em desdém.

Ela saiu ainda bem, não quero discutir com minha tia por causa de Laura, porque a maioria das vezes que discuti com alguém da minha família foi por causa de Laura. E não estou afim disso mais, agora vou dormir e finalmente em paz, sem nenhuma bandida no mesmo teto que eu. Amanhã eu vou começar procurar minha mãe, e organizar tudo para eu sair daqui o mas rápido possível. Fecho meus olhos me ajeitando na cama, como eu sinto saudade da minha cama de casal enorme, não demora e eu durmo.