Capítulo 33

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Laura Sofia

Ficar em casa é sempre bom, acordar tarde então, nem se fale. Numa sexta dessa e, eu sem poder andar direito, louca pra sair pegar uma praia quem sabe. E não vou poder, é a alegria de pobre que vem parcelada mesmo. Advinha só quem me ligou em plena oito horas da manhã? O motorista de Vicente, ele até falou seu nome mas não dei ouvidos. Disse que Vicente gostaria de me ver, almoçar comigo, fui curta e grossa e não aceitei. Acho que estou fazendo o certo, não posso ficar dando confiança para um cara que eu nem conheço e que diz conhecer minha mãe, mas nunca ouvi ela falar dele. E pra falar a verdade eu estou um pouco desconfiada, meus pais tinham muitos inimigos e se esse Vicente for um desses inimigos? E eu der bola, ele se fazer de amigo e me pegar, fazer alguma maldade comigo, sei lá, só sei que eu não vou da confiança. E o melhor a fazer é manter ele afastado, mais se ele continuar me perseguindo eu vou ter que levar ele paga passar uma folga no quartinho da tortura... Aposto que depois que ele passa um dia lá, nunca mas vai querer nem saber o meu nome, ainda mais se eu deixar que meus vapores cuide dele. Já está ficando insuportável ele me perseguindo.

Pego meu celular para ver as horas e já são nada menos que 10:30, sim eu acordei tarde aí que maravilha. Mas agora eu tenho que me levantar e ir tomar um banho quentinho, porque está fazendo um frio lá fora. E eu ainda pensei em ir na praia hoje, ah... Mas gosto de frio é o meu clima favorito, me levanto devagar e vou andando igual uma coisa estranha, mancando argh! (risos). Entro no banheiro e tiro toda a minha roupa, ligo o chuveiro e entro em baixo daquela água quentinha. Após terminar o meu banho, sai vestindo um vestido solto branco estampado em flores, calcei uma melissa branca e fiz um coque mal feito nos meus cabelos que estão pedindo urgentemente uma hidratação, passei perfume e peguei meu celular.

Desci e encontrei Valentina deitada no sofá falando no celular, me sentei no outro e esperei ela terminar. Quando isso aconteceu ela me encarou e sorriu.

- Melhorou? - perguntou apontando para minha perna.

- Parou de doer, mas incomoda quando eu ando. - falei fazendo careta e ela riu.

- Minha mãe me ligou. - disse levantando o celular.

- E? - perguntei.

- Ela chamou nós para irmos almoçar em um restaurante lá em São Conrado. - disse e suspirou fundo. - Mas eu dispensei, você não pode ficar andando com essa perna bixada. - falou rindo e coloquei língua pra ela.

- Bixada é sua... - ri muito pelo o palavrão que ia falar. - Boca, e pode aceitar sim. - disse sorrindo de lado. - Eu não vou andar, vamos de carro não é? - perguntei e ela assentiu. - Então pronto! - completei.

- Tá vou passar uma mensagem para ela e vou me arrumar. - disse sorrindo.

- E eu vou assaltar a geladeira. - falei.

- Gulosa. - disse.

- Seu sobrinho. - falei sorrindo.

- Já volto. - gritou.

- Pode pá. - gritei.

Ela subiu e eu segui para a cozinha, bebi um copo de leite com Toddy, e também tomei as vitaminas. Me sentei no sofá e fiquei esperando quase uma eternidade a madame voltar para irmos. Assim que ela desceu saímos de casa, não demorou muito e já estávamos fora do Morro.

A HERDEIRA DO MORRO [Concluído] Onde histórias criam vida. Descubra agora