E cara... Desculpa se eu fui rude contigo, eu não queria ter feito tudo isso, isso não vai curar com um esparadrapo velho. O sangue escorrendo em você, não é brincadeira, velho. Preocupe-se, não fale que está bem e continue vivendo. Eu sei, eu fui mal, eu não queria ter feito isso, não foi intencional.
Mas veja, o dia lá fora ainda é lindo, os pássaros voando são esplêndidos, o céu ainda é azul, o mar ainda revela coisas que nunca poderemos explicar. Não se desespere, tudo ainda está aqui, não é porque eles se foram que nós ficaremos tristes, cara. Levante-se, não se abata, vamos correr atrás, vamos tomar um sorvete a sós, vamos viajar um pouco numa leitura de um livro e se amansar um pouco ao som de AM.
Eu sei, fui rude com você, consciência. Mas eu não queria te machucar e acabei machucando com tanto medo, eu sei que você não está bem, está dando tilt. Porém, por favor, não me deixe na mão, fale que está bem e vamos lá. Vamos atrás deles, eles serão nossos amigos de volta, entenderão o que nós passamos, poxa.
É, eu sei bem como você se sente, a cada respirada que dá, sente sua vida diminuir, a cada pensamento vem aquelas típicas frases de crise de existência, mas não se preocupe, eu estou contigo.
Eu fui muito ruim, muito ruim mesmo contigo, ou melhor, comigo mesmo. É, foram duras palavras ditas, eu quis morrer, mas, não podíamos fazer isso, tínhamos pessoas a nossa volta, não queria prejudicar elas, mas no final foi o que aconteceu.
Peço perdão à ti, por todas palavras que disse, por tudo que fiz, pelas vezes que afastei pessoas de nós por não saber o que fazer, ou, falar. Eu peço desculpas por não ter vívido feliz contigo. Peço desculpas também por distanciar pessoas que amávamos.
Ei, consciência, eu fui um babaca. Eu lamento.
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Mais uma, só que em outro lugar.
NouvellesA história da transição entre a juventude, adolescência e fase adulta numa só história de menos de 50 páginas. O maior conto de não-ficção que já leram, porque apesar de poucas páginas, temos muito sentimento e realismo.
