Capítulo 4

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Nova rotina

O sol mal nascera totalmente e Calub já estava se encontrava acordado.

Ele vai até o quarto de Maia que dorme serenamente agarrada aos seus ursinhos de pelúcia.

Ele vai até a cozinha e prepara um café forte do jeito que sua mãe gosta.

Separa algumas coisas e deixa em cima da mesa, para quando sua mãe chegar de um plantão cansativo, comer alguma coisa.

Com a cabeça um pouco quente por causa de ontem, Calub decide correr um pouco para aliviar o estresse que o dominava.

Ao chegar da corrida matinal, encontra sua mãe falando ao telefone. Ela se despede e nota a presença de Calub.

ㅡ Olá, bom dia, meu filho! ㅡ Ela beija sua fronte. ㅡ Maia se comportou?

ㅡ Sempre! ㅡ Ele diz e se senta de frente à ela.

ㅡ Estava correndo?

ㅡ Precisava descarregar algumas coisas. ㅡ Ele diz e enche um copo de suco dando um grande gole em seguida. ㅡ A professora de Maia veio aqui e pediu a transferencia dela para outra turma.

ㅡ O que aconteceu?

ㅡ Nada. Maia é muito inteligente para a idade dela.

ㅡ Isso é bom. Estou aliviada. ㅡ Ela diz enquanto começa a descascar uma fruta. ㅡ E como vai na escola?

ㅡ É sobre isso que quero falar. ㅡ Calub respira fundo. ㅡ Estou pensando em começar um estudo domiciliar e só sair de casa quando terminar o ensino médio.

ㅡ Calub, não...

ㅡ Eles me bateram de novo. ㅡ Ele abaixa a cabeça. ㅡ Estudarei por conta própria, entregarei relátorios e continuarei sendo aluno do Bochitteli. Mas não frequentarei as aulas.

ㅡ Como você vai fazer isso?

ㅡ Sou inteligente o suficiente para isso. Consigo pegar um conteúdo fácil, fácil.

ㅡ Não concordo com isso.

ㅡ Estou de saco cheio de ser uma almofadinha de pancadas! Eu não suporto ser taxado de esquisito e ganhar diversos apelidinhos. Mãe, todos daquela escola me odeiam! ㅡ Ele se altera.

ㅡ Primeiro abaixe o tom de voz. Segundo, eu me oponho a isso.

ㅡ Me recuso a ir para a escola.

ㅡ Vou te deixar de castigo!

ㅡ De quê? Eu não tenho celular, eu não assisto tv e mal saio de casa.

ㅡ Vou tirar seu computador.

ㅡ Você sabe que eu o uso apenas para estudar.

Sem chances, sua mãe se rende entendendo a situação do filho.

ㅡ Tudo bem. Mas se suas notas caírem, você volta para a escola.

ㅡ Obrigado.

(...)

Após uma longa conversa com o diretor Frank na segunda-feira, finalmente conseguiram entrar em um acordo.

Calub estudaria em casa e duas vezes ao mês, um professor viria verifica-lo, aplicar-lhe um teste e tirar suas dúvidas.

O diretor logo entendeu os motivos do garoto, e não se opôs a ele. Sabia que Calub seria brilhante futuramente.

A nova rotina se tornara entediante.

Calub fazia atividades domésticas enquanto estudava e cuidava de Maia.

Nos dias em que sua mãe estava trabalhando, era responsável de levar o seu almoço.

No enorme hospital "Meyre Hope".

ㅡ Por favor, a enfermeira Marta Turkle. ㅡ Ele informa na recepção enquanto segura uma sacola com uma média marmita.

A recepcionista, que já o conhecia, abriu um lindo sorriso simpático, digitou algo no computador e respondeu:

ㅡ Enfermaria da ala de pediatria.

ㅡ Obrigado. ㅡ Calub ajeitou os óculos e saiu.

Prosseguindo seu caminho, se imaginava como doutor daquele hospital, andando com um jaleco branco, estetoscópio no pescoço e de sapato social.

Era o que ele almejava.

Medicina? Sim.

ㅡ Ei, psiu, mocinho! ㅡ Alguém chamou no fundo do corredor. ㅡ Calub, não é?

Um pouco assustado, ele virou-se em direção a voz e encontrou um homem na casa dos quarenta anos, de cabelos um pouco avermelhados que o olhava com um sorriso familiar.

O homem caminhou apressadamente ao seu encontro.

ㅡ Acho que não está me reconhecendo. ㅡ O homem estende a mão. ㅡ Sou Caleb. O dono do hospital.

Sim. O pai de Hope.

Mas de onde ele conhece Calub? E por quê tamanha semelhança no nome? Coincidencia, eu diria.

ㅡ Pois não? O que o senhor deseja? ㅡ Calub perguntou após soltar a mão de Caleb.

ㅡ Soube que saiu da escola. É verdade? ㅡ Caleb cruza os braços.

ㅡ Sim, mas... sem querer ser grosseiro. O que o senhor tem haver com isso? ㅡ Calub argumenta inocentemente.

Caleb sorri e sobe as calças.

ㅡ Eu pago a sua escola.

Calub congela em seu canto como se a resposta fosse um coice de cavalo. Ele morreria e não saberia que o chefe da sua mãe paga à escola em que ele estuda.

ㅡ Óh, me desculpe eu não sa... ㅡ Ele se desconserta.

ㅡ Não há problemas. ㅡ Caleb sorri.

ㅡ Eu agradeço o que o senhor tem feito por mim.

ㅡ Estou apenas pagando uma divida.

Calub olha para os lados e Caleb prossegue...

ㅡ Vem cá! Você gostaria de um emprego? É temporário. Se você tiver tempo, é claro.

ㅡ O que você me propõe?

ㅡ Sei que você é um garoto muito inteligente, portanto, quero que dê aulas particulares a minha filha. Vocês cursam o mesmo ano, não?

ㅡ Está falando de Hope?

ㅡ É a única filha que tenho. ㅡ Caleb sorri e põe as mãos nos quadris. ㅡ Hope está se tornando uma aluna mediana, e eu não quero isso para ela. Futuramente herdará esse hospital e precisa entrar nas melhores faculdades de medicina. E aí? Você topa?

Calub abaixa os olhos parecendo pensar.

Faz algumas semanas que ele está morfando em casa, apenas estudando e cuidando de Maia.

E quando conheceu Hope, achou-a tão legal que sentira saudades algumas vezes.

ㅡ Tudo bem. Diga-me quando e onde?

ㅡ Amanhã, pela tarde. Mandarei meu motorista busca-lo. Tudo bem para você? ㅡ Caleb bagunça os cabelos de Calub.

ㅡ Tenho que estar em casa ás quatro. É o horário em que Maia chega.

ㅡ Certo. De uma ás quatro. ㅡ Caleb estende a mão. ㅡ Te pagarei no fim do mês.

ㅡ Tenha uma boa tarde, senhor.

ㅡ Igualmente.

Calub prosseguiu seu caminho.
O Dr. Caleb mencionou um pagamento de uma divida. Mas que divida seria essa?

As palavras do doutor ainda soavam em sua cabeça.




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