Nova rotina
O sol mal nascera totalmente e Calub já estava se encontrava acordado.
Ele vai até o quarto de Maia que dorme serenamente agarrada aos seus ursinhos de pelúcia.
Ele vai até a cozinha e prepara um café forte do jeito que sua mãe gosta.
Separa algumas coisas e deixa em cima da mesa, para quando sua mãe chegar de um plantão cansativo, comer alguma coisa.
Com a cabeça um pouco quente por causa de ontem, Calub decide correr um pouco para aliviar o estresse que o dominava.
Ao chegar da corrida matinal, encontra sua mãe falando ao telefone. Ela se despede e nota a presença de Calub.
ㅡ Olá, bom dia, meu filho! ㅡ Ela beija sua fronte. ㅡ Maia se comportou?
ㅡ Sempre! ㅡ Ele diz e se senta de frente à ela.
ㅡ Estava correndo?
ㅡ Precisava descarregar algumas coisas. ㅡ Ele diz e enche um copo de suco dando um grande gole em seguida. ㅡ A professora de Maia veio aqui e pediu a transferencia dela para outra turma.
ㅡ O que aconteceu?
ㅡ Nada. Maia é muito inteligente para a idade dela.
ㅡ Isso é bom. Estou aliviada. ㅡ Ela diz enquanto começa a descascar uma fruta. ㅡ E como vai na escola?
ㅡ É sobre isso que quero falar. ㅡ Calub respira fundo. ㅡ Estou pensando em começar um estudo domiciliar e só sair de casa quando terminar o ensino médio.
ㅡ Calub, não...
ㅡ Eles me bateram de novo. ㅡ Ele abaixa a cabeça. ㅡ Estudarei por conta própria, entregarei relátorios e continuarei sendo aluno do Bochitteli. Mas não frequentarei as aulas.
ㅡ Como você vai fazer isso?
ㅡ Sou inteligente o suficiente para isso. Consigo pegar um conteúdo fácil, fácil.
ㅡ Não concordo com isso.
ㅡ Estou de saco cheio de ser uma almofadinha de pancadas! Eu não suporto ser taxado de esquisito e ganhar diversos apelidinhos. Mãe, todos daquela escola me odeiam! ㅡ Ele se altera.
ㅡ Primeiro abaixe o tom de voz. Segundo, eu me oponho a isso.
ㅡ Me recuso a ir para a escola.
ㅡ Vou te deixar de castigo!
ㅡ De quê? Eu não tenho celular, eu não assisto tv e mal saio de casa.
ㅡ Vou tirar seu computador.
ㅡ Você sabe que eu o uso apenas para estudar.
Sem chances, sua mãe se rende entendendo a situação do filho.
ㅡ Tudo bem. Mas se suas notas caírem, você volta para a escola.
ㅡ Obrigado.
(...)
Após uma longa conversa com o diretor Frank na segunda-feira, finalmente conseguiram entrar em um acordo.
Calub estudaria em casa e duas vezes ao mês, um professor viria verifica-lo, aplicar-lhe um teste e tirar suas dúvidas.
O diretor logo entendeu os motivos do garoto, e não se opôs a ele. Sabia que Calub seria brilhante futuramente.
A nova rotina se tornara entediante.
Calub fazia atividades domésticas enquanto estudava e cuidava de Maia.
Nos dias em que sua mãe estava trabalhando, era responsável de levar o seu almoço.
No enorme hospital "Meyre Hope".
ㅡ Por favor, a enfermeira Marta Turkle. ㅡ Ele informa na recepção enquanto segura uma sacola com uma média marmita.
A recepcionista, que já o conhecia, abriu um lindo sorriso simpático, digitou algo no computador e respondeu:
ㅡ Enfermaria da ala de pediatria.
ㅡ Obrigado. ㅡ Calub ajeitou os óculos e saiu.
Prosseguindo seu caminho, se imaginava como doutor daquele hospital, andando com um jaleco branco, estetoscópio no pescoço e de sapato social.
Era o que ele almejava.
Medicina? Sim.
ㅡ Ei, psiu, mocinho! ㅡ Alguém chamou no fundo do corredor. ㅡ Calub, não é?
Um pouco assustado, ele virou-se em direção a voz e encontrou um homem na casa dos quarenta anos, de cabelos um pouco avermelhados que o olhava com um sorriso familiar.
O homem caminhou apressadamente ao seu encontro.
ㅡ Acho que não está me reconhecendo. ㅡ O homem estende a mão. ㅡ Sou Caleb. O dono do hospital.
Sim. O pai de Hope.
Mas de onde ele conhece Calub? E por quê tamanha semelhança no nome? Coincidencia, eu diria.
ㅡ Pois não? O que o senhor deseja? ㅡ Calub perguntou após soltar a mão de Caleb.
ㅡ Soube que saiu da escola. É verdade? ㅡ Caleb cruza os braços.
ㅡ Sim, mas... sem querer ser grosseiro. O que o senhor tem haver com isso? ㅡ Calub argumenta inocentemente.
Caleb sorri e sobe as calças.
ㅡ Eu pago a sua escola.
Calub congela em seu canto como se a resposta fosse um coice de cavalo. Ele morreria e não saberia que o chefe da sua mãe paga à escola em que ele estuda.
ㅡ Óh, me desculpe eu não sa... ㅡ Ele se desconserta.
ㅡ Não há problemas. ㅡ Caleb sorri.
ㅡ Eu agradeço o que o senhor tem feito por mim.
ㅡ Estou apenas pagando uma divida.
Calub olha para os lados e Caleb prossegue...
ㅡ Vem cá! Você gostaria de um emprego? É temporário. Se você tiver tempo, é claro.
ㅡ O que você me propõe?
ㅡ Sei que você é um garoto muito inteligente, portanto, quero que dê aulas particulares a minha filha. Vocês cursam o mesmo ano, não?
ㅡ Está falando de Hope?
ㅡ É a única filha que tenho. ㅡ Caleb sorri e põe as mãos nos quadris. ㅡ Hope está se tornando uma aluna mediana, e eu não quero isso para ela. Futuramente herdará esse hospital e precisa entrar nas melhores faculdades de medicina. E aí? Você topa?
Calub abaixa os olhos parecendo pensar.
Faz algumas semanas que ele está morfando em casa, apenas estudando e cuidando de Maia.
E quando conheceu Hope, achou-a tão legal que sentira saudades algumas vezes.
ㅡ Tudo bem. Diga-me quando e onde?
ㅡ Amanhã, pela tarde. Mandarei meu motorista busca-lo. Tudo bem para você? ㅡ Caleb bagunça os cabelos de Calub.
ㅡ Tenho que estar em casa ás quatro. É o horário em que Maia chega.
ㅡ Certo. De uma ás quatro. ㅡ Caleb estende a mão. ㅡ Te pagarei no fim do mês.
ㅡ Tenha uma boa tarde, senhor.
ㅡ Igualmente.
Calub prosseguiu seu caminho.
O Dr. Caleb mencionou um pagamento de uma divida. Mas que divida seria essa?As palavras do doutor ainda soavam em sua cabeça.
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Charme Geek
RomanceQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...