Capítulo 21

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    Era uma manhã de sábado quando um pequeno caminhão estacionou em frente a mansão. Maia foi a primeira a pular para fora.

ㅡ Sejam todos bem-vindos! ㅡ Exclamou Bernardo abrindo os braços para receber Maia.

O barulho da velha camionete despertou Hope que lentamente foi até a janela ver o que estava acontecendo. Seu coração deu um pulo. Afinal, o que fazia Calub com algumas bagagens se direcionando a sua casa?

Ela correu para o banheiro e se trocou rapidamente.

ㅡ Vem cá, garoto! ㅡ Bernardo abraçou Calub ainda com Maia nos braços. ㅡ A cada dia está mais forte e bonito!

Calub ficou encabulado. Gratidão era um sentimento que ele raramente sentia e não gostava disso. Era como se devesse algo a pessoa.

ㅡ Sintam-se em casa! ㅡ Ele exclamou após abraçar Marta. ㅡ Hebe já preparou o quarto em que irão ficar. Já conhecem a casa, então fiquem a vontade.

Caminharam todos para dentro de casa. Alguns empregados ajudaram a carregar todas as bagagens que estavam no caminhão. Eles não tinham mais carro, já que a mãe procurou vender para suprir um pouco das dívidas.

ㅡ Tem chocolate quente?? ㅡ Maia apressou-se. ㅡ Eu gostaria de chocolate quente!!

ㅡ Óh, sim, claro! Hebe, cuide disso. ㅡ Bernardo a pediu.

ㅡ Claro. Vem princesa! Quer biscoitos também?

Maia segurou a mão de Hebe e as duas caminharam para a cozinha.

ㅡ Sr. Bernardo, não sei como agradecer o que está fazendo por nós. Sinceramente, por tudo que fez por nós. ㅡ Marta agradeceu.

ㅡ É meu dever. Não precisa agradecer. Seus filhos são como netos para mim. ㅡ Ele olhou para Calub que retribuiu com um sorriso. ㅡ Como vai na escola? Ainda está na mesma classe que Hope? Ela não fala mais de você. Aconteceu alguma coisa?

O sorriso se desfez no rosto de Calub.

ㅡ Nós nos... Desentendemos, apenas.

ㅡ Espero que se entendam novamente. Viverão sob o mesmo teto agora. Não vai dar pra ficar ignorando a presença um do outro.

Bernardo falou e ele estava certo. Esse era um dos motivos que o convenceu a vir para cá.

ㅡ Daqui a pouco estarão como unha e carne. Como quando eram pequenos. ㅡ Marta avisou.

Hope havia pegado um pouco da conversa e começou a descer as escadas lentamente.

ㅡ E por falar nela... ㅡBernardo voltou sua atenção para neta. ㅡ Hope, cumprimente nossos hóspedes.

A garota sorriu para Marta e a mesma a puxou para um abraço. Timidamente cumprimentou Calub com um aceno discreto.

Hóspedes? Se perguntou mas preferiu ficar calada. Talvez seja só por alguns dias. Isso foi uma surpresa e tanto!

ㅡ Onde está Caleb? ㅡPerguntou Marta.

ㅡ Foi resolver alguns assuntos pendentes em uma clínica filial. ㅡ Bernardo respondeu. ㅡ Que tal sentarmos a mesa e comermos alguma coisa? Devem estar com fome.

Calub e Hope rapidamente se entreolharam e desviaram o olhar. A garota saiu na frente e ele logo em seguida.

Sentaram todos à mesa que já estava repleta de pães, bolo, suco, frutas, leite e tudo mais. Maia já estava sentada à mesa tomando chocolate quente e comendo biscoitos.

ㅡ Vô Bernardo, o chocolate quente da tia Hebe é muito delicioso! ㅡ Ela exclamou assim que o viu passar pela porta.

ㅡ É mesmo, pequena? Que bom que esteja gostando! ㅡ Ele passou a mão nos cabelos de Maia. ㅡ Sentem-se! ㅡ Bernardo referiu-se a Marta e Calub.

O café da manhã foi um tanto desconcertante para Calub e Hope. Ambos sentaram de frente para o outro mas não trocaram uma palavra se quer, apenas olhares que rapidamente eram desviados.

ㅡ Hope. Marta, Maia e Calub irão morar conosco por um tempo. Como nos velhos tempos.

Os olhos de Hope pararam sobre a xícara de leite morno e lentamente subiram para encontrar os olhos do avô. Ao ouvir tais palavras, seu estômago gelara. Ela bebeu um gole do seu leite e apenas balançou a cabeça concordando.

ㅡ Hope, você tem bonecas? Eu trouxe minhas bonecas! Podemos brincar, não é?? ㅡ Maia perguntou entusiasmada.

ㅡ Eu tenho uma casinha de bonecas. Podemos brincar mais tarde. O que acha? ㅡ Hope diz.

ㅡ Acho formidável. ㅡ Maia fala naturalmente e Bernardo a encara espantado.

ㅡ Quantos anos você tem, Maia? ㅡ Ele pergunta.

ㅡ Quatro. E meio. ㅡ Ela pega um biscoito e dá uma mordida.

ㅡ Marta, ela é superdotada? ㅡ Bernardo pergunta.

Maia larga o biscoito sobre a mesa e tapa os ouvidos.

ㅡ Lá vem eles de novo!! Eu não sou adotada!!! ㅡ Ela choraminga.

Marta segura nas mãos de Maia e faz com que a pequena olhe em seus olhos.

Calub e Hope riem da situação e Bernardo fica atônito.

ㅡ Não. Você não é adotada. O que o Vô Bernardo quis dizer é que você é muito inteligente para sua idade. Compreende?

Maia limpa as falsas lágrimas do rosto e volta-se para Bernardo.

ㅡ Não sou adotada, vô. Eu sou inte-li-gente! ㅡ Ela aponta com o indicador.

ㅡ Sim! Muito inteligente. ㅡ Bernardo se volta para Marta. ㅡ Onde ela está estudando?

ㅡ Em uma escolinha do bairro perto de casa. ㅡ Calub respondeu.

ㅡ Vamos transferi-la para o Bochitteli. ㅡ Bernardo decidiu.

Calub ficou perplexo. Temia que sua irmã passasse pelo o que ele passou.
Sabia que no Bochitteli não havia lugar para irmandades. As pessoas tinham inveja uma das outras. Você podia ser bom em alguma coisa. Só não podia ser melhor que os outros e isso se aplicava mais quando você sempre tirava notas altas.

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