Capítulo 35

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ㅡ Mas vovô, eu não vou ao baile! ㅡ Calub insistiu.

ㅡ Isso é injusto! ㅡ Reclamou Hope.

ㅡ Ok. Então ambos não irão. ㅡ Bernardo deu por fim.

ㅡ Eu não acredito nisso. Eu. Não acredito. ㅡ Hope se levantou da mesa e caminhou a passos largos em direção a sala.

ㅡ Aonde vai, mocinha? Você não terminou seu lanche! ㅡ Bernardo a chamou.

Hope se virou de maneira dramática.

ㅡ Para escola!!! ㅡ Exclamou furiosa e saiu batendo a porta.

ㅡ Vá, Calub. Irei deixar Maia na escola. ㅡ Bernardo indicou com a cabeça.

ㅡ Prefiro ir a pé. ㅡ Deu de ombros e voltou a comer.

ㅡ Calub. ㅡ Sua mãe o repreendeu. ㅡ Vá!

O garoto revirou os olhos, pegou uma fruta e saiu correndo.

Francis abriu a porta do carro para ele.

ㅡ Obrigado, Francis! ㅡ Agradeceu. ㅡ Hoje vovô levará Maia. Não se preocupe.

Calub virou-se para encarar Hope.

ㅡ Não me olha assim!! Você estragou o meu dia! ㅡ A garota ralhou sem olha-lo.

ㅡ Eu? Certo. Vamos fazer um acordo?

ㅡ Não. ㅡ Foi direta.

ㅡ Sim. ㅡ Insistiu.

ㅡ Não! ㅡ Falou mais uma vez.

ㅡ Você não sabe o que irei propor.

ㅡ Não!

ㅡ Pode ao menos me escutar?

ㅡ Não.

ㅡ Vai ficar repetindo o "não"?

ㅡ Não.

ㅡ Ok. Nós iremos ao baile.

ㅡ Nã... Espera. O quê?

ㅡ Tudo bem. Eu sei que você não quer ir. Eu também não quero. Viu como as coisas se resolvem facilmente?

Francis observava a pequena discurssão dividindo sua atenção aos dois e ao trânsito. Era divertido.

Hope segurou as bochechas de Calub entre os dedos fazendo-o olhar para ela.

ㅡ Olha, eu quero muito ir a esse baile. Eu nem entendo porque meu avô se meteu nessa história. ㅡ Sustentou seu olhar sem se intimidar. E que belo par de olhos o garoto tinha! Hipnotizantes! ㅡ Nós vamos ao baile porque eu quero e ponto! Você vai me levar vivo ou morto. Não importa.

Ela o soltou bruscamente.

ㅡ Está me ameaçando?

ㅡ Se você interpretou assim...

ㅡ Você é louca, psicopata!

ㅡ Sou. Não sabia? Tenho laudo médico e tudo. ㅡ Hope esboçou um sorriso irônico.

ㅡ Desconfiava. ㅡ Calub cruzou os braços e direcionou seu olhar para a janela.

(...)

Calub, como o novo presidente do grêmio, agora era bem visto e notado por toda a escola. As pessoas cediam espaço para que ele passasse, o cumprimentava, davam preferencial na fila do almoço e outras coisas.

Ele não gostava nem um pingo da nova maneira em que as pessoas o tratavam, só de o respeitarem ele já ficaria feliz.

O dia estava lotado de atividades que ficaram pendentes. Por isso, Calub resolveu almoçar em sua sala enquanto resolvia algumas coisas.

ㅡ Céus! Te encontrei! ㅡ Peene entrou sem bater. ㅡ Você já entrou no blog da escola?? ㅡ O garoto apoiou as duas mãos na mesa de Calub, ofegante.

ㅡ Não. ㅡ respondeu Calub enquanto dividia sua atenção com o sanduíche e o computador.

ㅡ Me dá aqui!! ㅡ Peene virou o monitor para si sobre os protestos de Calub, mas quando o garoto viu o que estava na tela, permaneceu boquiaberto.

A votação para o rei do baile de inverno o deixara em primeiro lugar.

ㅡ Mas o que é isso?? ㅡ Calub largou o sanduíche e ajeitou seus óculos.

ㅡ De acordo com a votação, até agora, você é o rei do baile.

ㅡ Não. Isso não. ㅡ Se acomodou em sua poltrona e a trouxe mais próxima ao computador. ㅡ Peene, eu não posso estar aí!

ㅡ Como não? As pessoas te admiram.

ㅡ Errado. Apenas me conhecem por liderar algo. ㅡ Calub uniu as mãos abaixo do queixo e descançou as costas na poltrona.

ㅡ Errado novamente. Te admiram sim. Se não fizessem isso, não estaria em primeiro lugar.

ㅡ As pessoas costumam ser conduzidas pela maioria. ㅡ Levantou-se e bebeu o último gole de seu refrigerante. Pôs a mão no bolso e se dirigiu a janela.

ㅡ Você é tão... Não sei um adjetivo para descreve-lo neste momento. ㅡ Peene caminhou em sua direção, parando ao seu lado. ㅡ Ou é você ou o Antony. Gostaria de sair e ceder seu lugar a ele?

ㅡ Sim. Não me importo com títulos.

ㅡ Você é chato, hein? Não sei como consigo ser seu amigo.

ㅡ Me pergunto isso também. ㅡ Calub riu e olhou para Peene que ainda mantia uma expressão séria. ㅡ Que foi?

O garoto apenas balançou a cabeça em negação.

ㅡ Cuidado. Uma personalidade fria desregulada afasta as pessoas. ㅡ Peene deu duas batidinhas no ombro do amigo.

ㅡ Eu não sou frio. ㅡ contestou.

ㅡ Não? Imagina se fosse.

ㅡ Tudo bem. Ok. Sou uma pessoa maçante e diga-se de passagem, talvez frio. Mas sei lá...

ㅡ Espero que você vá ao baile. ㅡ Peene virou-se para se acomodar na sua mesa.

ㅡ Eu... ㅡ Sentou-se e voltou sua atenção ao amigo. ㅡ Irei ao baile. Com Hope.

ㅡ Ah! Finalmente! Se acertaram?

ㅡ Não. Meu avô me obrigou. Praticamente. E ela... Me ameaçou. ㅡ Calub falou um pouco baixo.

ㅡ Ela o quê?? ㅡ Peene não havia escutado bem.

ㅡ Ah, que se dane! Eu vou ao baile com Hope. E eu só vou porque é com ela!! Pronto. Essa é a verdade.

ㅡ Beleza! Acho que vou votar na Hope como rainha. ㅡ Peene voltou sua atenção para o computador.

ㅡ Isso é tão... Clichê!

ㅡ Acostume-se! Costuma piorar quando se assumirem. ㅡ Peene brincou e Calub acertou-lhe uma bolinha de papel.

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