ㅡ Mas vovô, eu não vou ao baile! ㅡ Calub insistiu.ㅡ Isso é injusto! ㅡ Reclamou Hope.
ㅡ Ok. Então ambos não irão. ㅡ Bernardo deu por fim.
ㅡ Eu não acredito nisso. Eu. Não acredito. ㅡ Hope se levantou da mesa e caminhou a passos largos em direção a sala.
ㅡ Aonde vai, mocinha? Você não terminou seu lanche! ㅡ Bernardo a chamou.
Hope se virou de maneira dramática.
ㅡ Para escola!!! ㅡ Exclamou furiosa e saiu batendo a porta.
ㅡ Vá, Calub. Irei deixar Maia na escola. ㅡ Bernardo indicou com a cabeça.
ㅡ Prefiro ir a pé. ㅡ Deu de ombros e voltou a comer.
ㅡ Calub. ㅡ Sua mãe o repreendeu. ㅡ Vá!
O garoto revirou os olhos, pegou uma fruta e saiu correndo.
Francis abriu a porta do carro para ele.
ㅡ Obrigado, Francis! ㅡ Agradeceu. ㅡ Hoje vovô levará Maia. Não se preocupe.
Calub virou-se para encarar Hope.
ㅡ Não me olha assim!! Você estragou o meu dia! ㅡ A garota ralhou sem olha-lo.
ㅡ Eu? Certo. Vamos fazer um acordo?
ㅡ Não. ㅡ Foi direta.
ㅡ Sim. ㅡ Insistiu.
ㅡ Não! ㅡ Falou mais uma vez.
ㅡ Você não sabe o que irei propor.
ㅡ Não!
ㅡ Pode ao menos me escutar?
ㅡ Não.
ㅡ Vai ficar repetindo o "não"?
ㅡ Não.
ㅡ Ok. Nós iremos ao baile.
ㅡ Nã... Espera. O quê?
ㅡ Tudo bem. Eu sei que você não quer ir. Eu também não quero. Viu como as coisas se resolvem facilmente?
Francis observava a pequena discurssão dividindo sua atenção aos dois e ao trânsito. Era divertido.
Hope segurou as bochechas de Calub entre os dedos fazendo-o olhar para ela.
ㅡ Olha, eu quero muito ir a esse baile. Eu nem entendo porque meu avô se meteu nessa história. ㅡ Sustentou seu olhar sem se intimidar. E que belo par de olhos o garoto tinha! Hipnotizantes! ㅡ Nós vamos ao baile porque eu quero e ponto! Você vai me levar vivo ou morto. Não importa.
Ela o soltou bruscamente.
ㅡ Está me ameaçando?
ㅡ Se você interpretou assim...
ㅡ Você é louca, psicopata!
ㅡ Sou. Não sabia? Tenho laudo médico e tudo. ㅡ Hope esboçou um sorriso irônico.
ㅡ Desconfiava. ㅡ Calub cruzou os braços e direcionou seu olhar para a janela.
(...)
Calub, como o novo presidente do grêmio, agora era bem visto e notado por toda a escola. As pessoas cediam espaço para que ele passasse, o cumprimentava, davam preferencial na fila do almoço e outras coisas.
Ele não gostava nem um pingo da nova maneira em que as pessoas o tratavam, só de o respeitarem ele já ficaria feliz.
O dia estava lotado de atividades que ficaram pendentes. Por isso, Calub resolveu almoçar em sua sala enquanto resolvia algumas coisas.
ㅡ Céus! Te encontrei! ㅡ Peene entrou sem bater. ㅡ Você já entrou no blog da escola?? ㅡ O garoto apoiou as duas mãos na mesa de Calub, ofegante.
ㅡ Não. ㅡ respondeu Calub enquanto dividia sua atenção com o sanduíche e o computador.
ㅡ Me dá aqui!! ㅡ Peene virou o monitor para si sobre os protestos de Calub, mas quando o garoto viu o que estava na tela, permaneceu boquiaberto.
A votação para o rei do baile de inverno o deixara em primeiro lugar.
ㅡ Mas o que é isso?? ㅡ Calub largou o sanduíche e ajeitou seus óculos.
ㅡ De acordo com a votação, até agora, você é o rei do baile.
ㅡ Não. Isso não. ㅡ Se acomodou em sua poltrona e a trouxe mais próxima ao computador. ㅡ Peene, eu não posso estar aí!
ㅡ Como não? As pessoas te admiram.
ㅡ Errado. Apenas me conhecem por liderar algo. ㅡ Calub uniu as mãos abaixo do queixo e descançou as costas na poltrona.
ㅡ Errado novamente. Te admiram sim. Se não fizessem isso, não estaria em primeiro lugar.
ㅡ As pessoas costumam ser conduzidas pela maioria. ㅡ Levantou-se e bebeu o último gole de seu refrigerante. Pôs a mão no bolso e se dirigiu a janela.
ㅡ Você é tão... Não sei um adjetivo para descreve-lo neste momento. ㅡ Peene caminhou em sua direção, parando ao seu lado. ㅡ Ou é você ou o Antony. Gostaria de sair e ceder seu lugar a ele?
ㅡ Sim. Não me importo com títulos.
ㅡ Você é chato, hein? Não sei como consigo ser seu amigo.
ㅡ Me pergunto isso também. ㅡ Calub riu e olhou para Peene que ainda mantia uma expressão séria. ㅡ Que foi?
O garoto apenas balançou a cabeça em negação.
ㅡ Cuidado. Uma personalidade fria desregulada afasta as pessoas. ㅡ Peene deu duas batidinhas no ombro do amigo.
ㅡ Eu não sou frio. ㅡ contestou.
ㅡ Não? Imagina se fosse.
ㅡ Tudo bem. Ok. Sou uma pessoa maçante e diga-se de passagem, talvez frio. Mas sei lá...
ㅡ Espero que você vá ao baile. ㅡ Peene virou-se para se acomodar na sua mesa.
ㅡ Eu... ㅡ Sentou-se e voltou sua atenção ao amigo. ㅡ Irei ao baile. Com Hope.
ㅡ Ah! Finalmente! Se acertaram?
ㅡ Não. Meu avô me obrigou. Praticamente. E ela... Me ameaçou. ㅡ Calub falou um pouco baixo.
ㅡ Ela o quê?? ㅡ Peene não havia escutado bem.
ㅡ Ah, que se dane! Eu vou ao baile com Hope. E eu só vou porque é com ela!! Pronto. Essa é a verdade.
ㅡ Beleza! Acho que vou votar na Hope como rainha. ㅡ Peene voltou sua atenção para o computador.
ㅡ Isso é tão... Clichê!
ㅡ Acostume-se! Costuma piorar quando se assumirem. ㅡ Peene brincou e Calub acertou-lhe uma bolinha de papel.

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Charme Geek
RomanceQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...