Capítulo 5

2.5K 377 137
                                        

Baleinha

  Assim que Calub chegou do hospital, rapidamente se dirigiu ao banheiro para tomar um banho sossegado.

Ás quatro, Maia chegaria. Calub planejava levar a irmã na sorveteria recentemente inaugurada da esquina.

Maia adorava sorvete. Principalmente de pistache. Calub não entendia como uma garotinha de quatro anos gostava de pistache.

A van finalmente buzinou:

ㅡ Lub, abre aqui! ㅡ Gritou Maia ao tocar a campainha.

Calub se levantou rapidamente do sofá e abriu a porta.

ㅡ Deixe suas coisas na sala, Maia. Nós vamos sair. ㅡ Ele diz ao ver a garotinha entrar.

ㅡ Aonde nós vamos, Lub? ㅡ Ela perguntou curiosa ao rebolar a mochila sobre o sofá.

ㅡ Surpresa! ㅡ Ele diz enquanto estende a mão para Maia.

(...)

ㅡ Como vai na escola? ㅡ Ele pergunta enquanto Maia anda sobre os paralelepipedos da calçada.

ㅡ Ah, legal. ㅡ Ela diz sem ânimo. ㅡ Sabia que eu sou a única com quatro aninhos lá? ㅡ Maia para e dá um pulo ficando a frente do irmão.

ㅡ Sim. Porque você é inteligente. ㅡ Calub bagunça os cabelos castanhos de Maia.

ㅡ Irmão! ㅡ Ela repreende enquanto põe as duas mãos na cabeça impedindo tal ação.

ㅡ Você fez amigos? ㅡ Calub pergunta enquanto Maia agarra seu braço.

ㅡ Sim! Mas só uma...

ㅡ Um bom começo.

Calub se sente aliviado ao ouvi-la pronunciar no feminino.

ㅡ Bom... chegamos! ㅡ Ele diz e Maia estanca no caminho levanto o rosto e admirando um pequeno prédio rosa com marrom. ㅡ O que está escrito na placa aí em cima?

Maia estreita os olhos devido a claridade e pronuncia:

ㅡ Sor-ve-te-ri-a. Sorveteria!!

ㅡ Isso! Merece um sorvete de pistache!

Calub exclama e Maia bate palminhas dando pulinhos histéricos.

Maia corre para dentro da sorveteria e Calub a segue, porém, ele estanca ao avistar Hector e seus comparsas.

Calub coloca o capuz e procura a cadeira mais afastada do grupinho de meliantes.

ㅡ Um sorvete de pistache e um sandae duplo de chocolate, por favor. ㅡ Calub faz o pedido quando a moça se aproxima.

ㅡ Lub, Believe !! ㅡ Exclamou Maia ao reparar na música que soava pelo ambiente.

Era I am Believer, a música preferida de ambos.

Maia começou a cantarolar com a sua voz de criança enquanto balança a mãozinha na parte do "I am Believer, I am Believer".

Calub se divertia com aquilo, e se tivesse um celular, certamente filmaria o momento.

ㅡ Canta, Lub! É nossa múxica!

ㅡ Aqui não, Maia. E o correto é música!

Música.

Maia pronunciou automaticamente.

Calub sorriu de modo cativante para a irmã.

ㅡ Você me leva no parquinho? ㅡ Maia perguntou.

ㅡ Não, Maia. Eu tenho que estudar.

Pu favor, maninho! ㅡ Maia uni as duas mãos sob o queixo. ㅡ Faz tempo que num vou prá lá!

ㅡ Desculpa, Maia. Mas não vou ceder a esses seus olhinhos pidões outra vez.

ㅡ Você é o irmão mais chato do mundo!!! ㅡ Maia se altera, faz carranca e cruza os braços.

ㅡ Maia, não é hora para isso. ㅡ Calub puxa a mão de Maia de modo com que ela descruzasse os braços. ㅡ Olha, eu te trouxe para a sorveteria. Isso não basta para você?

Maia fecha os olhos e permanece com eles assim até Calub soltar sua mão.

A moça chega com os pedidos e os põe na mesa. Calub paga a conta e a moça se retira.

Maia come seu sorvete calada sem dar um pio.

ㅡ Ora, ora! O que o garibaldo faz aqui? ㅡ Disse Hector se agachando e ficando face a face com Calub. ㅡ Por quê anda fugindo?  Está com medinho, seu viadinho?

Calub o ignora e se levanta pegando Maia pelo pulso.

ㅡ Aonde, vai Garibaldo? Ainda está cedo. Nós nem batemos um papinho.

Os comparsas de Hector impedem a passagem dele.

ㅡ O nome dele não é Garibaldo, seu baleia! ㅡ Maia diz e levanta a cabeça para encarar Hector.

Ela se assusta com o olhar feroz de Hector e se esconde entre as pernas de Calub.

ㅡ Fica quieta, tampinha!

ㅡ Hector, por favor, me deixa ir embora? Eu estou com a minha irmã aqui. Ela só tem quatro anos!

ㅡ E? ㅡ Hector se aproxima. ㅡ Meu assunto é com você e não com ela!

ㅡ Justamente! ㅡ Calub pega Maia no colo enquanto dá pequenos passos pra trás e Hector se aproxima.

Maia solta um grito fino no ouvido de Hector o assustando.

ㅡ Sua pirralha!! ㅡ Hector brada irritado e lança o sundae que estava sobre a mesa em, direção a Maia e Calub.

Calub desvia com habilidade e o sundae atinge um dos comparsas de Hector.

ㅡ Que pontaria horrorosa, Hector! ㅡ Brincou Calub.

ㅡ Seu viadinho covarde! ㅡ Hector o empurra e Calub cai junto com Maia derrubando a mesa.

Calub tenta se levantar com a irmã que começa a chorar.

ㅡ Cala boca, pirralha! ㅡ Hector grita.

ㅡ Shh, está tudo bem, Maia! ㅡ Calub abraça a irmã e em seguida se levanta encarando Hector. ㅡ Como pode ser tão rídiculo a ponto de gritar com uma criança indefesa que não te fez nada? Isso só mostra o quão baixo é o seu QI, o quanto te falta caracter! Quer ser o maioral? Acha que agindo desse modo você alcança os seus objetivos? Se enxerga, seu inútil! O máximo que você consegue é desprezo. Pergunte as pessoas daqui se elas acharam sua atitude um máximo?

Calub cuspiu as palavras que tanto lhe entalavam.

Os funcionários da sorveteria e alguns clientes que ainda se encontravam alheios a situação, começaram a se levantar e ir até o local da confusão.

ㅡ O que está acontecendo aqui? ㅡ Perguntou o gerente.

ㅡ Se eu fosse o senhor, não deixaria pessoas como ele, frequentar este local. ㅡ Calub disse ainda encarando Hector. ㅡ Vamos, Maia.

Maia ainda fungava devido o choro. Mas antes de sair, deu um chutão na canela de Hector.

Hector soltou um grito abafado e começou a pular com uma perna só.

Maia enxugou o nariz com manga do moletom e bradou:

ㅡ É pra você aprender a não empurrar os outlos! Seu baleinha!

Calub pegou Maia no colo e se retirou de lá o mais depressa possivel.







Charme Geek Onde histórias criam vida. Descubra agora