Baleinha
Assim que Calub chegou do hospital, rapidamente se dirigiu ao banheiro para tomar um banho sossegado.
Ás quatro, Maia chegaria. Calub planejava levar a irmã na sorveteria recentemente inaugurada da esquina.
Maia adorava sorvete. Principalmente de pistache. Calub não entendia como uma garotinha de quatro anos gostava de pistache.
A van finalmente buzinou:
ㅡ Lub, abre aqui! ㅡ Gritou Maia ao tocar a campainha.
Calub se levantou rapidamente do sofá e abriu a porta.
ㅡ Deixe suas coisas na sala, Maia. Nós vamos sair. ㅡ Ele diz ao ver a garotinha entrar.
ㅡ Aonde nós vamos, Lub? ㅡ Ela perguntou curiosa ao rebolar a mochila sobre o sofá.
ㅡ Surpresa! ㅡ Ele diz enquanto estende a mão para Maia.
(...)
ㅡ Como vai na escola? ㅡ Ele pergunta enquanto Maia anda sobre os paralelepipedos da calçada.
ㅡ Ah, legal. ㅡ Ela diz sem ânimo. ㅡ Sabia que eu sou a única com quatro aninhos lá? ㅡ Maia para e dá um pulo ficando a frente do irmão.
ㅡ Sim. Porque você é inteligente. ㅡ Calub bagunça os cabelos castanhos de Maia.
ㅡ Irmão! ㅡ Ela repreende enquanto põe as duas mãos na cabeça impedindo tal ação.
ㅡ Você fez amigos? ㅡ Calub pergunta enquanto Maia agarra seu braço.
ㅡ Sim! Mas só uma...
ㅡ Um bom começo.
Calub se sente aliviado ao ouvi-la pronunciar no feminino.
ㅡ Bom... chegamos! ㅡ Ele diz e Maia estanca no caminho levanto o rosto e admirando um pequeno prédio rosa com marrom. ㅡ O que está escrito na placa aí em cima?
Maia estreita os olhos devido a claridade e pronuncia:
ㅡ Sor-ve-te-ri-a. Sorveteria!!
ㅡ Isso! Merece um sorvete de pistache!
Calub exclama e Maia bate palminhas dando pulinhos histéricos.
Maia corre para dentro da sorveteria e Calub a segue, porém, ele estanca ao avistar Hector e seus comparsas.
Calub coloca o capuz e procura a cadeira mais afastada do grupinho de meliantes.
ㅡ Um sorvete de pistache e um sandae duplo de chocolate, por favor. ㅡ Calub faz o pedido quando a moça se aproxima.
ㅡ Lub, Believe !! ㅡ Exclamou Maia ao reparar na música que soava pelo ambiente.
Era I am Believer, a música preferida de ambos.
Maia começou a cantarolar com a sua voz de criança enquanto balança a mãozinha na parte do "I am Believer, I am Believer".
Calub se divertia com aquilo, e se tivesse um celular, certamente filmaria o momento.
ㅡ Canta, Lub! É nossa múxica!
ㅡ Aqui não, Maia. E o correto é música!
ㅡ Música.
Maia pronunciou automaticamente.
Calub sorriu de modo cativante para a irmã.
ㅡ Você me leva no parquinho? ㅡ Maia perguntou.
ㅡ Não, Maia. Eu tenho que estudar.
ㅡ Pu favor, maninho! ㅡ Maia uni as duas mãos sob o queixo. ㅡ Faz tempo que num vou prá lá!
ㅡ Desculpa, Maia. Mas não vou ceder a esses seus olhinhos pidões outra vez.
ㅡ Você é o irmão mais chato do mundo!!! ㅡ Maia se altera, faz carranca e cruza os braços.
ㅡ Maia, não é hora para isso. ㅡ Calub puxa a mão de Maia de modo com que ela descruzasse os braços. ㅡ Olha, eu te trouxe para a sorveteria. Isso não basta para você?
Maia fecha os olhos e permanece com eles assim até Calub soltar sua mão.
A moça chega com os pedidos e os põe na mesa. Calub paga a conta e a moça se retira.
Maia come seu sorvete calada sem dar um pio.
ㅡ Ora, ora! O que o garibaldo faz aqui? ㅡ Disse Hector se agachando e ficando face a face com Calub. ㅡ Por quê anda fugindo? Está com medinho, seu viadinho?
Calub o ignora e se levanta pegando Maia pelo pulso.
ㅡ Aonde, vai Garibaldo? Ainda está cedo. Nós nem batemos um papinho.
Os comparsas de Hector impedem a passagem dele.
ㅡ O nome dele não é Garibaldo, seu baleia! ㅡ Maia diz e levanta a cabeça para encarar Hector.
Ela se assusta com o olhar feroz de Hector e se esconde entre as pernas de Calub.
ㅡ Fica quieta, tampinha!
ㅡ Hector, por favor, me deixa ir embora? Eu estou com a minha irmã aqui. Ela só tem quatro anos!
ㅡ E? ㅡ Hector se aproxima. ㅡ Meu assunto é com você e não com ela!
ㅡ Justamente! ㅡ Calub pega Maia no colo enquanto dá pequenos passos pra trás e Hector se aproxima.
Maia solta um grito fino no ouvido de Hector o assustando.
ㅡ Sua pirralha!! ㅡ Hector brada irritado e lança o sundae que estava sobre a mesa em, direção a Maia e Calub.
Calub desvia com habilidade e o sundae atinge um dos comparsas de Hector.
ㅡ Que pontaria horrorosa, Hector! ㅡ Brincou Calub.
ㅡ Seu viadinho covarde! ㅡ Hector o empurra e Calub cai junto com Maia derrubando a mesa.
Calub tenta se levantar com a irmã que começa a chorar.
ㅡ Cala boca, pirralha! ㅡ Hector grita.
ㅡ Shh, está tudo bem, Maia! ㅡ Calub abraça a irmã e em seguida se levanta encarando Hector. ㅡ Como pode ser tão rídiculo a ponto de gritar com uma criança indefesa que não te fez nada? Isso só mostra o quão baixo é o seu QI, o quanto te falta caracter! Quer ser o maioral? Acha que agindo desse modo você alcança os seus objetivos? Se enxerga, seu inútil! O máximo que você consegue é desprezo. Pergunte as pessoas daqui se elas acharam sua atitude um máximo?
Calub cuspiu as palavras que tanto lhe entalavam.
Os funcionários da sorveteria e alguns clientes que ainda se encontravam alheios a situação, começaram a se levantar e ir até o local da confusão.
ㅡ O que está acontecendo aqui? ㅡ Perguntou o gerente.
ㅡ Se eu fosse o senhor, não deixaria pessoas como ele, frequentar este local. ㅡ Calub disse ainda encarando Hector. ㅡ Vamos, Maia.
Maia ainda fungava devido o choro. Mas antes de sair, deu um chutão na canela de Hector.
Hector soltou um grito abafado e começou a pular com uma perna só.
Maia enxugou o nariz com manga do moletom e bradou:
ㅡ É pra você aprender a não empurrar os outlos! Seu baleinha!
Calub pegou Maia no colo e se retirou de lá o mais depressa possivel.

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Charme Geek
RomanceQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...