"Esse foi o meu primeiro beijo."
(...)
Calub estava estático após ouvir aquelas palavras. Hope parecia sincera. Ele não entendia como uma menina linda estava falando aquelas coisas para um desleixado como ele.
ㅡ Hope, vamos voltar a estudar. Esse ambiente está ficando constrangedor. ㅡ Ele fez menção de sair mas foi impedido por Hope que segurava firmemente uma de suas mãos.
ㅡ Calub, ouça: gosto de você. Posso continuar?
ㅡ O quê?!
ㅡ Sim. É insano, né? ㅡ Ela sorri. ㅡ Eu sei. Mas acontece que, por incrível que pareça, eu tenho sonhado com você todas as noites.
ㅡ Não se precipite. Isso é porque passamos o dia juntos.
ㅡ Calub...
ㅡ Hope, vamos voltar a estudar?
Então, de modo rápido e surpreso, Calub é surpreendido com um selinho. Hope o fita de maneira intimidadora e ele fica sem reação.
ㅡ Esse foi o meu primeiro beijo. ㅡ Ela diz.
Calub permanece calado e parado tentando discernir o que Hope acabou de fazer.
Também era o primeiro beijo dele. Era a primeira vez que uma garota o tinha tocado nos lábios. Ele não sabia o que fazer e nem onde olhar.
ㅡ Calub? Calub!!
ㅡ Por que eu, Hope? Por quê?
ㅡ Eu gosto de você.
ㅡ Sim. Er-er eu também não paro de pensar em você. ㅡ Ele soltou por fim. ㅡ Mas...
Calub se levantou e caminhou alguns passos a frente e se virou em direção a Hope.
ㅡ Mas??
ㅡ Eu não me sinto confortável. Faz duas semanas que realmente nos falamos. Não quero apressar as coisas. Você me entende?
Hope afirma com a cabeça e continua a olhar para Calub.
ㅡ Eu... Eu vou para casa. Acho que não temos mais cabeça para continuar estudando. ㅡ Calub sai apressadamente do quarto de Hope em direção à biblioteca.
ㅡ Lub, você... ㅡ Hope hesita em dizer. Ela se escora no portal e respira fundo. ㅡ quer... Sair comigo? Podemos ir ao shopping.
ㅡ Acho que eu deveria te pedir isso. ㅡ Calub pegou sua mochila e jogou sobre os ombros. ㅡ Podemos ir ao shopping, se quiser. Amanhã. Pode ser?
ㅡ Sim.
ㅡ Então eu passo aqui depois do almoço. ㅡ Ele disse desconsertado.
ㅡ Então... Até amanhã. ㅡ Ela deu um sorriso e acenou.
ㅡ Até. ㅡ Respondeu Calub antes de se bater contra o abajur. Hope soltou um gargalhada e ele prosseguiu. ㅡ Tchau.
(...)
ㅡ O que foi isso?? ㅡ Calub se perguntou após sair da mansão dos DiCaura.
Ele ainda tinha dúvidas sobre seus sentimentos se tratando de Hope, mas essa garota se mostrou muito mais do que ele pensava.
Ela tem atitude e é sincera.
Mas Calub não se sentia confortável com isso. Para ele, era rápido demais, insano demais e precipitado.
Sim, a atitude deveria partir dele. Acontece que ele não estava preparado. Afinal, ele nunca se envolveu em um relacionamento. Só com Hope, quando eram pequenos, ㅡ Se é que se chama de relacionamento. ㅡ e não há muitas lembranças.
(...)
Na mansão dos DiCaura, Hope se encontrava ansiosa para o dia de amanhã. Ela revirou todo o seu closet em busca de algumas peças de roupas que seriam de seu agrado.
ㅡ O que faz minha pequena nesse amontoado de roupas? ㅡ O pai de Hope se esquivou para passar entre as milhares de roupas que estavam jogadas no chão.
ㅡ Eu vou sair amanhã.
ㅡ Como? ㅡ Caleb sorriu forçadamente. ㅡ O correto seria: Papai, posso sair amanhã?
ㅡ Paizinho, amanhã irei ao shopping com Calub. Preciso melhorar o visual dele e ensina-lo a se vestir melhor.
ㅡ Você se importa tanto assim?
ㅡ Só quero ajudar. ㅡ Hope dá de ombros e começa a recolher a bagunça. ㅡ Preciso que marque uma consulta com a nutricionista.
ㅡ Outra dieta?
ㅡ Não, papai. ㅡ Ela põe um vestido na cruzeta. ㅡ É para Lub.
ㅡ Ah, sim. ㅡ Caleb dobra algumas peças de roupas. ㅡ Bem pensado. Ele precisa ganhar massa muscular, já que está em fase de crescimento.
ㅡ Por quê não me contou que éramos amigos de infância?
Caleb parou o que estava fazendo e por um momento, parecia ter viajado para outra dimensão.
ㅡ Eu poderia facilmente mentir, mas não seria certo porque estaria dando um péssimo exemplo. Sei que além de pai e filha, somos melhores amigos. ㅡ Ele respirou fundo. ㅡ Eu me afastei da mãe de Calub porque me apaixonei por ela.
Hope o olhou incrédula. Parou o que estava fazendo para escutar com mais atenção.
ㅡ Ela cuidava tão bem de você! Mas eu nunca tive coragem de dizer que a amava. Até porque ela se casou com meu melhor amigo.
Eu comecei a ignorá-la, pois quando eu amo alguém e sei que não será fácil me envolver, eu ignoro de todas as formas possíveis até a nossa relação esfriar. E foi o que aconteceu. Ela conheceu outra pessoa, se casou e mudou-se daqui. Desde então, nunca mais nos falamos.
ㅡ Você foi um frouxo! ㅡ Hope exclama.
ㅡ Olha como você fala comigo!
ㅡ Por quê não se declarou pra ela??
ㅡ Eu matei o marido dela!
ㅡ Como??
ㅡ Todos dizem que foi um acidente, mas se eu não tivesse saído como louco, Simon ainda estaria conosco e veria o filho crescer.
ㅡ Eu não estou entendendo, papai. ㅡ Hope se sentou ao lado de Caleb para melhor ouvi-lo.
ㅡ Eu briguei com meu pai no dia do seu nascimento. Sai de cabeça quente, Simon foi atrás de mim e entrou no carro comigo. Ele veio o caminho me aconselhando, mas eu não o ouvia. Foi ai que ultrapassei o sinal vermelho e colidimos com uma van. Simon perdeu muito sangue e faleceu no caminho para o hospital.
ㅡ Foi um acidente, papai!
ㅡ Foi minha culpa! ㅡ Caleb se emociona. ㅡ Ele era o meu melhor amigo.
Hope abraça o pai com cautela tentando acalma-lo. Era constrangedor, um homem daquele tamanho, chorar nos braços da filha.

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Charme Geek
RomanceQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...