Capítulo 24

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    A madrugada havia chegado na mansão DiCaura. O silêncio predominava o ambiente quando a porta do quarto de Calub foi aberta.

ㅡ Lub? ㅡ Maia acendeu a luz e ele cobriu o rosto com o lençol soltando um gemido. ㅡ Lub, você tá acordado? Não consigo dormi. É tudo novo pra mim.

ㅡ Maia, volte para o seu quarto. ㅡ Calub diz enquanto a garotinha engatinha na cama em sua direção e se senta ao lado dele. ㅡ Não, Maia. Vá dormir na sua cama!

Calub se levanta e indica a porta.

ㅡ Eu não consigo, irmão. A cama é grande demais pra mim. O quarto é grande demais pra mim! Sinto falta do meu quarto lá na nossa casa. ㅡ Ela funga.

ㅡ Shhh... Fala um pouco mais baixo. Está de madrugada. ㅡ Calub pede e vai ao seu encontro ficando de joelhos. ㅡ Certo. O que acha de irmos para o seu novo quarto e eu te contar uma historinha?

ㅡ Estupendo! ㅡMaia exclama e alarga um sorriso.

ㅡ Ótimo. Então vamos.

Calub pegou a mão de Maia e apagou a luz de seu quarto. O quarto cor de rosa de Maia estava iluminado pelo brilho da lua. As bonecas ganhavam formas assustadoras no escuro. Agora Calub entendia porque a garotinha não querer dormir. Maia nunca foi cercada de muitos brinquedos.

ㅡ O que acha de tirarmos algumas bonecas? Elas me parecem assustadoras. ㅡ Calub puxa as cobertas e se deita ao lado de Maia.

ㅡ Elas se tornam um pouco assustadoras pela noite. Mas são boazinhas. ㅡ Maia se ajeita e passa as mãos sobre as cobertas. ㅡ Que história você vai me contar?

ㅡ Hm... Deixa eu pensar...

ㅡ Da princesa!

ㅡ Qual princesa?

ㅡ Da Valente!

ㅡ Valente?

ㅡ Sim. A ruiva. Aquela que você disse que parecia com a Hope. Eu gosto dela. Ela parece com a Hope. ㅡ Maia ajeita seu ursinho no meio dos dois.

ㅡAh, essa eu não sei a história. Eu só assisti o filme uma vez com você e nesse dia eu não estava muito afim.

ㅡ Tá. Então eu conto. Pronto? Lá vai. ㅡ Maia se aninha ao lado do irmão. ㅡ Era uma vez uma princesa. Ela era muito, mais muito valente. O nome dela era Merida. Ela era filha de um rei gordo. Aí ela brigou feio com a mãe dela aí foi numa bruxa que fez um feitiço pra mãe dela virar urso.

ㅡ Hm. Aí?

ㅡ Aí a mãe dela virou mamãe urso, aí ela foi valente e quebrou o feitiço.

ㅡ Só isso? ㅡ Ele pergunta.

ㅡ Só. Eu tô com soninho. Meus olhinhos estão se fechando só. ㅡ Maia diz ainda aninhada ao irmão.

Ela boceja e Calub trás mais para si.
Esse amor que tem pela sua irmã, que tanto o irrita e faz passar vergonha é totalmente inexplicável. É um amor diferente. Distinto dos sentimentos que tem por Hope. Será que amor, amor é o mesmo?

Quando Maia começa a ressonar ao seu lado, cuidadosamente ele sai e cobre a irmã dando cautelosamente um beijo de despedida.

Ao fechar a porta, Calub esbarra em algo. Ou seria alguém?

Seu estômago rapidamente gela.

ㅡ Ai! Não está me vendo aqui? ㅡ Hope reclama baixinho. ㅡ Ótimo. Agora tem água espalhada pelo corredor.

ㅡ Desculpe. Não vi você. ㅡ Calub diz e observa Hope parada a sua frente com um copo de vidro meio vazio de água. ㅡ Está escuro. Você queria o quê? Estou sem óculos. Espera que eu enxergue você?

ㅡ Pelo menos, não é? Agora preciso procurar um pano de chão e encher meu copo novamente. Obrigada. ㅡ Ela sorri e o empurra da sua frente.

ㅡ De nada... ㅡ Ele irreda no mesmo tom.

ㅡ Desagradável. ㅡ Ela diz enquanto caminha.

ㅡ Quê? ㅡ Calub solta uma risada anasalada e entra em seu quarto.

(...)

   O dia amanhece na mansão. É domingo, mas todos estão sentados à mesa ainda cedo para tomarem café. Exceto Hope.

ㅡ Onde está sua filha? ㅡ Bernardo pergunta a Caleb assim que ele puxa uma cadeira ao lado do pai.

ㅡ Sua neta, você quis dizer. ㅡ Ele se senta e se serve de café. ㅡ Ainda está no quarto. Muito provável que esteja dormindo.

ㅡ Hebe, vá acorda-la. ㅡ Bernardo diz. ㅡ Vamos a praia. Todos nós!

Calub e Marta param por um instante e olham Bernardo, surpreso.

ㅡ Ebaaaa!!! ㅡ Maia grita. ㅡ Eu nunca fui a praia.

ㅡ Você nunca foi? ㅡ Bernardo pergunta, incrédulo. ㅡ Marta?

ㅡ Eu nunca tive tempo. ㅡ Ela se desculpa.

ㅡ Pois bem, garotinha! Você vai conhecer o mar! ㅡ Bernardo exclama e a garota desce da cadeira e o abraça.

ㅡ Obrigada, vovô!

ㅡ Bem, vocês podem ir. Prefiro ficar em casa. Não gosto de areia e muito menos de sal. ㅡ Caleb fecha o jornal, põe sobre a mesa e levanta-se da cadeira.

ㅡ Caleb. ㅡ Bernardo o chama. ㅡ Eu disse todos.

ㅡ Tenho assuntos pendentes a resolver. ㅡ Ele tenta sair mais seu pai o segura pelo pulso.

ㅡ Sou seu chefe. Você só tem assuntos pendentes se eu quiser que você os resolvam. ㅡ Caleb encara o rosto de seu pai e em seguida o rosto de Marta. Engole seco e em seguida se solta.

ㅡ Eu não sou mais um adolescente. ㅡ Deixa a sala de jantar.

ㅡ Desculpe-me. ㅡ Bernardo diz e limpa a boca com o guardanapo.

ㅡ Fica triste não, vovô. Ele vai perder toda a diversão! Não é, mamãe? ㅡ Maia diz procurando, inocentemente, confortar Bernardo.

ㅡ Sim. Vai perder toda a diversão. Só nós vamos nos divertir! ㅡ Marta avisa.

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