(...)A lua já havia tomado o lugar do sol quando Calub resolveu bater na porta de Hope. A garota havia caído no sono depois de convencer a si mesma que tudo ficaria bem. Seu avô e seu pai eram tudo de mais precioso que ela possuia e não conseguia imaginar sua vida sem ambos ao seu lado.
Caleb havia ligado para Marta minutos antes, para dar boas notícias. Bernardo estava bem. Mas a bateria de exames que foram feitos, seus resultados só sairiam no dia seguinte.
Quando Marta partilhou tal notícia com Calub, o mesmo, com ajuda de Hebe, preparou um lanche reforçado para Hope, afim de dar-lhe as boas notícias.
Ele bateu uma. Duas. E na terceira vez Hope abriu a porta. O rosto marcado e os cabelos desalinhados concluia de que havia acabado de acordar.
Ela tentou timidamente ajeitar os cabelos, mas não adiantou muita coisa.
Calub sorriu para ela.
ㅡ Trouxe comida e boas notícias. ㅡ Hope abriu um largo sorriso.
ㅡ Essa é uma combinação perfeita. ㅡHope abriu espaço para que Calub passasse.
Ele parou no meio do quarto sem saber o que fazer com a bandeja em mãos. Observou a mesinha próxima a varanda e pôs a bandeja sobre a mesma.
ㅡ Está tudo bem com o vovô? ㅡ Hope pergunta ao se sentar na cadeira próximo a mesinha.
Calub faz o mesmo.
ㅡ Seu pai acabou de ligar dizendo que sim. Mas por via das dúvidas, ele ficará em observação.
Hope soltou um suspiro de alívio.
ㅡ Graças ao Senhor!! ㅡ Exclamou.
Hope admirou a bandeja, hesitante em pegar alguma coisa. Haviam sanduíches, maçã, alguns morangos, croissant, biscoitos e um suco.
Calub levou um morango a boca.
ㅡ Pode comer. Hebe me ajudou a preparar.
Hope pegou um pedaço do sanduíche fatiado e deu uma mordida.
ㅡ Obrigada. ㅡ Agradeceu e em seguida deu outra mordida.
O silêncio pairou sobre o local. Ambos estavam desconfortáveis com tal situação.
ㅡ Sobre o baile... ㅡDisseram em uníssono.
Riram juntos sobre tamanha coincidência.
ㅡ Pode falar. ㅡ Hope disse.
ㅡ Não. Que é isso. Pode falar primeiro. ㅡ Ele coçou a nuca e esboçou um sorriso de lado.
ㅡ Acho que não tenho muito a dizer. Só agradecer por ter mudado de ideia. ㅡ Ela bebeu um gole de suco e descansou sobre a mesa. ㅡ E que não pense que aceitei ir com você só porque é um forte concorrente ser o rei do baile. Na verdade é porque você é minha única alternativa.
ㅡ É mesmo? ㅡ Calub sorriu e levou mais um morango a boca. ㅡ Se não fosse pelo vô Bernardo, não iria. Você não é minha única alternativa. Entre dezessete convites, um deles era da Alicia Melodin.
ㅡ Não queira se achar o último biscoito do pacote, porque geralmente vem quebrado. ㅡ Hope mordeu mais uma vez seu sanduíche. ㅡ Onde está sua modéstia?
ㅡ Vamos realmente falar de modéstia, Hope? Não acho que seja a pessoa mais adequada para isso.
ㅡ E você muito menos. ㅡ Hope se acomodou na cadeira cruzando suas pernas.
Calub pegou um biscoito e levou a boca.
Um vento frio entrou pelo quarto fazendo Hope se abraçar. Calub levantou-se rapidamente e fechou as portas da varanda. Ao virar-se, deu de cara com a velha foto.
ㅡ Não acredito que emoldurou isso. ㅡ Calub caminhou até a prateleira abarrotada de livros.
ㅡ Isso o quê? ㅡ Hope virou-se para olha-lo. Ela engoliu em seco.
Havia esquecido do porta-retrato. Em meio ao amontoado de livros que só serviam de enfeite para o quarto.
Ela caminhou em sua direção com o copo de suco em mãos. Parou ao lado de Calub e bebeu um gole.
ㅡ Você parecia um fidalgo.
ㅡ E você a Píppi Meialonga.
ㅡ Se tentou me ofender, fracassou. Adoro a Pippi Meialonga. Na biblioteca deve ter uns três livros dela. ㅡ Calub se virou para Hope.
ㅡ Nunca mais fui lá.
ㅡ Nunca mais ninguém foi lá. Acho que só o vovô vai lá. ㅡ Ela falou com um fiasco de voz e abaixou a cabeça.
ㅡ Ei. Acalme-se. Já está tudo bem. ㅡ Calub ergueu a cabeça de Hope e ela começou a fitar seus olhos. ㅡ Podemos ir a biblioteca agora. O que acha?
ㅡ Hum... Acho que preciso primeiro de um banho. ㅡ Ela desvia o olhar e caminha até a porta. ㅡ Nos vemos lá. ㅡ Indica a porta.
(...)
Faziam poucos meses que moravam junto com os DiCaura. A mansão era uma casa completa e com exageros. Calub visitava com mais frequência a academia e o jardim. Esqueceu completamente que havia um mundo inteiro dentro de uma sala bem maior que seu antigo quintal.
Ele entrou na sala e se pôs a escolher um livro. Passou o dedo sobre Ben-Hur, Os Cavaleiros da Tavola Redonda, As Viagens de Gulliver, obras de Charles Dickens, Gogol, Jane Austen, Doyle, mas nada de novidade para ele.
Resolveu pegar o controle remoto e jogar-se no sofá afim de assistir alguns episódios de Bonanza.
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Charme Geek
RomanceQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...