(Sem revisão.)
Após o café, Hebe subiu com Marta e Calub para indicar seus quartos. A mansão era grande. Haviam vários quartos, biblioteca, elevador, uma sala de jogos, cinema, uma pequena academia e piscina.
A casa havia se modificado desde a última estadia de Marta e Calub, porém, os quartos ainda eram os mesmos.
ㅡ Dr. Bernardo me disse que eram seus antigos quartos. Não mexi muito nos móveis. Troquei a cama de Calub para uma maior. ㅡ Hebe diz ao abrir a porta do quarto do garoto.
ㅡ Muito obrigado, Hebe! ㅡ Calub agradece e entra. Nesse mesmo instante, apesar das vagas lembranças, uma onda de nostalgia o invadiu ao observar o quarto.
As paredes eram azuis. Haviam cortinas transparentes que se elevavam devido o vento. Também uma escrivania branca ainda com cheiro de madeira nova. A cama era moderna, com lençóis brancos cheirando a lavanda.
Haviam duas portas. Uma indicava um pequeno armário e a outra, um banheiro.
Sua mãe entrou e abriu as cortinas.
ㅡ Está quase do jeitinho que era antes. ㅡ Ela sentou na cama.
ㅡ Senhorita Marta. ㅡ Hebe chamou.
ㅡ Por favor, Hebe. Sem formalidades. Pra você é Marta. ㅡ Ela sorriu e Hebe retribuiu.
ㅡ Certo. Marta. O seu quarto fica do outro lado do corredor.
ㅡ Óh! Mas não é necessário. Podemos ficar os três nesse quarto. Só providenciar mais uma cama. ㅡ Marta diz e olha para Calub que concorda com a mãe.
ㅡ De jeito nenhum! Dr. Bernardo separou um quarto para cada um. Este é o de Calub, o de Maia é próximo ao seu. ㅡ Hebe abriu a porta indicando caminho. Marta acompanhou.
Calub soltou sua bolsa no chão e encostou suas costas no colchão macio. Aquela cama era bastante confortável e ele mal via a hora de dormir sobre ela.
Levantou-se e analisou cada detalhe do quarto. As caixas e as malas estavam espalhadas pelo centro. Aos poucos ele iria organizar e deixar aquele ambiente ainda mais confortável para ele.
Maia entrou no quarto assustando Calub.
ㅡ Irmão, você precisa ver meu quarto!! ㅡ Maia puxou Calub pela mão e levou até o cômodo. ㅡ Vem. Anda!
Assim que Calub entrou, mais uma onda de nostalgia lhe afetou. Era o cenário da foto.
Bernardo terminava de colocar as cortinas com a ajuda de Hope. Ele desceu das escadas, com as mãos na cintura e perguntou:
ㅡ Ficou bom? Era o antigo quarto de brinquedos da Hope.
Hope olhou para Calub que desviou o olhar e apenas concordou.
ㅡ Tenho uma foto. Nesse local. Possuo vagas lembranças daqui. ㅡ Calub comenta.
ㅡ Claro. Vocês passavam as tardes aqui. Brincando no escorregador e assistindo fitas cassetes. ㅡ Bernardo ri e comenta.
ㅡ Ursinho Pooh. ㅡ Calub e Hope dizem em uníssono. Eles se entreolham.
Claro. Eles lembravam. Eram o desenho preferido de ambos na infância.
ㅡ Lub, a Hope me deu a casinha de bonecas!! Brinca comigo? Você é o pai, a Hope a mãe e eu a filha. O vô é o vô!
Bernardo gargalha e percebe o constrangimento dos dois adolescentes perante a garotinha.
ㅡ Desculpe, Maia. O vovô precisa resolver algumas coisas. Depois você marca um chá da tarde. Eu amo essas coisinhas. ㅡ Bernardo abraça Maia.
ㅡ Certo. Chá da tarde. Que tal ontem? ㅡ Maia pergunta.
ㅡ Mas ontem já passou. Ontem foi o dia anterior. ㅡ Calub explica.
ㅡ Ah, é verdade. Eu sempre confundo ontem com amanhã. ㅡ Maia franze o cenho. ㅡ Que tal amanhã, vovô?
ㅡ Sem problemas. Vou marcar na minha agenda. ㅡ Ele fingi um caderno invisível e anota na palma da mão. ㅡ Amanhã. Chá da tarde com a Maia. Marcado! ㅡ Ele pisca e sai.
ㅡ Vem Hope! Você faz a mãe. ㅡMaia estendeu uma barbie para Hope e ela pegou sem relutar. Sorriu para a garota e se sentou ao seu lado. ㅡAnda, Lub! Tem boneco de homem pra você. Não precisa ficar com vergonha.
ㅡ Desculpe, Maia. Preciso arrumar meu quarto. ㅡ Calub se desculpou com a intenção de não ficar perto de Hope.
ㅡ Depois você arruma. Vem! ㅡ Maia se levanta e puxa o irmão pelo pulso.
ㅡ Não vou, Maia! ㅡ Ele se solta e fica parado a sua frente.
Hope o encara e percebendo seu olhar sobre ele, Calub da as costas e caminha para a saída.
Maia solta um grito assustando Calub e Hope.
ㅡ Você é burro!! Eu te odeio!! ㅡ A garota franze o cenho, brava. Cruza os braços e faz bico.
ㅡ Maia, para de ser mimada! Esse seu comportamento é ridículo! ㅡ Calub a repreende e Marta chega.
ㅡ O que houve? ㅡ Ela pergunta sem entrar no quarto.
ㅡ Calub brigou comigo! ㅡ Maia aponta e faz cara de choro.
ㅡ Eu briguei com você? Eu?
ㅡ Calub Turkle! ㅡ Marta põe a mão nos quadris e encara o filho.
O garoto suspira pesadamente.
ㅡ Ela quer me forçar a brincar de casinha enquanto eu tenho coisas mais importantes para fazer. ㅡ Desabafa.
ㅡ Que tipo de coisa? ㅡ Marta cruza os braços.
ㅡ Arrumar o meu quarto?! ㅡ Diz como se fosse o óbvio.
ㅡ Hebe fará isso por você. Não tem por que se apressar. ㅡ Hope comenta enquanto organiza a casinha sem dar muita atenção para ele.
ㅡ Viu só? O que custa? ㅡ Marta descruza um dos braços e se escora no batente da porta. ㅡ Esse quarto ficou lindo. ㅡ Ela comenta mas passa despercebido.
ㅡ Custa. Eu quero arrumar meu quarto do meu jeito. ㅡ Ele encara Maia que ainda está emburrada.
ㅡ Fazer as vontades da sua irmã uma vez na vida não arranca pedaço. ㅡ Hope diz ainda sem dar atenção a ele.
ㅡ Sem chances. Faço muito as vontades dela. Tá na hora de aprender ouvir um não. ㅡ Calub deixa o quarto e vai para o seu.
Ele tranca a porta e se joga na cama.
Calub só precisa organizar seus pensamentos e sentimentos. É apenas isso. Um momento. Apenas um momento.

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Charme Geek
RomanceQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...