Capítulo 29

1.4K 207 32
                                        

Calub desviou seu olhar e caminhou em direção a geladeira.

ㅡ Bom dia. ㅡ Ele disse por educação após pegar uma garrafa.

Hope caminhou para o lado e se escorou no balcão. Os cabelos desgrenhados de os olhos levemente inchados faziam Hope parecer mais linda do que já era.

Ela não o respondeu e virou o copinho de iogurte na boca.

ㅡ Não dormiu hoje? ㅡ Ela pergunta tentando puxar assunto.

ㅡ Dormi bem, obrigado. ㅡ Calub põe a garrafa em cima da pia. ㅡ Apenas tenho o costume de acordar cedo.

Hope subiu no balcão e ajeitou a camisola. Calub se aproximou e debruçou-se sobre o balcão.

ㅡ Pensei que estava chateada comigo. ㅡ Ele lançou um sorriso de lado e Hope sentiu seu coração acelerar. Ela engoliu seco.

ㅡ As coisas não estão indo bem entre nós dois. ㅡ Ela bebeu mais um gole do seu iogurte. ㅡ Acontece que não vou te tratar como um desconhecido.

ㅡ Ok, querida. Como quiser. ㅡ Calub virou-se e deixou a cozinha.

Hope era apaixonada por Calub. O fato era que ela não conseguia admitir. Antony lhe fazia promessas, a levava para sair e ela não queria magoa-lo.
Para ela, Antony não era um bocó. Tinha falhado algumas vezes, mas depois havia realmente mostrado algumas mudanças.

Calub arrumou-se para ir a escola.
Hoje o motorista iria leva-los. Nos dias anteriores, Calub sempre ia na frente com sua mãe e Maia. Mas com Marta em um plantão, havia chegado o dia dos três irem juntos.

Maia ainda não havia sido matriculada no Bochitteli. Seria necessário espera-la terminar o ano na antiga escola.

A presença de Maia era agradável a Hope e Calub. A garotinha tagarela veio conversando a viagem toda até ser deixada na porta da escola.

Acontece que os próximos cinco minutos que viriam seriam constrangedores. Apenas Hope e Calub no banco de trás. Ambos perdidos em pensamentos enquanto observavam as casas correrem pela janela do carro.

Assim que chegaram, cada um seguiu seu caminho. Hope foi em direção ao clube de jornalismo e Calub, procurar o Diretor Frank.

ㅡ Diretor Frank! ㅡ Calub o encontrou na entrada enquanto saudava alguns alunos.

ㅡ Olá, meu jovem! Estou ansioso para saber sua resposta. Vamos à minha sala?

Calub afirmou e o seguiu até a diretoria.

ㅡ Então? ㅡ O diretor perguntou após fechar a porta atrás de si.

ㅡ Afirmativo!

ㅡ Yes! ㅡ Dr. Frank comemorou. ㅡ Digo... Fez muito bem, claro. Sabia que sua resposta seria essa. ㅡ Ele caminhou pela sala e sentou-se em sua poltrona. ㅡ Peene será seu vice. Você comentou que ele era seu amigo. Então será uma grande ajuda. Daqui a pouco receberemos o clube de jornalismo para uma entrevista e pela tarde, teremos uma coletiva no auditório. Não se assuste. Apenas irei apresenta-lo a escola. Aceita um café?

ㅡ Não. Obrigado. Não bebo café. ㅡ Calub sorriu. ㅡ Peene já sabe que foi escolhido para ser vice?

ㅡ O chamei para uma conversa no final da aula. Ele já deve estar chegando. ㅡ Alguém bate na porta. ㅡ Deve ser ele.

Peene abriu a porta e deu de cara com o amigo.

ㅡ Sabia que você iria aceitar. ㅡ Ele entrou. ㅡ Então sou oficialmente vice-presidente do grêmio estudantil? É um grande título honroso.

Calub deixou escapar uma risada e se levantou da cadeira.

ㅡ Vamos. Irei mostra-los a salinha onde irão ficar. ㅡ O diretor abriu a porta e ambos o seguiram com enormes sorrisos eestampado no rosto.

A sala da presidência estudantil ficava no início do corredor onde se localizavam as salas dos clubes de matemática, xadrez, jornalismo, serviços domésticos e teatro.

A sala era pequena, porém confortável. Havia um pequeno lavabo, duas mesas de madeira com computadores, um sofá branco para duas pessoas e um enorme quadro de avisos. O ambiente era clareado pela luz do dia através de uma enorme janela de vidro de onde tinha a vista da piscina olímpica e quadra de tênis.

ㅡ Uau!! ㅡ Peene exclamou. ㅡ Eu fico com essa mesa aqui! ㅡ Ele apontou para a mesa que ficava ao lado da porta do lavabo.

Calub aproximou-se e tocou a madeira da mesa central. Atrás havia a janela e uma enorme estante com algumas gavetas e outras ocupadas de livros.

ㅡ Você está ciente de suas obrigações, certo, Calub?

ㅡ Um pouco. ㅡ Ele respondeu ao desviar seu olhar para o Dr. Frank.

ㅡ Tudo o que esses alunos fizerem, antes de chegarem em minhas mãos, devem passar por sua supervisão. Até lá é só isso. Usará essa sala durante os intervalos e alguns dias que precise ficar depois da aula.

ㅡ Entendi.

ㅡ O mesmo vale para você, Sr. Parker.

ㅡ Sim, senhor. ㅡ Peene bateu continência.

ㅡ A primeira aula será usada para a entrevista. Logo, logo alguém do clube de jornalismo entra por essa porta. Estou indo. Passar bem!

Peene e Calub deram um discreto aceno. Assim que a porta se fechou, Peene se jogou no sofá.

ㅡ Nossa própria sala! Nosso próprio armário! Nosso próprio computador da escola! Isso é demais!!! ㅡ Se levantou em um pulo. ㅡ Vou transferir minhas coisas para cá agora mesmo! Mas antes, irei arrumar uma caixinha com a tia da limpeza.

ㅡ E a entrevista, Peene? ㅡ Calub perguntou temendo ficar sozinho com Hope.

ㅡ Ah, é só com você. Sou apenas o vice. Você é o rei da bagaça toda. ㅡ Peene disse enquanto pousava a mão na maçaneta.

Quando abriu a porta, deu de cara com Hope. Virou-se para Calub e lançou seu sorriso malicioso.

ㅡ A repórter chegou. Tenha uma boa entrevista. ㅡ Desejou a Hope e deixou a sala.

Charme Geek Onde histórias criam vida. Descubra agora