Após o café da manhã, Calub voltou ao seu quarto para se preparar para o dia em que ele esperava ser bastante cansativo.
Ele detestava ir a praia. Não suportava a areia em seu corpo e muito menos entendia como as pessoas tomavam banho no mar sem deixar entrar água nos olhos ou nariz.
Calub pôs uma bermurda de banho, mesmo sem a intenção de entrar dentro d'água. Passou bastante protetor solar antes de vestir a camiseta.ㅡ Lub!!! ㅡ Maia abriu a porta enquanto Calub se vestia.
A garotinha usava um maiô de babadinhos, o cabelo estava preso em duas maria-chiquinhas tortas e bagunçadas, um óculos de sol maior que seu rosto e uma bóia seca sob o braço.
ㅡ Maia... Bata na porta antes de entrar. ㅡ Calub repreende.
ㅡ Se quisesse que eu batesse, teria trancado. ㅡ Maia se senta na cama. ㅡ Enche pra mim?
ㅡ Que cabelo é esse? Foi você quem fez? ㅡ Ele diz reprimindo um sorriso.
Calub pegou uma escova, se sentou ao lado da irmã e começou a desmanchar seu "penteado".
ㅡ Animada? ㅡ Ele pergunta já sabendo a resposta.
ㅡ Sim. Eu até experimentei o gosto da água do mar. ㅡ Ela diz.
Calub recorda-se de quando visitou a praia pela primeira vez. Ele tinha sete anos e na época não soube aproveitar bem a praia. Sofreu de insolação por três dias e essa foi sua deixa para não gostar de praias.
ㅡ Provou? Como? ㅡ Ele pergunta curioso enquanto amarra os cabelos de Maia.
ㅡ Eu coloquei sal na água. É ruim!
Calub deixa escapar uma gargalhada e sua irmã o encara.
ㅡ Vai encher a minha bóia?
ㅡ Depois. ㅡ Ele responde.
ㅡ Depois quando? ㅡEla insiste.
ㅡ Passou protetor? Esse óculos por acaso é meu??
ㅡ Vai encher minha bóia?
ㅡ Não se responde uma pergunta com outra pergunta. ㅡ Calub fala.
ㅡ Você respondeu minha pergunta com outra pergunta. Vai encher minha bóia?
ㅡ Sabe esse saco que você está me enchendo? Pega esse ar e coloca na sua bóia. ㅡ Calub responde com um falso sorriso.
Maia faz cara de choro e ameaça abrir o berreiro.
ㅡ Se chorar... ㅡ Calub avisa e a garota engole seco. ㅡ Não tem mais bóia. Você tem que aprender que as coisas não podem ser na sua hora. Principalmente quando se é um favor. Entende? Agora me dá meu óculos.
A garotinha lança o óculos sobre a cama e sai pisando duro com a bóia sob o braço.
ㅡ O que você tem, Maia? ㅡ Hope a para no corredor.
ㅡ O Lub... ㅡ Ela soluça.
ㅡ O que a chatisse do seu irmão te fez? ㅡ Hope tenta acalma-la.
Calub escuta tudo e ri com deboche. Hope está mesmo tentando implicar com ele?
ㅡ Ele não quis encher minha bóia. ㅡ Maia estende o plástico vazio em direção a Hope.
ㅡ Por que não me pediu antes? O vovô tem uma bomba de encher balão. Podemos ir até a garagem e resolver esse problema. O que acha?
ㅡ Estupendo!!!
(...)
ㅡ Francis, não se preocupe. Hoje eu dirijo. ㅡ Bernardo diz ao seu chofer. ㅡ Todos à bordo! ㅡ Ele brinca.
A viagem se torna para Calub quando Maia resolve implicar do por que não está sentada ao lado da janela.
A garotinha sentara no meio de Hope e Calub. No começo da viagem estava tudo tranquilo, porém, Maia resolveu reclamar.
ㅡ Eu queria ter ido na janela. ㅡ Maia cruza os braços.
ㅡ Na volta você vai. ㅡ Marta tenta acalmar.
ㅡ Mas na volta eu vou tá dormindo. ㅡ Maia retruca.
ㅡ É só dormir agora. ㅡ Calub responde.
Maia franze o cenho, faz bico e bufa.
Hope observa a cena e sorrir.ㅡ Não seja boba, Maia. Veja! ㅡ Hope abaixa o vidro. ㅡ Já chegamos!
ㅡ A gente já chegou, vovô?? ㅡ Maia pergunta.
ㅡ Quase. Mas já estamos perto do mar.
ㅡ Cadê? ㅡ Maia se empolga e se esquiva para o lado de Hope. ㅡEu quero ver!!
ㅡ Maia... ㅡ Marta repreende e Bernardo liga o rádio.
Na primeira estação, começa a soar a música Close To You...
Hope olha para o lado e observa Calub com a cabeça encostado ao vidro, olhando a paisagem. Ela se pergunta o que passava na cabeça dele naquele momento.
ㅡ Vovô, muda essa música. É pedante! ㅡ Maia diz.
Hope gargalha e Marta pergunta incrédula.
ㅡ Maia, onde você aprende essas palavras?
ㅡ No dicionário, mamãe! ㅡ Ela exclama.
ㅡ E você sabe o que significa? ㅡ Perguntou Bernardo.
ㅡ É claro, vovô. Se eu não soubesse, não teria falado.
Marta sorri constrangida da petulância da pequena.
Bernardo muda de estação e a música Believer começa a soar pelo carro.
ㅡ A nossa música, Lub!! ㅡ Maia exclama com histeria.
Calub sai de seus devaneios e olha para a irmã.
ㅡ Huh?
ㅡ I'm a believer!!!!
ㅡ Ah, sim. Believer.
ㅡ Canta, vai!
ㅡ Não, Maia. Estamos chegando, olha!
A garota observa o mar passar pelos seus olhos a um quarteirão de distancia. Bernardo para em frente a uma enorme casa e o portão da garagem se abre automaticamente.
ㅡ Bem-vindos a nossa casa de praia!

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Charme Geek
RomanceQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...