Capítulo 25

1.3K 219 17
                                        

  
     Após o café da manhã, Calub voltou ao seu quarto para se preparar para o dia em que ele esperava ser bastante cansativo.
   Ele detestava ir a praia. Não suportava a areia em seu corpo e muito menos entendia como as pessoas tomavam banho no mar sem deixar entrar água nos olhos ou nariz.
 
Calub pôs uma bermurda de banho, mesmo sem a intenção de entrar dentro d'água. Passou bastante protetor solar antes de vestir a camiseta.

ㅡ Lub!!! ㅡ Maia abriu a porta enquanto Calub se vestia.

A garotinha usava um maiô de babadinhos, o cabelo estava preso em duas maria-chiquinhas tortas e bagunçadas, um óculos de sol maior que seu rosto e uma bóia seca sob o braço.

ㅡ Maia... Bata na porta antes de entrar. ㅡ Calub repreende.

ㅡ Se quisesse que eu batesse, teria trancado. ㅡ Maia se senta na cama. ㅡ Enche pra mim?

ㅡ Que cabelo é esse? Foi você quem fez? ㅡ Ele diz reprimindo um sorriso.

Calub pegou uma escova, se sentou ao lado da irmã e começou a desmanchar seu "penteado".

ㅡ Animada? ㅡ Ele pergunta já sabendo a resposta.

ㅡ Sim. Eu até experimentei o gosto da água do mar. ㅡ Ela diz.

Calub recorda-se de quando visitou a praia pela primeira vez. Ele tinha sete anos e na época não soube aproveitar bem a praia. Sofreu de insolação por três dias e essa foi sua deixa para não gostar de praias.

ㅡ Provou? Como? ㅡ Ele pergunta curioso enquanto amarra os cabelos de Maia.

ㅡ Eu coloquei sal na água. É ruim!

Calub deixa escapar uma gargalhada e sua irmã o encara.

ㅡ Vai encher a minha bóia?

ㅡ Depois. ㅡ Ele responde.

ㅡ Depois quando? ㅡEla insiste.

ㅡ Passou protetor? Esse óculos por acaso é meu??

ㅡ Vai encher minha bóia?

ㅡ Não se responde uma pergunta com outra pergunta. ㅡ Calub fala.

ㅡ Você respondeu minha pergunta com outra pergunta. Vai encher minha bóia?

ㅡ Sabe esse saco que você está me enchendo? Pega esse ar e coloca na sua bóia. ㅡ Calub responde com um falso sorriso.

Maia faz cara de choro e ameaça abrir o berreiro.

ㅡ Se chorar... ㅡ Calub avisa e a garota engole seco. ㅡ Não tem mais bóia. Você tem que aprender que as coisas não podem ser na sua hora. Principalmente quando se é um favor. Entende? Agora me dá meu óculos.

A garotinha lança o óculos sobre a cama e sai pisando duro com a bóia sob o braço.

ㅡ O que você tem, Maia? ㅡ Hope a para no corredor.

ㅡ O Lub... ㅡ Ela soluça.

ㅡ O que a chatisse do seu irmão te fez? ㅡ Hope tenta acalma-la.

Calub escuta tudo e ri com deboche. Hope está mesmo tentando implicar com ele?

ㅡ Ele não quis encher minha bóia. ㅡ Maia estende o plástico vazio em direção a Hope.

ㅡ Por que não me pediu antes? O vovô tem uma bomba de encher balão. Podemos ir até a garagem e resolver esse problema. O que acha?

ㅡ Estupendo!!!

(...)

ㅡ Francis, não se preocupe. Hoje eu dirijo. ㅡ Bernardo diz ao seu chofer. ㅡ Todos à bordo! ㅡ Ele brinca.

A viagem se torna para Calub quando Maia resolve implicar do por que não está sentada ao lado da janela.

A garotinha sentara no meio de Hope e Calub. No começo da viagem estava tudo tranquilo, porém, Maia resolveu reclamar.

ㅡ Eu queria ter ido na janela. ㅡ Maia cruza os braços.

ㅡ Na volta você vai. ㅡ Marta tenta acalmar.

ㅡ Mas na volta eu vou tá dormindo.  ㅡ Maia retruca.

ㅡ É só dormir agora. ㅡ Calub responde.

Maia franze o cenho, faz bico e bufa.
Hope observa a cena e sorrir.

ㅡ Não seja boba, Maia. Veja! ㅡ Hope abaixa o vidro. ㅡ Já chegamos!

ㅡ A gente já chegou, vovô?? ㅡ Maia pergunta.

ㅡ Quase. Mas já estamos perto do mar.

ㅡ Cadê? ㅡ Maia se empolga e se esquiva para o lado de Hope. ㅡEu quero ver!!

ㅡ Maia... ㅡ Marta repreende e Bernardo liga o rádio.

Na primeira estação, começa a soar a música Close To You...

Hope olha para o lado e observa Calub com a cabeça encostado ao vidro, olhando a paisagem. Ela se pergunta o que passava na cabeça dele naquele momento.

ㅡ Vovô, muda essa música. É pedante! ㅡ Maia diz.

Hope gargalha e Marta pergunta incrédula.

ㅡ Maia, onde você aprende essas palavras?

ㅡ No dicionário, mamãe! ㅡ Ela exclama.

ㅡ E você sabe o que significa? ㅡ Perguntou Bernardo.

ㅡ É claro, vovô. Se eu não soubesse, não teria falado.

Marta sorri constrangida da petulância da pequena.

Bernardo muda de estação e a música Believer começa a soar pelo carro.

ㅡ A nossa música, Lub!! ㅡ Maia exclama com histeria.

Calub sai de seus devaneios e olha para a irmã.

ㅡ Huh?

ㅡ I'm a believer!!!!

Ah, sim. Believer.

ㅡ Canta, vai!

ㅡ Não, Maia. Estamos chegando, olha!

A garota observa o mar passar pelos seus olhos a um quarteirão de distancia. Bernardo para em frente a uma enorme casa e o portão da garagem se abre automaticamente.

ㅡ Bem-vindos a nossa casa de praia!

Charme Geek Onde histórias criam vida. Descubra agora