Capítulo 18

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(Se houver algum erro de digitação ou escrita, me avisem.)



Calub olhou para os lados e finalmente prendeu seus olhos em Hope.

ㅡ Me responde, Calub!! Por quê você sumiu?? ㅡ Hope indaga novamente.

ㅡ A ideia era dar tempo ao tempo, mas parece que você não entendeu bem.

ㅡ Mas isso não te dá o direito de sumir da minha vida!

ㅡ Se estava tão preocupada, por quê não ligou pra mim, escreveu uma carta, passou um e-mail ou sinal de fumaça?? ㅡ Ele perguntou impaciente enquanto numerava as opções com os dedos.

ㅡ Sou uma garota tradicional. A atitude deve partir de você.

Calub soltou uma gargalhada.

ㅡ É mesmo? ㅡ Ele começou a rir descontroladamente. ㅡ De todos os nossos beijos, você era a personagem de atitude. ㅡ Calub se escorou na parede. ㅡ Não te liguei porque pensei que realmente estava cumprindo o trato.

Um silêncio constrangedor invade o local até que Calub quebra o silêncio.

ㅡ Você está namorando aquele garoto?

Hope levanta os olhos para olha-lo. Calub cruza os braços mostrando-se na defensiva. A garota o analisa. Ele está fisicamente mais bonito. Ganhou corpo e está visivelmente mais forte.

ㅡ Estamos apenas juntos. ㅡ Ela responde de forma tranquila, sem olha-lo.

Calub comprime os lábios, expirando todo o ar que habitava em seus pulmões.

ㅡ Ok. ㅡ E saiu. Saiu deixando a garota totalmente alheia a tudo.

Calub foi pra casa chutando tudo aquilo que entrava em contato com seus pés: uma pedrinha, uma latinha e até mesmo um saco de lixo.

Ele estava chateado e culpava Hope por não tê-lo esperado. Entretanto, procurava amenizar sua raiva ao lembrar que Hope sempre foi uma menina impulsiva.

(...)

Já era noite quando o telefone tocou na casa de Calub.

ㅡ É a Hope! ㅡ Maia exclamou após atender. ㅡ Ela quer falar contigo, Lub!

ㅡ Diz a ela que eu não estou em casa. ㅡ O garoto respondeu sem tirar a atenção da revista de Ciências e Tecnologia.

ㅡ Ele mandou dizer que não está. ㅡ Maia falou.

ㅡ Maia!! ㅡ Calub repreendeu em quase um sussurro.

ㅡ O que foi?

ㅡ Me dá o telefone...

Maia passou o telefone ao irmão e saiu aos pinotes da sala.

ㅡ Desculpa, Hope. Estou ocupado. ㅡ E desligou.

Curto e grosso. Como deveria. Ou não? Ele nem ao menos permitiu-se ouvir a voz da garota. Que tipo de garoto ele era? Um fraco, deprimido e disposto a guardar mágoas?

Não. Ele não era assim. E sabia muito bem disso.

Procurou na lista telefônica o número dos DiCaura, mas não encontrou. Como era possível?

Idiota. Burro. Impulsivo. Aprendeu com Hope?? Ele pensava chateado enquanto arremessava as almofadas do sofá na parede.

ㅡ Calub!! ㅡ Sua mãe chamou sua atenção. Ela recolheu as almofadas do chão e as lançou sobre o sofá. ㅡ O que você tem? ㅡ Perguntou em tom manso.

ㅡ Não é nada. Apenas tomei atitudes erradas e estou arrependido agora.

Marta passou a mão sobre as costas do filho, fazendo umleve carinho.

ㅡ E você quer me explicar o que houve?

ㅡ Adiantaria alguma coisa?

ㅡ Sou sua mãe. Tenho o direito de saber mesmo que eu não consiga reverter a situação. ㅡ Ela disse autoritária.

ㅡ Quando eu contar, vai me achar um bobo.

ㅡ Não vou, não.

ㅡAh, vai!

ㅡ Para de me enrolar. Anda! Conta! Não, espera... Deixa eu adivinhar... ㅡ Ela pos a mão sob o queixo. ㅡ Sua rebeldia tem nome. Começa com Ho e termina com pe.

Calub ficou surpreso. Talvez sua mãe tenha o poder de ler mentes.

ㅡ Acertou.

ㅡ Então... Brigaram?

ㅡ Quase isso. ㅡ Calub fala. ㅡ Foi mais uma falta de comunicação. Ela achou que eu estava a ignorando esses últimos meses.

ㅡ E não estava?

ㅡ Não. Eu não estava. Foi nosso trato. Daríamos tempo ao tempo. Entretanto, ela entendeu tudo errado.

Marta riu. Não pode se controlar. Aconselhar o filho naquele momento parecia a coisa mais cômica que aconteceu naquele dia.

ㅡ Viu só? Eu disse que a senhora riria. ㅡ Calub a acusou.

A campainha toca, Marta se levanta e vai atender a porta.

ㅡ Desculpe, filho. Eu não tinha o que dizer. ㅡ Ela diz em tom divertido e abre a porta.

ㅡ A senhora poderia assinar aqui? ㅡ Perguntou o jovem carteiro.

ㅡ O que é isso? ㅡ O envelope era do banco. Marta logo assustou-se. ㅡ Obrigada.

Ela abriu o envelope e ao ler o conteúdo seus olhos marejaram.

ㅡ O que foi mãe? ㅡ Calub levantou-se do sofá e caminhou até o encontro de sua mãe.

Marta virou-se e deixando escapar algumas lágrimas disse:

ㅡ A casa está hipotecada e para recurperarmos, necessitamos de uma fortuna! Está cheio de juros. Nem com dois anos do meu salário eu iria conseguir pagar isso. ㅡ Ela soluça.

ㅡ Calma, mãe. Daremos um jeito. ㅡ O garoto a abraça por trás e ela se vira. Ele seca suas lágrimas e beija sua face. ㅡ Podemos alugar uma casa por enquanto.

ㅡ Aquele estúpido!! Foi ele que hipotecou a casa!! Burra, burra!! Por quê fui tão burra?? ㅡ Ela sai andando pela casa.

ㅡ Não se culpe tanto assim. Ao menos temos Maia. ㅡ Calub diz.

ㅡ É verdade. De Maia não me arrependo nunca.

ㅡ Olha mamãe!!! O meu elefante! ㅡ Maia desceu as escadas correndo com uma folha na mão. Havia um desenho de uma casa com a porta fechada e um tracinho.

ㅡ Que bonito. Não acha Calub? ㅡ Marta se agachou para ficar da altura de Maia.

ㅡ Sim. Mas cadê o elefante? ㅡ Calub perguntou.

ㅡ É que ele entrou para casa, fechou a porta e deixou o rabinho do lado de fora.

Marta e Calub riram e por alguns minutos esqueceram o grande problema que havia sido formado a um tempinhos atrás.

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