"Sem ela, ele morreria."
Já eram quase meio-dia e faziam quatro horas em que Calub tentava ensinar um único conteúdo para Hope sobre classicismo e humanismo.
Coisa simples e fácil para ele.
Mas para Hope, decifrar o poema Vilancete, era como decifrar um texto escrito em grego.
Meu bem, sem vos ver,
Se vivo um dia,
Viver não queria.
Calando e sofrendo
Meu mal sem medidas
Mil mortes na vida
Sinto, não vos vendo.
E pois que, vivendo,
Morro toda via,
Viver não queria.
ㅡ Preciso que me explique o paradoxo que o eu lírico vive. Leia novamente.
ㅡ Eu não sei responder essa. Vamos para a próxima?
ㅡ Leia novamente. ㅡ Ordenou Calub pacientemente.
"Toc, toc"
Alguém bate na porta distraindo Hope e Calub.
ㅡ Aceitam um lanchinho? O almoço sairá um pouco tarde. ㅡ Hebe entra com uma bandeja com copos de suco e uns sanduíches.
ㅡ Obrigada, Sra Hebe. ㅡ Calub agradece após pegar um copo da bandeja e beber um grande gole de suco.
Hope bate a cabeça sobre o livro e pragueja baixinho.
ㅡ Está conseguindo, Hope? ㅡ Pergunta Hebe ao empurrar um copo de suco para perto da garota.
ㅡ Não. ㅡ Ela choraminga ainda de cabeça baixa. ㅡ Eu desisto!
ㅡ O que estão estudando? ㅡ Hebe puxa o livro que estava sob Hope e lê o minúsculo poema grifado.
ㅡ Literatura. ㅡ Responde Calub.
ㅡ A questão pede o paradoxo entre o eu lírico. ㅡ Hope responde levantando a cabeça e ajeitando os cabelos.
ㅡ Óh, mas isso é fácil... ㅡ Hebe põe os óculos bifocais ㅡ Sem ela, ele morreria.
Ela entrega o livro à Hope e sorri.
ㅡ Corretamente. ㅡ Responde Calub. ㅡ Vamos dar uma paradinha?
ㅡ Ainda bem!
ㅡ Bem, voltarei aos meu afazeres. Com lincença. ㅡ Hebe faz uma reverência. ㅡ Qualquer coisa é só chamar.
ㅡ Certo. ㅡ Eles dizem em uníssono.
Hope caminha até o enorme sofá que se localizava no canto da biblioteca, onde havia uma grande smart tv.
ㅡ Quer assistir comigo? ㅡ Ela pergunta assim que se joga no sofá.
ㅡ O que você vai assistir?
ㅡ Bonanza.
ㅡ Sério? Isso me surpreende. ㅡ Calub se aproxima e se senta sobre o braço do sofá. ㅡ Um grande clássico da década de setenta.
ㅡ Sabia que você se interessaria. Afinal, um geek é uma versão retórica de um nerd, não é mesmo?
ㅡ Fique sabendo que sou fã do Little Joe desde que eu tinha sete anos.
ㅡ Meu avô é um grande fã dessa série. Tem uma coleção de fitas gravadas e guardadas à sete chaves.
ㅡ Sério? E ele não deixa emprestar?
ㅡ Provavelmente não. Eu assistir uma vez com ele, alguns episódios que não estão disponível na internet.
ㅡ Você me deixou ansioso.
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Charme Geek
RomanceQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...
