A manhã havia chegado na mansão. A mesa do café da manhã estava posta, apenas aguardando as crianças.No quarto, Calub ainda se arrumava para ir a escola. Havia acordado um pouco tarde devido ontem. Estava a por a escolher a camisa quando Maia abriu a porta do seu quarto e entrou correndo.
ㅡ Ahhh eu não quero!! Lub, me ajuda! ㅡ A pequena de cabelos desgrenhados escondeu-se entre as pernas do irmão enquanto Hope havia estancado na porta.
Ela segurava uma escova na mão direita e algumas presilhas.
ㅡ É-é... Que sua mãe pediu para escovar o cabelo dela e ela não quer. ㅡ Hope se apressou e procurou não olhar para o garoto a sua frente.
Calub franziu o cenho, abaixou-se e pegou a irmã no colo.
ㅡ Não deixa, Lub, não deixa! ㅡ Maia pedia enquanto apoiava as mãos sobre a cabeça em sinal de proteção.
ㅡ Me empresta? ㅡ Calub se referiu a escova na mão de Hope.
ㅡ Ah, c-claro!
Com a escova em mãos, Calub olhou para Maia.
ㅡ Você quer ir descabelada para a escola? ㅡ Ela afirmou com a cabeça e arrancou uma risada de Hope que ainda permanecia parada na porta. ㅡ É mesmo? Por que?
ㅡ Vai doer! ㅡ Ela diz.
ㅡ E você é tão fraca assim a ponto de desistir de uma dorzinha?? Existem pessoas cujo a dor é insuportável e elas enfrentam de cabeça erguida. ㅡ Maia abaixou o olhar. ㅡ Deixa eu ver esse cabelo.
Calub pôs a garotinha no chão e se espantou com o emaranhado que havia na cabeça da criança
ㅡ Maia...? O que você fez no seu cabelo? ㅡ Ele perguntou preocupado.
Hope acompanhava entre risadas aquela majestosa cena escorada no portal.
ㅡ Eu tentei fazer o penteado da Cinderela. Só que não consegui. ㅡ Ela se explicou.
ㅡ Como se resolve isso?? ㅡ Calub tentou passar a escova, mas essa acabou ficando presa nos cabelos da menina.
ㅡ Deixa eu ajudar. ㅡ Hope caminhou e se abaixou ficando da altura de Maia. Ela forçou a escova que conseguiu passar entre os fios. ㅡ Vamos ter que passar bastante creme para ver se isso tem conserto. ㅡ Falou em tom brincalhão.
ㅡ Então a Hope vai terminar seu penteado de princesa enquanto eu vou terminar de me vesti. ㅡ Calub se levantou e indicou a porta.
Hope pegou Maia nos braços e a garotinha acenou para o irmão enquanto deixava o quarto.
Calub escolheu a velha blusa social branca, mas a usou de maneira diferente. Vestiu o moletom surrado por cima e aquela combinação era a mais excêntrica que ele tinha visto.
Desceu para o café e encontrou apenas sua mãe, Hebe e vô Bernardo.
ㅡ Bom dia. ㅡ Desejou antes de puxar uma cadeira e se sentar. ㅡ Vô Bernardo, posso pedir um favor ao senhor?
ㅡ Se estiver dentro de minhas possibilidades, sim. ㅡ Bernardo uniu as duas mãos sob o queixo.
ㅡ Gostaria que patrocinasse o baile de inverno do Bochitteli. Poderia? ㅡ Ele bebericou um pouco da sua água.
ㅡ De quanto precisa?
ㅡ Na verdade, é apenas um fundo de emergência. Este ano, os próprios alunos arrecadarão do próprio bolso. Mas temo que alguns não aceitem. ㅡ Calub cortou um pedaço de bolo e se serviu.
ㅡ Óh... Mas e os serviços que prestavam nas ruas para arrecadar fundos? ㅡ Perguntou Marta.
ㅡ Não serão extintos. Serão voluntários. O que acham? É melhor assim? ㅡ Cortou um pedaço de bolo e levou a boca.
Marta e Bernardo se entreolharam concordando.
ㅡ Fez bem. Quem cobra por ajudar uma senhora com as compras? Nunca achei isso certo. ㅡ Marta diz.
ㅡ Você tem futuro como governante. ㅡ Bernardo disse. ㅡ A propósito, já tem acompanhante?
Calub parou a xícara de leite morno no meio do caminho e a pôs novamente na mesa.
ㅡ Para o baile?
ㅡ Sim. É o seu último ano. ㅡ Insistiu.
ㅡ Eu não vou.
ㅡ Como não? Daqui uns meses já estará formado. Tem certeza? ㅡ Foi a vez de Marta perguntar.
ㅡ Quero que leve Hope ao baile. ㅡ Bernardo falou firme. ㅡ Ela me disse que iria, só não sabia com quem. E aquele Antony, eu não confio muito. Pode me fazer este favor?
ㅡ E-eu... ㅡ Calub gaguejou.
ㅡ Voalá! ㅡ Exclamou Hope ao chegar e por Maia no chão. ㅡ Uma princesa com penteado de princesa.
Maia deu um rodopio.
ㅡ Não estou deslumbrante, mamãe? ㅡ Marta assentiu. ㅡ Não acha, vovô? ㅡ Ela correu para abraçar Bernardo.
ㅡ Sim, um linda princesa! Só falta uma coroa e vestidos com mangas bufantes!
ㅡ Credo, vovô! Mangas bufantes estão fora de moda. ㅡ Retrucou Hope enquanto se juntava a mesa e se servia de suco.
Calub acomodou Maia na cadeira adptada a sua altura e serviu-a.
ㅡ Ok. Vestido de princesa moderna. Tudo bem? ㅡ Bernardo corrigiu.
ㅡ Vestido de mangas bufantes! ㅡ Maia exclamou arrancando a gargalhada de todos.
ㅡ Por falar em vestido... Vovô, gostaria de encomendar meu vestido do baile de inverno, à aquele estilista europeu que sempre faz meus vestidos de festa. Como é o último ano, gostaria que fosse feito exclusivamente. ㅡ Hope se dirigiu ao avô.
ㅡ Quanta exigência... ㅡ murmurou Calub ao beber um gole de leite.
ㅡ Certo. ㅡ Ele fez uma pausa e dividiu seu olhar entre Hope e Calub. ㅡ Já tem par para o baile, minha ursinha?
Hope desviou seu olhar do prato para olhar em direção ao avô.
Calub sentiu seu coração errar uma batida e o estômago gelar.
ㅡ Ah, sim. É... Antony. Eu irei com o Antony. ㅡ Hope ajeitou a postura.
O sorriso que Bernardo estampava no rosto sumiu em questão de segundos.
ㅡ Não quero que vá ao baile com esse moleque! ㅡ Ralhou.
ㅡ Mas vovô... ㅡ Questionou.
ㅡ Você só irá ao baile se for com Calub. Está decidido.
Ao ouvir tais palavras, Hope deixara o talher cair sobre o prato, formando um barulho irritante. Calub, que ainda bebericava seu leite, deu três tossidas. Ambos se viraram em direção a Bernardo:
ㅡ O quê??? ㅡ vossiferaram em uníssono.
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Charme Geek
RomanceQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...