Capítulo 30

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Hope entrou em estado de choque quando observou Calub encostado na mesa central de braços cruzados.
Ela apertou a pasta que segurava contra o peito e deu o primeiro passo.

ㅡ Pode entrar. ㅡ Calub falou. ㅡ Feche a porta.

Hope virou-se e encostou a porta atrás de si. Calub indicou o sofá para que ela sentasse. Ele pegou a cadeira que se localizava atrás de sua mesa e pôs de frente para Hope, onde se sentou.

ㅡ Bom dia. ㅡ Ela disse nervosa sem saber muito bem o que dizer e nem por onde começar.

ㅡ Está nervosa? Vivemos na mesma casa. Por que está assim? ㅡ Calub aproximou seu rosto.

ㅡ É meu primeiro trabalho como repórter e estou com medo de errar.

A resposta foi convicente, todavia, Calub sentia que sua presença mexia com Hope. E ele estava certo. Hope havia levado um baque após descobrir de modo repentino que Calub seria o novo presidente do grêmio estudantil.

ㅡ Podemos... Começar? ㅡ O garoto sugeriu.

Hope assentiu e ligou o gravador.

ㅡ Vamos lá. ㅡ Hope pôs o objeto em cima de suas pernas e Calub observava atentamente cada um de seus movimentos. Isso causava um desconforto em Hope. ㅡ Preciso do seu nome completo e alguns dados pessoais.

ㅡ Quais dados? ㅡ Ele perguntou.

ㅡ Idade, turma, quanto tempo estuda no Bochitteli. Apenas.

Calub pegou o gravador que estava nas pernas de Hope e os levou próximo a boca.

ㅡ Me chamo Calub Turkle Ramsey, 17 anos, cursando o último ano na turma A. Estudo há oito anos nessa escola.

Hope puxou o gravador, um pouco tímida, das mãos de Calub.

ㅡ Quais são as suas declarações?

Calub puxou mais uma vez o gravador e começou a falar sem desgrudar seus olhos de Hope.

ㅡ Estarei disposto a ouvir todos os estudantes, dando-lhes a devida assistência para que alcancem seus objetivos.

Hope começa anotar alguns pontos. Olha para Calub e inicia a próxima pergunta.

ㅡ Tem algum projeto para este mês?

ㅡ Sim. Planejo uma campanha anti-bullying a começar pelo jardim da infância. Quero também definir o uso obrigatório do uniforme nas quartas-feiras para que haja disciplinas perante os dias festivos da escola que nem sempre são cumpridos.

ㅡ Sobre o clube de jardinagem, que está se perdendo, qual o seu projeto? Manterá aberto ou será necessário fecha-lo?

ㅡ Existem muitas pessoas que não estão inclusas nos clubes por não serem aceitas no meio social em que vivem. Agora que estou na presidência, não será mais o líder do clube a decidir quem entra ou quem sai. Serei eu.

ㅡ Quais as suas declarações sobre os serviços do refeitório?

ㅡ Estarei solicitando uma nova máquina de refrigerante e um novo cardápio para o almoço. Haverá duas opções de sobremesas e adicionarei grandes mesas para acabar com as panelinhas que tanto rejeitam os outros.

ㅡ Sobre o baile de inverno. Como fará para conseguir arrecadações?

ㅡ Este ano os alunos darão uma certa quantia para a contribuição. Os serviços que antes eram prestados para arrecadar fundos, serão voluntários para tornar nossos estudantes mais filantrópicos.

ㅡ É apenas isso. Obrigada.

Hope encerra sua gravação e confere os papéis. Calub descansa suas costas na cadeira.

ㅡ Estou indo bem? ㅡ Ele pergunta.

ㅡ Tem o meu apoio. Será um bom presidente. ㅡ Hope guarda os papéis dentro da pasta. Ela se põe de pé. ㅡ Boa sorte. ㅡ Estende a mão para Calub cumprimenta-la.

Mas em um gesto involuntário, o garoto a puxa para um abraço. Hope permanece imóvel enquanto Calub a envolve com seus braços. Pouco a pouco ela vai retribuindo.

ㅡ Precisávamos disso. ㅡ Ele diz com o queixo encostado ao ombro de Hope enquanto sua mão subia e descia pelas costas da garota.

ㅡ Calub... ㅡ Ela sussurrou seu nome.

ㅡ Espero que tenha entendido o que eu queria dizer sobre o tempo, pois já possuo certeza de minha resposta.

A garota se afastou para olhar nos olhos dele. Seus rostos estavam muito próximos, contudo, Peene abriu a porta bruscamente atrapalhando o clima que havia se formado entre o casal.

Não odeiem Peene.

Atrapalhado, entrou derrubando suas coisas ao reparar que havia estragado o momento do amigo. Ele havia se declarado? Peene se perguntava.

Observou Hope se afastar em um pulo dos braços de Calub. A garota pediu licença e saiu apertando a pasta contra o peito.

ㅡ Estraguei o momento? ㅡ Peene recolhe suas coisas. ㅡ Sim. Desculpe.

Apenas o olhar de Calub deduzia que sim, ele havia atrapalhado.

ㅡ Se declarou? ㅡ Perguntou curioso.

ㅡ Não. Tentei. Só não sei se ela entendeu.

ㅡ Você tem que ser direto. Chegar nela e dizer: eu te amo. E da-lhe um grande beijo como aqueles de cinemas. Atitude, amigo, atitude! ㅡ Peene o lembrou.

Calub riu fanho e levou a cadeira de volta ao seu devido lugar.

ㅡ Como foi a entrevista? ㅡ Peene perguntou.

ㅡ Boa. Acho que fui bem. ㅡ Calub caminha pela pequena sala. ㅡ Acho que irei aproveitar esse tempo e transferir minhas coisas para cá. ㅡ Mal termina de falar e já vai saindo deixando Peene sozinho.

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