Hope entrou em estado de choque quando observou Calub encostado na mesa central de braços cruzados.
Ela apertou a pasta que segurava contra o peito e deu o primeiro passo.ㅡ Pode entrar. ㅡ Calub falou. ㅡ Feche a porta.
Hope virou-se e encostou a porta atrás de si. Calub indicou o sofá para que ela sentasse. Ele pegou a cadeira que se localizava atrás de sua mesa e pôs de frente para Hope, onde se sentou.
ㅡ Bom dia. ㅡ Ela disse nervosa sem saber muito bem o que dizer e nem por onde começar.
ㅡ Está nervosa? Vivemos na mesma casa. Por que está assim? ㅡ Calub aproximou seu rosto.
ㅡ É meu primeiro trabalho como repórter e estou com medo de errar.
A resposta foi convicente, todavia, Calub sentia que sua presença mexia com Hope. E ele estava certo. Hope havia levado um baque após descobrir de modo repentino que Calub seria o novo presidente do grêmio estudantil.
ㅡ Podemos... Começar? ㅡ O garoto sugeriu.
Hope assentiu e ligou o gravador.
ㅡ Vamos lá. ㅡ Hope pôs o objeto em cima de suas pernas e Calub observava atentamente cada um de seus movimentos. Isso causava um desconforto em Hope. ㅡ Preciso do seu nome completo e alguns dados pessoais.
ㅡ Quais dados? ㅡ Ele perguntou.
ㅡ Idade, turma, quanto tempo estuda no Bochitteli. Apenas.
Calub pegou o gravador que estava nas pernas de Hope e os levou próximo a boca.
ㅡ Me chamo Calub Turkle Ramsey, 17 anos, cursando o último ano na turma A. Estudo há oito anos nessa escola.
Hope puxou o gravador, um pouco tímida, das mãos de Calub.
ㅡ Quais são as suas declarações?
Calub puxou mais uma vez o gravador e começou a falar sem desgrudar seus olhos de Hope.
ㅡ Estarei disposto a ouvir todos os estudantes, dando-lhes a devida assistência para que alcancem seus objetivos.
Hope começa anotar alguns pontos. Olha para Calub e inicia a próxima pergunta.
ㅡ Tem algum projeto para este mês?
ㅡ Sim. Planejo uma campanha anti-bullying a começar pelo jardim da infância. Quero também definir o uso obrigatório do uniforme nas quartas-feiras para que haja disciplinas perante os dias festivos da escola que nem sempre são cumpridos.
ㅡ Sobre o clube de jardinagem, que está se perdendo, qual o seu projeto? Manterá aberto ou será necessário fecha-lo?
ㅡ Existem muitas pessoas que não estão inclusas nos clubes por não serem aceitas no meio social em que vivem. Agora que estou na presidência, não será mais o líder do clube a decidir quem entra ou quem sai. Serei eu.
ㅡ Quais as suas declarações sobre os serviços do refeitório?
ㅡ Estarei solicitando uma nova máquina de refrigerante e um novo cardápio para o almoço. Haverá duas opções de sobremesas e adicionarei grandes mesas para acabar com as panelinhas que tanto rejeitam os outros.
ㅡ Sobre o baile de inverno. Como fará para conseguir arrecadações?
ㅡ Este ano os alunos darão uma certa quantia para a contribuição. Os serviços que antes eram prestados para arrecadar fundos, serão voluntários para tornar nossos estudantes mais filantrópicos.
ㅡ É apenas isso. Obrigada.
Hope encerra sua gravação e confere os papéis. Calub descansa suas costas na cadeira.
ㅡ Estou indo bem? ㅡ Ele pergunta.
ㅡ Tem o meu apoio. Será um bom presidente. ㅡ Hope guarda os papéis dentro da pasta. Ela se põe de pé. ㅡ Boa sorte. ㅡ Estende a mão para Calub cumprimenta-la.
Mas em um gesto involuntário, o garoto a puxa para um abraço. Hope permanece imóvel enquanto Calub a envolve com seus braços. Pouco a pouco ela vai retribuindo.
ㅡ Precisávamos disso. ㅡ Ele diz com o queixo encostado ao ombro de Hope enquanto sua mão subia e descia pelas costas da garota.
ㅡ Calub... ㅡ Ela sussurrou seu nome.
ㅡ Espero que tenha entendido o que eu queria dizer sobre o tempo, pois já possuo certeza de minha resposta.
A garota se afastou para olhar nos olhos dele. Seus rostos estavam muito próximos, contudo, Peene abriu a porta bruscamente atrapalhando o clima que havia se formado entre o casal.
Não odeiem Peene.
Atrapalhado, entrou derrubando suas coisas ao reparar que havia estragado o momento do amigo. Ele havia se declarado? Peene se perguntava.
Observou Hope se afastar em um pulo dos braços de Calub. A garota pediu licença e saiu apertando a pasta contra o peito.
ㅡ Estraguei o momento? ㅡ Peene recolhe suas coisas. ㅡ Sim. Desculpe.
Apenas o olhar de Calub deduzia que sim, ele havia atrapalhado.
ㅡ Se declarou? ㅡ Perguntou curioso.
ㅡ Não. Tentei. Só não sei se ela entendeu.
ㅡ Você tem que ser direto. Chegar nela e dizer: eu te amo. E da-lhe um grande beijo como aqueles de cinemas. Atitude, amigo, atitude! ㅡ Peene o lembrou.
Calub riu fanho e levou a cadeira de volta ao seu devido lugar.
ㅡ Como foi a entrevista? ㅡ Peene perguntou.
ㅡ Boa. Acho que fui bem. ㅡ Calub caminha pela pequena sala. ㅡ Acho que irei aproveitar esse tempo e transferir minhas coisas para cá. ㅡ Mal termina de falar e já vai saindo deixando Peene sozinho.

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Charme Geek
عاطفيةQueridinho dos professores, odiado pelos colegas. Assim é Calub Turkle. Um gênio do Ensino Médio do famoso Colégio Bochitteli. Constantemente alvo de chacotas, resolve se afastar durante um período da escola. Durante esse tempo, se aproxima de Hope...